Por José Carlos Castro Sanches

“O engenheiro usa seus conhecimentos técnicos e empíricos para resolver, adaptar, desenvolver e aperfeiçoar mecanismos, produtos, estruturas e processos para atender à demanda da sociedade. ”(Danielle Cerqueira)
O Dia do Engenheiro é comemorado anualmente em 11 de dezembro, no Brasil. A data homenageia os profissionais da Engenharia, uma área de exatas que abrange vários tipos, de acordo com as suas especialidades (engenharia civil, agrônoma, elétrica, mecânica, química, mecatrônica, aeroespacial, de segurança, da computação, apenas para citar algumas).
O dia do Engenheiro surgiu a partir do Decreto de Lei nº 23.569, de 11 de dezembro de 1933, que regulamenta e oficializa as profissões de Engenheiro, Arquiteto e Agrimensor no Brasil.

Nesta crônica que dedico aos Engenheiros do Brasil e aos meus professores do curso de Engenharia Civil da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA), irei me deter a responder à seguinte pergunta: Por que a Engenharia Civil me fascina e encanta?
Vivemos a maior parte da nossa vida numa residência projetada por um engenheiro. No deslocamento e nos locais de trabalho, escolas, hospitais, igrejas, indústrias, fazendas, escritórios; no lazer após o trabalho em cinemas, teatros, estádios de futebol, shoppings; utilizamos ruas, estradas, ferrovias, portos, aeroportos projetados por engenheiros.
Isso nos faz refletir que a engenharia está presente em tudo o que fazemos. Como seria a nossa vida sem os engenheiros civis, elétricos, mecânicos, químicos, ambientais, agrônomos, espaciais, de segurança, produção…? Já pararam para pensar sobre isso?
“A Engenharia é sinônimo de desenvolvimento. Presente em diversos setores, a sua valorização e o crescimento de profissionais na área vêm aumentando nos últimos anos. Nos países emergentes, como o Brasil, a Engenharia se mostra indispensável para a ampliação da infraestrutura e para a solução de problemas de caráter econômico e social. ” (Ênio Padilha)
O engenheiro civil é um profissional essencial quando o assunto é infraestrutura. Sendo ele o profissional habilitado para lidar com projetos e construção de casas, edifícios, túneis, metrôs, rodovias, ferrovias, portos, barragens, estádios, aeroportos e propor novas soluções tecnológicas para o bem-estar da sociedade. Cabe, também, ao engenheiro a elaboração de projetos e execução adequada, adequação dos locais de instalação, condições, materiais, profissionais capacitados e competentes para cada empreendimento, buscando otimizar impactos ambientais, assim como reduzir perdas e compatibilizar custo/benefício e satisfação dos clientes.
Em 1982 meu avô me disse que bateu palma pela primeira vez em sua vida. Tendo como motivo a minha aprovação para Engenharia Civil na UEMA. Esta atitude parece ser muito simples para algumas pessoas. Para ele não. Ele escutou o meu nome pelo rádio – o mesmo que, anos atrás, eu ainda criança levara para ele, carregando na cabeça (presente do meu pai para o meu avô). Naquela época os rádios eram grandes e não havia outros meios de comunicação de fácil acesso. Meu avô gostava de escutar o rádio todos os dias, para manter-se atualizado e por dentro das notícias.
Recentemente, reencontrei uma amiga de trabalho que eu não via há 20 anos. Lembrei-me de algo interessante que ocorreu comigo quando escutei pelo rádio a minha aprovação para Engenharia Civil, na UEMA. Na matrícula recebi o código: 82.111.29. Então comecei a estudar engenharia civil.
Aprendi a visualizar o espaço sob nova perspectiva, estudando geometria descritiva com aquele professor bom nos “esquadros e épuras”. Com pouca ou quase nenhuma fluência na língua portuguesa, presenteava-nos a cada aula com algumas “pérolas gramaticais” quando dizia “em aulas posteriores” querendo referir-se a aulas passadas. Ninguém é perfeito! Os anos se passaram e nos reencontramos, como colegas do magistério na Escola Técnica Estadual do Maranhão (ETEMA) Dr. João Bacelar Portela, onde iniciei a minha carreira como professor de metalurgia, física, química e matemática (polivalente). Bons tempos de ensinar e estudar. Eu era muito rígido com os conteúdos e notas. Hoje tudo mudou; os alunos têm muitas oportunidades; quando não conseguem avançar por notas vão para um colegiado que empurra todos para a frente, ainda que não saibam quase nada do conteúdo e muitas vezes sejam infrequentes, ou seja, só aparecem no dia das avaliações. A nossa educação mudou para pior. Mas a culpa não é apenas dos alunos, dos governos e das escolas públicas ou privadas. É também do professor (e me incluo) que, assoberbado de compromissos, com uma mochila nas costas, pula de escola em escola dando aulas para garantir um salário, o mínimo para sustento próprio e dos familiares. Poucos têm tempo, disposição e motivação para preparar uma boa aula. Para que afinal?
Percebi a beleza da engenharia nas aulas de hidráulica, aprendendo a calcular as linhas de distribuição de água e esgoto. Nas dificuldades dos cálculos complexos “aparentemente sem sentido” de resistência dos materiais. Estes cálculos não me atraíam apesar de gostar de cálculos, porque as aulas daquele professor, num conteúdo extremamente técnico, não me motivavam – apesar da grande importância do tema. Um bom professor faz muita diferença! Lembrei-me da dificuldade que meu filho Carlos Daniel tinha em matemática, em grande parte, influenciada pelo desestímulo do professor. A parte que o competia era estudar mais para superar essa deficiência para evitar vexames nos concursos que requerem conhecimento avançado desta disciplina. Conseguiu superar esta dificuldade com força e determinação. Nunca desista, meu filho!
O grande professor Raposo, um talento nunca visto na matemática, admirável mestre dos números e com uma memória invejável e precisão nos “cálculos de cabeça”, não usava calculadora ou outros apetrechos tecnológicos para fazer cálculos. A sua arma era a memória.
O professor “Sued” de Deus, ao contrário. Naquelas aulas de cálculo, escrevia todas as fórmulas, números e cálculos sem limites no quadro verde. Excedia todas as regras da didática com os seus apontamentos numa folha de papel – acho que as repetia ano após ano para todas as turmas, da mesma forma de sempre, naquela monotonia engraçada, séria e responsável – peculiar das aulas que envolvem muitos cálculos e fórmulas. Porém, não menos importante que aquelas aulas de disciplinas mais fáceis com professores carismáticos. Afinal de contas, não escolhemos o professor, temos que nos adequar aos seus métodos e aprender a respeitar as diferenças. Todos têm o mesmo propósito de nos educar e ensinar, ao seu modo, o que sabem. Por isso, a todos reverencio com muito respeito e gratidão. Ele também me deixou o legado da orientação didática; apesar da sua aparente “agitação/loucura”, era um mestre de grande lucidez e admirável inteligência. Atuava como professor em diversas disciplinas: de didática a cálculos complexos. Uma enciclopédia ambulante. Obrigado, professor Sued, “in memorian”!
O professor Barros (de Solos). Este tinha conhecimento de solos como poucos, ainda que em idade avançada. Passava uma tranquilidade e sapiência em suas aulas sobre um assunto complicado que se tornava agradável pela sutileza da abordagem de quem fala do que sabe.
O professor José Joaquim, outrora vereador em São Luís do Maranhão, já era um grande mestre nestes idos e tornava a sua aula agradável, devido ao rico conteúdo e conhecimento de causa. Sempre sorridente e alegre. Empertigado e bem vestido. Destacava-se dos colegas docentes pela forma de tratamento e maneira de vestir.
Professor Mohana gostava de programar as viagens para a usina Hidrelétrica de Itaipu – envolvia todos os alunos naquela empreitada, rica de conhecimento e novidades. Alguns dos alunos sequer já haviam viajado para outros municípios do Maranhão; por isso, ficavam encantados com a possibilidade de realizar essa viagem, que era o forte dele e deixou boas lembranças. Infelizmente não viajei porque deixei a universidade antes da viagem maravilhosa e tão comentada por todos os alunos das turmas de engenharia da época. Até hoje não conheci a hidrelétrica de Itaipu. Foi outra oportunidade que ficou para trás. Mas tudo bem conheci outras cidades e pessoas importantes em minha vida, como o Padre João Mohana, irmão do professor Mohana.
Um passeio pelo cálculo das estruturas de telhados nas aulas de Estabilidade, conduzidas pelo grande mestre, Professor Ivar Hortegal; um dos poucos “10” de que me orgulho (e não esqueço) pelo empenho que tinha nessa disciplina, influenciado pelas aulas inspiradoras deste magnífico professor.
Por isso digo que um bom professor faz o aluno gostar até de cálculos complexos ou quem sabe estudar as múmias de Nabucodonosor, relembrando outro grande mestre Evilázio, ainda no cursinho pré-vestibular, que encantava seus alunos com aquelas aulas encantadoras e inspiradoras de história.
O professor Ubirajara Rayol, que detalhava a gramática portuguesa, com simplicidade; o ilustre professor Veloso, de Biologia, que sempre acreditou no meu potencial e foi um grande incentivador e amigo. Em todos os extremos temos aqueles que nos inspiram na engenharia, letras, história e ciências. Grandes mestres que merecem o meu agradecimento, respeito e reverência.
Mas, afinal, o que tudo isso tem a ver com Engenharia, objeto desta crônica? Tudo a ver, porque na vida nada ocorre por acaso. A base do nosso conhecimento é alicerçada naquilo que recebemos durante a formação básica e acadêmica; esses conhecimentos se complementam e permitem o direcionamento futuro, inclusive na escolha da profissão.
Com a construção civil me identifico desde criança. Sempre estive atento aos detalhes dos pedreiros, carpinteiros e trabalhadores da construção civil que passaram em minha vida. Isso sempre me deu muito prazer.
Projetos de casas, apartamentos, terrenos, imóveis de forma geral me inspiram e fascinam.
Dar sugestões, visitar obras, avaliar projetos é algo que faço com tanto prazer que sou capaz de passar um dia observando e dando sugestões a qualquer pessoa que necessite de apoio nessa área. É surpreendente o prazer que sinto fazendo isso. É melhor que ficar em casa sem fazer nada, pensando em doença. Relaxante e maravilhoso anti-stress.
Quando vejo uma casa, prédio ou qualquer construção, logo me identifico e observo os detalhes da fundação dos pilares ao para-raios. Última peça instalada. E sempre quero dar opinião sobre a qualidade da obra. Se realmente valer a pena investir, recomendo aos amigos e familiares. Mas, aquelas que não atendem aos requisitos básicos durante a construção, não recomendo para ninguém comprar ou alugar. Por isso, alguns colegas que sabem da minha predisposição para consultoria nessa área, sempre me procuram quando pretendem adquirir um novo imóvel. Tenho quase sempre boas considerações e informações úteis para tomar a melhor decisão na compra ou aluguel. Recebem consultoria de graça.
Ainda estagiário, adquiri a primeira casa e fiz a reforma, iniciando pela construção de um primeiro piso numa laje aparente que pegava sol durante o dia e irradiava todo o calor para o quarto onde dormíamos com nossa primeira filha Rafaelle, ainda bebê. Não tinha ventilador que vencesse aquele calor infernal. O que nos alegrava era quando chovia que resfriava a laje e conseguíamos dormir um pouco melhor. Além do calor e das “pragas” (mosquitos), ainda tinha a desgraçada da sinusite para me abarrotar o nariz de “fungado” e espirros. Oh! Vida bela!
Enquanto isso, começava a pagar os boletos mensais de um terreno que comprei em longas prestações na Chácara Brasil, investimento de estagiário e professor, que depois tornou-se nosso lar. Doce lar!
Investimento de 15 anos de espera das minhas filhas e esposa, que puderam comemorar comigo, após 12 anos de construção, onde todos os nossos recursos estavam investidos, bem como empréstimos da cooperativa de crédito da Alumar, os salários de professor (meu e da minha esposa) e de profissional de SSMA, que nos permitiram concluir e usufruir desta bênção de Deus. Eu, minha esposa e minhas filhas.
Passei 12 anos construindo a minha casa. Com atenção a cada detalhe, desde o projeto. Entre erros e acertos, foi uma demora feliz até o dia da mudança, após ter sido pintada, gradeada, com piso no esquadro e um lindo jardim de frente para a varanda. Tudo isso faz parte da minha vocação pela construção. Sem contar os projetos que estão prontos e ainda não tive coragem de transformá-los em belas casas, e naqueles que seriam melhorias e ampliações em alguns imóveis que adquiri e negociei. Em alguns, fui bem-sucedido nas negociações; noutros, nem tanto. Mas a vida continua com erros e acertos, lucros e prejuízos, tristezas e alegrias.
Acho que herdei esse prazer do meu pai que, aos 85 anos de idade, continuava construindo quitinetes para aluguel, derrubando paredes e reconstruindo telhados. Agora deu uma parada para viver mais tranquilo, doou as quitinetes para os filhos.
Meu velho e querido pai – de uma vitalidade e capacidade de realização invejáveis –, você é a minha inspiração para a construção da vida. É o meu melhor exemplo de pessoa empreendedora e determinada como sempre digo a você e aos familiares. Meu pai! Meu Rei!
Não foi por acaso que você construiu um “grande império”. Uma família estruturada, ética, íntegra e responsável. O seu maior patrimônio, que o rato não rói e a traça não consome.
Sem esquecer que, ao lado de um grande homem, sempre existe uma grande mulher. Minha linda, guerreira e carinhosa mãe. Dona Zazá, querida, te amo! Minha Rainha. O amor e a dedicação de vocês à nossa família são exemplos e lições a serem aprendidas e praticadas por todos os seus filhos, netos, bisnetos, tataranetos e gerações futuras. O amor transborda e nunca acaba.
“O amor da família e a admiração dos amigos é muito mais importante do que a riqueza e os privilégios. ” (Charles Kuralt)
Meu pai e minha mãe me permitiram estudar para ser professor de Química (Licenciatura em Química), para trabalhar numa indústria (Química Industrial) e Engenharia Civil (até o 7º período – quando precisei trabalhar para sustentar a minha família – faltando pouco mais de três períodos e estágio para concluir o curso), engenharia ambiental e higiene ocupacional como especialização nas áreas de atuação na profissão que escolhi.
A UEMA espera até hoje pelo meu retorno, após 31 anos de curso trancado – acho que fui jubilado, embora nunca tenha recebido formalmente a notificação (volto a falar sobre este assunto nos próximos parágrafos).
A minha alegria é imensa quando falo desta profissão. Apesar da falta que a graduação em engenharia fez em minha vida e na possibilidade de ascensão em minha carreira, não me permitindo fazer o curso de engenharia de segurança após tantos anos devotados a esta profissão, por escolha e intenso trabalho dedicados a proteger a vida e integridade física dos trabalhadores. O poder da escolha e o amor pelo que faço sobrepõem todas as dificuldades e barreiras que se apresentaram no meu caminho.
Ainda pretendo voltar aos bancos da universidade para concluir uma etapa da minha vida deixada para trás. Num daqueles momentos oportunos, onde as encruzilhadas da vida se apresentam e temos que decidir novos rumos, deixando alguns sonhos por realizar. Sabem por quê?
Em 1989, quando fui convidado a trabalhar na Alumar, após concluir o estágio de formação no curso de química industrial, precisava tomar uma decisão: continuar estudando engenharia civil ou trabalhar numa indústria de alumina e alumínio do Maranhão. Naquele momento, optei pelo trabalho, acreditando estar tomando a melhor decisão para a minha vida. E acredito que foi a decisão mais acertada para: “aquela pessoa, naquele momento, naquela situação”. Porém, algo importante ficou para trás. Toda decisão que tomamos na vida tem vantagens e desvantagens.
Naquela época, com 27 anos de idade, casado há 5 anos com minha linda e sábia esposa, Socorro Sanches, a melhor escolha da minha vida.
“Goza a vida com a mulher que amas, todos os dias da tua vida vã, os quais Deus te deu debaixo do sol, todos os dias da tua vaidade; porque esta é a tua porção nesta vida, e no teu trabalho, que tu fizeste debaixo do sol.” (Eclesiastes 9:9)
Em seguida, o nascimento das nossas 3 lindas filhas Rafaelle, Fabielle e Danielle e o compromisso de trabalhar muito para dar a elas o melhor. Educação, saúde, alimentos, vestimentas e lazer. Possibilitando a elas uma criação digna, sustentada pela sabedoria divina, alicerçada na rocha. Missão árdua e gratificante que assumimos com determinação e bravura.
“Os filhos são herança do Senhor, uma recompensa que ele dá. Como flechas nas mãos do guerreiro são os filhos nascidos na juventude. Como é feliz o homem que tem a sua aljava cheia deles! Não será humilhado quando enfrentar seus inimigos no tribunal. ” (Salmos 127:3-5)
Então, com uma família para sustentar e proteger, não podia me dar o luxo de perder uma oportunidade de emprego – já difícil naquela época, mas não tanto quanto hoje com 5.8, quando parece que não se tem o mesmo valor independentemente de toda experiência e capacidade técnica. Mas é bom reoxigenar, como dizia o saudoso colega de trabalho, Rômulo Rosa. Não importa o tempo e a idade, o que importa é o amor, a fé e a esperança.
“Agora, pois, permanecem a FÉ, a ESPERANÇA e o AMOR, estes três; porém o maior destes é o amor. ” (I Coríntios 13.13)
Ainda jovem, mas responsável e determinado, enveredei pelo caminho do trabalho e da profissão (sinuoso, torto e cheio de pedras no caminho) com muita dedicação, engajamento e amor ao que fazia e faço até hoje. Um misto de felicidade e estresse constantes. Galgando posições pela competência, dedicação e trabalho árduo, nunca pela bajulação, todos os dias, 365 dias por ano após ano. Estagiário, trainee, coordenador, supervisor, especialista e consultor em Meio Ambiente, Segurança do Trabalho e Higiene Ocupacional. E professor em todos estes estágios – afinal essa foi a minha primeira profissão e continuará até os últimos dias. Além dos outros afazeres, como o de escritor, cronista e poeta que completam a minha missão pessoal e profissional.
Hoje reconheço que tomei a decisão certa e reflito sobre o que passou. Os pontos, as vírgulas, dois pontos, exclamações, interrogações, asteriscos, aspas, reticências etc. que se passaram em minha vida me tornaram uma pessoa melhor, um ser humano mais sensível, um marido, um pai e avô mais amoroso e paciente. Um profissional mais capacitado e consciente das minhas virtudes e defeitos. Um professor mais qualificado e ciente de que a educação evoluiu e os interesses dos alunos mudaram. O método de ensino e aprendizagem precisa se adequar aos novos tempos da tecnologia, pouca leitura, muita desatenção, ansiedade e medo do futuro incerto para os jovens estudantes do presente. Só a reengenharia será capaz de nos salvar do caos da educação que reina em nosso país. Por isso, devemos insistir na formação de novos engenheiros e nunca desistir disso.
A conjunção de todas as oportunidades, dificuldades, desafios e possibilidades tornaram possível construir uma bela família, uma carreira brilhante, de sucesso, pautada na ética, transparência, responsabilidade e integridade, herdada dos meus pais e avós, que orientam a minha vida, da minha esposa, de meus filhos, netos e familiares, na busca de um mundo mais justo e fraterno e de uma educação igual para todos, da culinária à medicina, da funilaria à engenharia, sem discriminação de raça, credo ou posição social. Rico e pobre na mesma sala de aula recebendo os mesmos ensinamentos e tendo as mesmas oportunidades. Sem utopia!
“Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele ou por sua origem, ou sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender. E se podem aprender a odiar, podem ser ensinadas a amar, pois o amor chega mais naturalmente ao coração humano do que o seu oposto. ” (Nelson Mandela)
As decisões do passado podem ter sido as mais acertadas para o momento, como citei anteriormente. Mas, sempre resta a dúvida e o incômodo sobre os motivos que fazem mudar o rumo de nossa vida e desviar as trajetórias. Tudo só é possível agora porque escolhi aquele caminho no passado. Hoje decidi escrever sobre engenharia, contar um pouco do passado e refletir sobre o presente, sem ter concluído o curso de engenharia civil. Reconhecendo que esta profissão faz parte da minha vida a ponto de recomendá-la aos jovens brasileiros que buscam o crescimento e o sucesso através da engenharia.A estes jovens sonhadores e destemidos a minha singela reflexão poderá representar um Oásis no deserto ou uma luz no fim do túnel.
No futuro, escreverei contando um pouco sobre o passo seguinte que devemos dar a cada dia para que as nossas “estórias” não fiquem incompletas. Para que nossos desejos não se transformem em frustrações. Os sonhos não se confundam com a realidade e morram afogados nas lamentações ou no lamaçal de intrigas e desilusões. E que sejam tragados pelos ofuscados desejos de “crescer”, formar famílias, superar desafios e vencê-los a cada dia. Assim poderemos vencer as sucessivas batalhas, transpor barreiras e redirecionar as nossas metas e objetivos para atingirmos a excelência tão sonhada e idolatrada pelos gurus da atualidade.
“Você cria seu próprio universo à medida que avança. ” (Winston Churchill)
A cada dia somos novas criaturas, somos diferentes, mais fortes ou fracos, determinados ou indecisos, vencedores, mais que vencedores ou perdedores, dependendo do que alimentamos nossa mente.
“A Mente é uma força poderosa. Ela pode nos escravizar ou nos fortalecer. Ela pode nos mergulhar nas profundezas da miséria ou nos levar às alturas do êxtase. Aprenda a usar o poder com Sabedora. ” (David Cuschieri)
Tudo o que aconteceu passou! Não foi apenas uma obra do acaso. Foram bênçãos de Deus em nossa vida para nos fortalecer e nos preparar para o futuro de incertezas e lutas. Só nos resta agradecer porque recebemos muito mais do que merecemos. E podemos ser muito mais do que imaginamos, basta transformarmos planos em ação. A distância entre sonho e realidade se chama ação. Assim seremos cada dia melhores engenheiros de nossa vida, porque a primeira engenharia que devemos aprender a dominar é a nossa própria capacidade de pensar grande, de realizar o impossível, de construir pontes para o horizonte belo e absorver os impactos dos fracassos com a mesma intensidade dos sucessos.
Os melhores engenheiros conhecem bem o seu potencial antes de aprenderem os cálculos complexos das estruturas dinâmicas. Sabem ouvir a si mesmos antes de perceberem as vibrações das ondas de rádio. Entendem a dinâmica do sangue em suas veias antes da dinâmica dos fluidos nas tubulações de gases tóxicos. Assim viveremos melhores como engenheiros da própria vida, num mundo onde cada corpo é uma estrutura, cada órgão um pilar. Cada célula um tijolo. E todos juntos “construímos”, somos a massa de cimento, areia e cal que possibilita o rejunte dos tijolos que edificam essa nação de engenheiros brasileiros. Viva a engenharia e os engenheiros!

São Luís, 11 de dezembro de 2020.
Extrato do original publicado em 07 de fevereiro de 2017, na crônica: “Por que a Engenharia Civil me fascina e encanta”. Do Livro: A Jangada Passou
José Carlos Castro Sanches
É químico, professor, escritor, cronista e poeta maranhense.
Membro Efetivo da Academia Luminense de Letras – ALPL

Autor dos livros: Colheita Peregrina, Tenho Pressa, A Jangada Passou; No Fluir das Horas é tempo de ler e escrever, A Vida é um Sopro, Gotas de Esperança e outros nove livros inéditos.
Visite o site: falasanches.com e a página Fala, Sanches (Facebook) e conheça o nosso trabalho como escritor, cronista e poeta.
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NOTA: Esta obra é original do autor José Carlos Castro Sanches e está licenciada com a licença JCS11.12.2020. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original. Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas. Esta medida fez-se necessária porque ocorreu plágio de algumas crônicas do autor, por outra pessoa que queria assumir a autoria da sua obra, sem a devida permissão – contrariando o direito à propriedade intelectual amparado pela lei nº 9.610/98 que confere ao autor Direitos patrimoniais e morais da sua obra.