Por José Carlos Castro Sanches
“Sempre imaginei que o paraíso fosse uma espécie de biblioteca. ” (José Luís Borges)
Em 15 de março de 2019, ao realizar uma atividade na SEDUC, antigo prédio do Panorama Palace Hotel, no São Francisco, fui recepcionado por Elidinalva Silva Sousa, simpática e educada, como a maioria das pessoas com as quais mantive contato naquele estabelecimento. Em pouco tempo, pude perceber o interesse daquela agradável senhora pela literatura, quando ela me fez conhecer um pouco da história da escritora Carolina Maria de Jesus, nascida em 14 de março de 1914 – Sacramento, MG, estaria completando 105 anos. É autora do Quarto de Despejo: Diário de Uma Favelada (1960), traduzido para 13 idiomas e vendeu mais de 1 milhão de exemplares, em que ela retratava a vida miserável à qual estavam submetidos os moradores da extinta favela do Canindé, em São Paulo. “Língua de fogo” como era apelidada é considerada uma das primeiras e mais destacadas escritoras negras do país. Recomendo a leitura da referida obra-prima para aprofundar o conhecimento na biografia da autora.
“Todo mundo anseia por valorização, quer ouvir elogios. Mas é preciso que alguém comece fazendo o primeiro comentário simpático ao companheiro. ” (George Crane)
Elidinalva ao saber que eu gostava de escrever me fez a seguinte pergunta: “ Você já escreveu sobre Bibliotecário? E emendou, sou bibliotecária, mas percebo que a nossa profissão é pouco valorizada. Lembrou-me que 12 de março é o dia do bibliotecário e constatei em seguida que 9 de abril é o dia da biblioteca. Então, estamos na fronteira entre o bibliotecário e a biblioteca, nestes dias de fim de março e chegada de abril, onde aqui em São Luís é tempo de chuvas mil.
“A desvalorização do mundo humano aumenta em proporção direta com a valorização do mundo das coisas. ” (Karl Marx)
O tratamento respeitoso e empático, naquele breve encontro produziu em mim, energia revitalizante, inspiradora e necessária para fazer com que me debruçasse sobre os livros e fontes de informações para escrever esta crônica que dedico aos profissionais da Biblioteconomia em todos os recantos do mundo.
“A História é a ciência do dia a dia. Está intimamente ligada ao desenvolvimento social, e conhecê-la não é um ato de esnobação intelectual, mas uma necessidade para aqueles que desejam formar um espírito crítico e adquirir consciência das suas possibilidades. ” (Autor desconhecido)
A Biblioteconomia é uma das profissões mais antigas da humanidade. Estima-se que talvez tenha se iniciado com a regra de São Bento no século V d.C. (480 a 540), com as práticas estabelecidas pelos monges copistas.
Os Monges copistas viviam nos monastérios e tinham como única e exclusiva função realizar a cópia das escrituras, copiavam os livros à mão. A perfeição com que executavam o seu trabalho fazia com que demorassem anos para acabar um livro. Como eram raros e muito caros, os livros estavam muitas vezes presos por uma corrente para maior segurança.
“Somos nós que forjamos as correntes que usamos em nossas vidas. ” (Charles Dickens)
A palavra bibliotheca foi empregada para designar os diferentes livros da Bíblia.
A Biblioteconomia está relacionada ao significado de suas três palavras: biblio – teca – nomia. A primeira está associada a livros (ou materiais bibliográficos), enquanto a segunda é relativa à caixa (arrumação, organização) e, a terceira, por fim, quer dizer norma. É a ciência que estuda os aspectos da representação, da sistematização, do uso e da disseminação da informação. Trata sobre a análise, planejamento, implementação, organização e a administração da informação em bibliotecas, bancos de dados, centros de documentação, sistemas de informação e sites, entre outros.
“Em uma boa biblioteca, você sente, de alguma forma misteriosa, que você está absorvendo, através da pele, a sabedoria contida em todos aqueles livros, mesmo sem abri-los. ” (Mark Twain)
O papel do bibliotecário é ser o agente mediador entre a informação e quem a busca, de modo que o conhecimento chegue de forma rápida e satisfatória ao usuário. O bibliotecário é visto como um administrador de informação que trabalha no processo, analisando as informações para sua futura disseminação e também auxilia na busca e na seleção.
“No Egito, as bibliotecas eram chamadas ”Tesouro dos remédios da alma”. De fato, é nelas que se cura a ignorância, a mais perigosa das enfermidades e a origem de todas as outras. ” (Jacques Bossuet)
A primeira escola de Biblioteconomia do mundo foi criada por Melvil Dewey, que não só participou da criação da American Library Association (ALA), como criou também a Classificação Decimal de Dewey.
“Se você tem um jardim e uma biblioteca, você tem tudo o que precisa. ” (Cícero)
O primeiro Curso de Biblioteconomia do Brasil foi criado pelo Decreto n.8.835, de 11/07/1911. Iniciou em abril de 1915 na Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro, tendo como diretor Manuel Cícero Peregrino Silva. O programa deste curso pioneiro se inspirava no modelo francês (École de Chartes), dando ênfase ao aspecto cultural e informativo.
“Expresse seu valor, para colher a valorização. ” (Fernando Tayrone)
Em 1929, o “Mackenzie College”, hoje Universidade Mackenzie, de São Paulo, criou um Curso de Biblioteconomia, inspirado no modelo norte-americano, que enfatizava os aspectos técnicos da profissão. Atualmente, existem cerca de 30.000 bibliotecários no Brasil, inscritos nos 15 Conselhos Regionais ao redor do pais.
“Seus sonhos são páginas. Seus romances são capítulos, sua vida um livro, e o mundo é a biblioteca. ” (Shandy Crispim)
Elidivania, reconheço que sua profissão é digna de homenagem – os que não a valorizam é porque desconhecem a essência e a profundidade da atuação dos Bibliotecários, não percebem que o maior valor que podemos ter nessa vida é a valorização de si mesmo e, que a alma de uma biblioteca é um bibliotecário (a).
“Toda biblioteca está animada por uma alma; Que dota os livros de uma vida extraordinária; E nos mostra mil e um mundos feitos de palavras; É um bibliotecário e uma bibliotecária; Que nos convidam a desfrutar de cada página; Eles são artífices de uma nobre magia, por isso digo a cada um: Muito Obrigado! “ (Profa. Viviane Pereyra)
São Luís, 16 de março de 2019.
José Carlos Castro Sanches
É químico, professor, escritor, cronista e poeta maranhense. Membro Efetivo da Academia Luminense de Letras, da Academia Maranhense de Trovas, da Academia Rosariense de Letras, da Associação Maranhense de Escritores Independentes, da União Brasileira de Escritores e do PEN Clube do Brasil.
Autor dos livros: Colheita Peregrina, Tenho Pressa, A Jangada Passou; No Fluir das Horas é tempo de ler e escrever, A Vida é um Sopro, Gotas de Esperança, Pérolas da Jujuba com o Vovô e catorze livros inéditos. Visite o site falasanches.com e a página “Fala, Sanches” (Facebook) e conheça o nosso trabalho.
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NOTA: Esta obra é original do autor José Carlos Castro Sanches e está licenciada com a licença JCS16.03.2019. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original. Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas. Esta medida fez-se necessária porque ocorreu plágio de algumas crônicas do autor, por outra pessoa que queria assumir a autoria da sua obra, sem a devida permissão – contrariando o direito à propriedade intelectual, amparado pela Lei nº 9.610/98, que confere ao autor direitos patrimoniais e morais da sua obra.