Por José Carlos Castro Sanches

Eu, aqui agora, nessa hora
Aprecio uma linda imagem
Que visualizo numa tela inteira
Do precioso “Dell” computador
Meu inseparável amigo da escrita
Nos momentos de alegria e dor
Nesta manhã alvissareira e ligeira
A minha mente voa e divaga
Como um majestoso condor.
Entre montanhas e vales
O córrego, sombrio, escoa
A água abençoada límpida
Que alimenta a vida, bela vida
Sem ela não haveria
Subsistência e sustento
Nem poderia arriscar
Esse meu resoluto intento.
Ao fundo o céu azul e nublado
As aves brancas sobrevoam
Os montes, aos montes, defronte
Da vegetação seca nas serras
Que não vingam árvores frondosas
Mas, sustentam arbustos decididos
A sobreviverem no árido terreno
Montanhoso, próximo ao córrego
Rio, lago e mar, alimentado pelo ar
Puro, desnudo, puro, despido, puro.

Eu aqui, o homem, um homem
Observando a paisagem, imagem
De um ângulo diferente, reverente
Sossegado no aconchego, percebo
Com um olhar de gente, contente
Aquela sombra amena da montanha
Que impediu a luz intensa do sol
Sobre o córrego, riacho, ribeirão ou rio
Sei lá, qual é deste rol!
É a sombra que me faz perceber a luz
Sem ela seria impossível o contraste
Da beleza singela e fria da rocha iluminada
Com sol distante sobre ela, destemida
As plantações resistentes, e, os peixes
Que não os vejo daqui, na água azulada
Que correm soltas montanha abaixo
Entre vales e montes sombreados de vida.
É a sombra que me faz escrever
O que nem sequer havia imaginado
Extasiado com tanta beleza ao alvorecer
O poeta pergunta ao córrego abismado:
Por que a sombra, não a luz?
Por que a negridão, não o brilho?
Por que a noite, não o dia?
Por que as montanhas, e os vales?
Por que os pássaros, e os arbustos?
Por que a água, e os peixes?
Por que? Porquê, porque?
A minha sombra cadê?
O córrego responde:
A minha sombra é você!
José Carlos Castro Sanches
É químico, professor, escritor, cronista e poeta maranhense.
Membro Efetivo da Academia Luminense de Letras – ALPL
São Luís, 31 de julho 2020.

Visite o site falasanches.com e página Fala, Sanches (Facebook) e conheça o nosso trabalho.
Adquira os Livros da Tríade Sancheana: Colheita Peregrina, Tenho Pressa e A Jangada Passou, na Livraria AMEI do São Luís Shopping ou através do acesso à loja online www.ameilivraria.com.
NOTA: Esta obra é original do autor José Carlos Castro Sanches, com crédito aos autores e fontes citadas, e está licenciada com a licença JCS31(2).07.2020. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original. Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas. Esta medida fez-se necessária porque ocorreu plágio de algumas crônicas do autor, por outra pessoa que queria assumir a autoria da sua obra, sem a devida permissão – contrariando o direito à propriedade intelectual amparado pela lei nº 9.610/98 que confere ao autor Direitos patrimoniais e morais da sua obra.
