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PANE NO ELEVADOR! E AGORA?

Por José Carlos Castro Sanches

“Pegar um elevador para o segundo andar, pode custar mais caro que subir apenas dois lances de escada. ” (Ale Villela)

Numa sexta-feira ensolarada de verão na Ilha de São Luís do Maranhão, saí para caminhar com o sol embaçado pelas nuvens, eu usava um chapéu de palha, ora a nuvem encobria o sol o retirava; ora o sol reaparecia e o colocava para proteger a cabeça brilhante que alguns chamam de careca, outros de calvície. Nesta estação do ano o calor provoca a evaporação mais rápida da água acumulada nos solos, resultando em chuvas constantes na capital maranhense.

De verdade eu queria apenas passear pelas áreas do condomínio, apreciar a beleza da natureza e ouvir o canto dos pássaros que convivem harmonicamente com as pessoas neste maravilhoso paraíso. Como sempre nestes momentos surgem as novidades que inspiram o cronista a escrever sobre algo inesperado que chama a atenção ou merece reflexão.

Dessa vez, logo na primeira passagem em volta dos jardins de recreio do condomínio visualizei um jovem senhor falando alto ao telefone como se estivesse brigando com alguém do outro lado da linha, não me ative à situação porque deveras estava destinado a caminhar. Todavia, logo à frente cruzou comigo um ancião de nome Sálvio, que usava camisa, bermuda e boné vermelhos e caminhava em sentido contrário ao meu. Ao cruzarmos vi uma inscrição na camisa dele e perguntei-lhe o significado – ele gentilmente explicou – e acrescentou, apontando para o prédio vizinho: “ali naquele prédio tem um senhor e um sobrinho presos no elevador há mais de meia hora e ainda não foram resgatados”, nos despedimos e seguimos a caminhada para lados opostos.

Adiante, depois de mais uma volta em círculo na área, percebi o jovem senhor ainda desesperado ao telefone, sem autorização para entrar no condomínio buscando ajuda para o irmão e sobrinho que estavam presos no elevador do quinto andar. Passaram-se quase sessenta minutos sem ação do síndico e condôminos para socorrê-los, então, a pessoa retida buscou ajuda externa de um irmão para ajudá-lo no resgate, por meio do telefone celular. Visto que não conseguia êxito por meio dos contatos locais.

Eu estava curioso para saber o que se passava. Aproximei-me do cidadão que telefonava à frente do portão de acesso ao condomínio e perguntei-lhe o que se passava com o propósito de ajudá-lo, ele então disse: o meu irmão e sobrinho estão presos num elevador há mais de uma hora e ninguém consegue tomar uma ação para socorrê-los, já liguei para o síndico do condomínio e não obtive sucesso. E continuou: soube que tem uma chave de emergência do elevador na portaria do prédio, mas o pessoal não está autorizado a abrir a porta do elevador – indagou: imagina se é um cardiopata como eu, ou uma pessoa que tem medo de ambiente fechado; um hipertenso pode sofrer um infarto ou entrar em desespero. Disse também: já liguei para a Polícia Militar e para o Corpo de Bombeiros e irei abrir um B.O (Boletim de Ocorrência) na polícia, tão logo o meu irmão e sobrinho sejam liberados.

Entendi que as providências avançavam e em nada poderia ajudar e segui a caminhada. Na volta seguinte percebi que um outro irmão de uma das pessoas retidas havia chegado para ajudar nos contatos e, em seguida chegou um trabalhador com uma caixa de ferramentas, cruzou a portaria apressado e seguiu para abrir a porta do elevador; pelo que soube era um profissional de uma empresa de manutenção de elevadores que daria suporte no resgate.

Tudo seguia lentamente como se nada estivesse acontecendo com os dois retidos, desesperados na expectativa de sair rapidamente daquele lugar indesejado. Logo em seguida chegou um veículo do corpo de bombeiros… enquanto eu segui o meu destino sem saber o desfecho final do ocorrido.

“A vida é como um elevador.
Às vezes no térreo!
Às vezes na cobertura!
Outras vezes precisamos subir pelas escadas.” (Silvério Assis)

Ao retornar para o condomínio onde eu moro fui imediatamente à procura do administrador informar do ocorrido no prédio vizinho e, também, com o propósito de conhecer o procedimento de emergência para resgate em elevador bloqueado. O atencioso jovem que atendeu – explicou-me o procedimento adotado e seguiu de imediato para conversar com a equipe da portaria do nosso condomínio.

Sem ter a intenção de discorrer tecnicamente sobre a questão em referência, tampouco me aprofundar na temática, quero apenas deixar algumas perguntas para os síndicos, administradores de condomínios e condôminos: no seu condomínio ou prédio tem um plano de emergência para resgate de “pessoas retidas” em elevadores? Existe um plano de manutenção dos elevadores e está sendo cumprido no prazo? Em caso de emergência envolvendo elevadores as partes envolvidas sabem como atuar? Foi realizado treinamento para atendimentos emergenciais do tipo salvamento em elevadores? Os usuários sabem como proceder em caso de bloqueio do elevador? Os meios de comunicação disponíveis são testados e eficazes?

“A vida não tem elevador.
Infelizmente é um degrau depois do outro..” (Raniere Gonçalves)

Sei que escrever sobre um fato ocorrido com outra pessoa é fácil. O difícil é estarmos preparados para o imprevisto. Como nada podemos fazer senão comunicar o ocorrido e esperar pela ajuda externa. Não entre em pânico.

Pânico no Elevador - Como agir? - Ma Consultoria e Treinamentos

A melhor alternativa até a chegada do atendimento é manter a calma e o equilíbrio; o desespero atrapalha em qualquer situação. Para os claustrofóbicos o melhor caminho é a escada, até que seja superado o medo de ambientes fechados ou assegurado que os elevadores não sofrerão pane. Se você almeja um objetivo na vida, use as escadas, certo de que pode tropeçar, cair e levantar mais forte. Elevadores falham, nem sempre funcionam.

“O elevador da vida não é diferente dos demais, ele sobe e desce e é você que escolhe onde vai ficar.”  (Alex Holliwer)

São Luís, 07 de janeiro de 2022.

José Carlos Castro Sanches

É químico, professor, escritor, cronista e poeta maranhense.

Membro Efetivo da Academia Luminense de Letras, da Academia Maranhense de Trovas, da Associação Maranhense de Escritores Independentes, da União Brasileira de Escritores e do PEN Clube do Brasil.

Visite o site falasanches.com e a página “Fala, Sanches” (Facebook) e conheça o nosso trabalho.

Adquira os Livros da Tríade Sancheana: Colheita Peregrina, Tenho Pressa e A Jangada Passou, na Livraria AMEI do São Luís Shopping ou através do acesso à loja on-line www.ameilivraria.com; os livros da Trilogia da Vida: No Fluir das Horas, Gotas de Esperança e A Vida é um Sopro!, no site da Editora Filos: https://filoseditora.com.br/?s=Sanches

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NOTA: Esta obra é original do autor José Carlos Castro Sanches e está licenciada com a licença JCS07.01.2022. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original. Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas. Esta medida fez-se necessária porque ocorreu plágio de algumas crônicas do autor, por outra pessoa que queria assumir a autoria da sua obra, sem a devida permissão – contrariando o direito à propriedade intelectual, amparado pela Lei nº 9.610/98, que confere ao autor direitos patrimoniais e morais da sua obra.

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