Por José Carlos Castro Sanches
Site: www.falasanches.com
“É impossível enfrentar a realidade o tempo todo sem nenhum mecanismo de fuga. ” (Sigmund Freud)
Encontrei uma forma de procrastinar mais uma vez. Como estou diante daquela necessidade que não aprecio fazer, recorro ao meu computador e debruço-me na prosa, é a maneira de deixar para depois o que deveria fazer agora, embriagado pela sensação de que estou ocupado fazendo arte ou deixando fluir os pensamentos sobre a tela subjugada pelo teclado que reproduz o que penso e sinto, com a emoção que o momento permite e a razão que não resiste. Razão, emoção, procrastinação dominadas pela poesia, sem força para fugirem da utopia. As horas passam o galo canta, o pássaro assobia, o macaco pula, a coruja espia e a vida segue o rastro da poesia, na tristeza ou alegria com passos firmes na agonia, liberando a dor e o canto da alforria.
“A vida intelectual é a busca pela infantilidade pela fuga às responsabilidades que temos ao viver a realidade. ” (Aldous Huxley)
Enquanto isso, chega ao meu lado a minha neta dizendo: “vovô eu trouxe tantas roupas que a gaveta não cabe, quero passar muitos dias contigo”. O empregado foge do trabalho, o político do eleitor, o cidadão de bem do malfeitor, os doentes dos hospitais, os filhos correm dos pais, os netos procuram os avós, os professores escondem-se dos alunos, os alunos fogem dos estudos, o dinheiro foge de todos e a saúde se esvai com a doença que maltrata, atormente e mata, nestes dias de pandemia que ninguém mais aguenta. Um pesadelo que destrói famílias, deixa o gato sem seu dono, o cachorro abandonado, o jumento atormentado, o burro paralisado e coração dos familiares e amigos ensanguentados.
“Não é o evitar o sofrimento, a fuga diante da dor, que cura o homem, mas a capacidade de aceitar a tribulação e nela amadurecer, de encontrar o seu sentido através da união com Cristo, que sofreu com infinito amor. ” (Papa Bento XVI)
Quero pão! Eu quero pão! Grita o pobre imerso na miséria. Lá vem o político aumenta os preços dos alimentos, água, roupa e aposento. Morre de fome o pobre coitado, pedindo esmola por todo lado. Chega de novo a eleição juntamente com manteiga, salsicha, mortadela e pão; cesta básica e material de construção; tudo para enganar o pobre que vive na ilusão. A fuga do pobre é o sofrimento, a ganância dos tolos é o falso argumento.
“A fuga é o instrumento mais eficaz para se cair prisioneiro daquilo que se deseja evitar. “ (Sigmund Freud)
Sem rumo e direção o pobre foge para a cidade buscando novos ares, encontra-se com a marginalidade; escorrega pelos becos sofridos da crueldade; degenera-se pelo caminho oposto da verdade e assim segue fugindo, triste e acabrunhado, escrevendo poemas e jogando para todo lado à espera de um dia poder ser apreciado. Vive entre o lamento e o tormento, ofuscado pelo brilho da luz irradiante que sustenta a sua esperança. A melodia e o canto distantes em certo momento suprimem o encanto. E o motivo da fuga descortina-se em bênçãos que se dissipam como pétalas ao vento trazendo a paz, o amor e a harmonia completando a beleza da poesia. Como o vento que carrega a pena do passarinho, sem destino, do mundo para o ninho. Assim, vive o poeta, encontra a fuga na eterna fantasia!
“A poesia não é um modo de libertar a emoção, mas uma fuga da emoção; não é uma expressão da própria personalidade, mas uma fuga da personalidade. ” (T.S. Eliot)
São Luis, 04 de junho de 2021.
José Carlos Castro Sanches
É químico, professor, escritor, cronista e poeta maranhense. Membro Efetivo do PEN Clube do Brasil, da Academia Luminense de Letras, da Academia Maranhense de Trovas, da Academia Atheniense de Letras e Artes, da Sociedade de Cultura Latina do Maranhão, da União Brasileira de Escritores e da Associação Maranhense de Escritores Independentes.
Autor dos livros: Colheita Peregrina, Tenho Pressa, A Jangada Passou; No Fluir das Horas é tempo de ler e escrever, A Vida é um Sopro!, Gotas de Esperança, Pérolas da Jujuba com o Vovô e Pétalas ao Vento.
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NOTA: Esta obra é original do autor José Carlos Castro Sanches e está licenciada com a licença JCS04.06.2021. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original. Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas. Esta medida fez-se necessária porque ocorreu plágio de algumas crônicas do autor, por outra pessoa que queria assumir a autoria da sua obra, sem a devida permissão – contrariando o direito à propriedade intelectual, amparado pela Lei nº 9.610/98, que confere ao autor direitos patrimoniais e morais da sua obra.
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Autor dos livros: Colheita Peregrina, Tenho Pressa e A Jangada Passou (Tríade Sancheana); No Fluir das Horas é tempo de ler e escrever, Gotas de Esperança e A Vida é um Sopro! (Trilogia da Vida), e outros dez livros inéditos. Visite o site: falasanches.com e a página Fala, Sanches (Facebook) e conheça o nosso trabalho como escritor, cronista e poeta. Adquira os Livros da Tríade Sancheana e Trilogia da Vida na Livraria AMEI do São Luís Shopping ou através do acesso à loja online www.ameilivraria.com.
NOTA: Esta obra é original do autor José Carlos Castro Sanches e está licenciada com a licença JCS04.06.2021. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original. Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas. Esta medida fez-se necessária porque ocorreu plágio de algumas crônicas do autor, por outra pessoa que queria assumir a autoria da sua obra, sem a devida permissão – contrariando o direito à propriedade intelectual amparado pela lei nº 9.610/98 que confere ao autor Direitos patrimoniais e morais da sua obra.
overxil
12 de março de 2022 at 22:45
overxil 08860de5f7 https://wakelet.com/wake/r3yXFSSxYO80FfneYUMt6
sanches
1 de março de 2024 at 10:06
???