Por José Carlos Castro Sanches

Não sei! Se é o amor, dúvida ou sofrimento?
Foge a inspiração e o sono se apossa de mim
Tenho medo de desmaiar sobre o vento
E ser abatido pelas flores brancas de jasmim.

Quero plantar e cultivar as essências perfumadas
Como as abelhas, extrair o bálsamo dos nectários
Sentir o espinho e o aroma das roseiras encantadas
Como poeta e cristão, rezar os terços e os rosários.

Quero ser capaz de discernir:
A esperança, o tédio e a emoção
O bom e o mau, o bem e o mal
Eu, meu ego, egoísmo, fé e a razão
A pedra, a água, a areia e o sal
A solidão, a ganância e a ambição
Aquele, o outro, o inimigo figadal
Suscitador do infortúnio e ingratidão.

Quero viver para ensinar e edificar
Ver o sol, a lua, as estrelas e a aurora
Ser feliz, versejar, ler, escrever e estudar
Sorrir, abraçar e brincar como outrora.

Quero deitar à noite e dormir um pouco
Para sonhar com um mundo diferente
Antes que suspeitem que sou um louco
Penejando no papiro, alucinadamente.

São Luís, 14 de julho de 2021.

José Carlos Castro Sanches
É químico, professor, escritor, cronista e poeta maranhense
Membro Efetivo da Academia Luminense de Letras, União Brasileira de Escritores e PEN Clube do Brasil

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