Por José Carlos Castro Sanches

“E que a gente consiga renascer quantas vezes forem necessárias para ser feliz e, mais que isso: para fazer o outro feliz…” (Virgínia Mello)
Um dia de cada vez. Na tarde de 07 de dezembro de 2021, reuniram-se quarenta trovadores maranhenses no Auditório FeliS da Praça Maria Aragão, durante a 14ª Feira do Livro de São Luís – FeliS, para tomarem posse como Membros Efetivos da Academia Maranhense de Trovas – AMT. O que parecia um simples encontro de escritores e apreciadores da literatura, arte e cultura tomou vulto e transformou-se num espetáculo de encanto, beleza, sorriso, alegria, entusiasmo, desprendimento, música, integração e graciosidade.
A felicidade era transbordante e visível em cada ação. Tudo se fez possível porque as pessoas que ali estavam, acadêmicos, familiares, amigos, organizadores da 14ª FeliS, da festividade de posse e demais participantes tornaram possível aquele momento de felicidade plena para todos. Como dizem um estado de risos intermináveis, não só risos que aparecem da boca, mas aqueles que vem do coração e escapam pelos olhos, boca, pele, ouvido…era o corpo sorrindo e nos fazendo sentir em paz e cheios de vida. É o estado de epifania, de união com Deus, vivido de forma consciente ou inconsciente, quando expressamos o sentimento puro e verdadeiro e sentimos a felicidade sem saber porque. Eu sabia o porquê: estávamos todos laureados pela divina emoção do trovadorismo, recebendo mais um ouro na olimpíada da vida literária.

A posse simboliza o “Renascimento da Trova no Maranhão”, movimento que foi encabeçado por Wanda Cunha com a “Recriação da Academia Maranhense de Trovas”. Seguindo os passos do seu pai, Luís Carlos da Cunha, nascido em São Luís do Maranhão em 18 de maio de 1933, filho de Carlos José da Cunha e Edith Campos Cunha.
Carlos Cunha pai de oito filhos: Wanda Cristina Cunha da Silva, Rossana Cristina da Cunha, Carlos Anaxímenes da Cunha, Rosana Cristina da Cunha Andrade, Daniela Cristina da Cunha e os saudosos, Carlos Anaximandro da Cunha, Isabel Cristina da Silva Rodrigues e Teresa Cristina da Cunha. Foi professor, jornalista, crítico literário, ensaísta, poeta, cronista, graduado em história e geografia e membro efetivo da Academia Maranhense de Letras. Fundador da “Academia Maranhense de Trovas”, em 07 de dezembro de 1968. Faleceu em 2007. Ele deixou um grande legado, que hoje resgatamos: “Nasceu, morreu, renasceu e progride sempre, tal é a lei”. Ele permanece entre nós como trovador e poeta nato.

Renascer significa: nascer de novo, recuperar forças, reviver. A Fênix, segundo a mitologia grega, renasceu das próprias cinzas, assim como, as flores renascem na primavera e os homens após longa enfermidade. Renasce a Academia Maranhense de Trovas, não como a Fênix, mas como as flores que renascem na primavera para enfeitar os jardins, produzir sementes e dar bons frutos, mantendo o ciclo de vida ativo, criativo e dinâmico tal qual a trova que perdura desde a Idade Média, até os nossos dias. Como disse Vinicius de Moraes: “Nada renasce antes que se acabe. E o sol que desponta tem que anoitecer”, antes que chegue a saudade das trovas.
Posso declarar que a retomada da trova no Maranhão é fruto de Carlos Cunha; e que o amor, o reconhecimento e a gratidão de Wanda Cunha por seu pai tornaram possível a reinauguração da “Academia Maranhense de Trovas”. Carlos Cunha, renasceu com a Academia Maranhense de Trovas e se juntam a ele, todos aqueles que acreditam no Trovadorismo, e na importância da Trova para a Literatura. A trova como a primavera renasce cada dia mais bela, uma flor perfumada e singela. O que era saudade agora é realidade, o que era treva agora é luz, a escuridão virou dia na trova do coração.

Tudo agora passa a ser “O Presente Renovado do Renascimento”, o trovadorismo assumirá papel de destaque no Maranhão e juntos elevaremos a “Trova” ao mais alto pedestal da Glória. O pódio será o lugar ocupado por todos os trovadores da “Academia Maranhense de Trovas – AMT”, que inicia a sua história de forma magistral.
Em 28 de agosto de 2021, ocorreu a solenidade de retomada da AMT, idealizada e fundada em 1968, pelo “Professor, escritor, declamador, poeta, cronista, teatrólogo, crítico literário, historiador e trovador, Carlos Cunha. Trinta e um anos depois da sua morte a Jornalista e Escritora Wanda Cristina da Cunha e Silva retoma os passos do seu pai fundando a “Academia Maranhense de Trovas” e no dia 07 de dezembro de 2021, ocorreu a solenidade de posse dos Membros Efetivos. Momento impar de engrandecimento da Literatura, Arte e Cultura Maranhense que pudemos vivenciar com alegria.

Fazia-se necessária a participação ativa de um grupo de pessoas determinadas a transformar um sonho em realidade por meio da ação. Era chegada a hora de reunir num compromisso inadiável os “Trovadores Fundadores da Academia Maranhense de Trovas”: Adilson Theodoro de Jesus, Albiane Oliveira Gomes, Battista Soarez, Campos Filho, Carol Cunha, Carlos Anaxímenes da Cunha, Carlos Furtado, Celso Lima, Clores Holanda Silva, Dilercy Aragão Adler, Dinacy Correia, Emanuelle Ferreira, José Eulálio Figueiredo de Almeida, Joana Bittencourt, Fernando Ferraro, Franci Monteles, Goreth Pereira, Gracilene Pinto, Gustavo Carneiro, Ivone Silva Oliveira, José Antônio Ferreira da Silva, José Carlos Castro Sanches, Josenilde (Jozy) Castro Sanches Sampaio, José Maria Brito Lopes, Karla Oliveira, Ligia Almeida, Luciana Cunha, Maria Fernanda, Maria Haickel, Neuzimar (Neuza) Mandu, Nicolau Fahd, Paulino Dimaré, Paulo Bertholdo, Pedro Oliveira Dutra Neto, Rosira Soares, Rossana da Cunha, Saulo Dâmaso, Tereza Cristina da Cunha e Silva, Wanda Cunha, Washington Menezes, Yondara Vargas. Dentre outros trovadores presentes não citados. Viva a Vida! Viva a Academia Maranhense de Trovas! Viva a Trova! Viva a Liberdade! A Liberdade nasce na consciência.

(P.S Incluirei o nome dos demais confrades e confreiras não citados).
“A vida humana não tem só um nascimento, só uma infância, é feita de vários renascimentos, de várias infâncias ”. (Francesco Alberoni)
São Luís, 08 de dezembro de 2021.
José Carlos Castro Sanches
É químico, professor, escritor, cronista e poeta maranhense. Membro Efetivo da Academia Luminense de Letras, da Academia Maranhense de Trovas, da Associação Maranhense de Escritores Independentes, da União Brasileira de Escritores e do PEN Clube do Brasil.

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