Por José Carlos Castro Sanches
“Aqueles que passam por nós, não vão sós, não nos deixam sós. Deixam um pouco de si, levam um pouco de nós. ” (Antoine de Saint-Exupéry)
Neste dia 05 de agosto de 2020, conversava com um amigo escritor da Academia Maranhense de Letras – AML, que lamentava a perda prematura de dois confrades ocorrida nos dias 03 e 04 deste mês. Então, resolvi prestar-lhes uma homenagem póstuma, estendendo a outros colegas que tiveram o mesmo destino, que todos nós teremos.
Com júbilo e maestria deixaram as suas marcas registradas por onde passaram, quando em vida. Assim, merecem os nossos aplausos também “in memoriam. ”, além daqueles que receberam em vida – certamente de maior valia. Sem desmerecer as flores póstumas, que sempre digo que não têm perfume, nem valor aos que se foram, apenas um simbolismo para amainar a dor e o sofrimento dos que ficam na saudade.
Dedico a eles esta crônica nestes dias em que o luto se abateu sobre a Academia e deixou o meu amigo SMD sem jeito para conversa pela dor muito grande devido à perda dos grandes amigos.
Waldomiro Antonio Bacelar Viana, Bacharel em Direito pela Universidade Federal do Maranhão, exerceu, ao longo da vida, diversas funções públicas. Foi membro titular do Conselho Estadual de Cultura do Maranhão; do Conselho Universitário da UFMA e do Conselho Administrativo da EMATER. Integrante do Tribunal de Justiça do Maranhão, e membro da National Geographic Society, do Conselho Curador da Fundação José Sarney e da Academia Sambentuense de Letras. Além de ter publicado diversas crônicas e artigos em jornais ludovicenses, deixando um verdadeiro legado para a imprensa maranhense. Ocupou a cadeira No 2 da Academia Maranhense de Letras – AML. Autor de “O Mau Samaritano” e “Graúna em Roça de Arroz”, entre outros.
Mílson de Souza Coutinho deixa legado literário e jurídico e sobretudo uma história de sucesso decorrente da sua determinação para superar desafios e transpor as adversidades com determinação e bravura. Um homem que soube viver entre os seus com carisma, afabilidade, simpatia e empatia. Com educação e respeito se fez admirável em todos os lugares por onde passou e assumiu posição de destaque, não se deixou envaidecer pelos cargos e fazia da sua rotina de vida uma missão agradável para si e para os que o rodeavam, em família ou labor. Escreveu “Síntese Histórica do TER do Maranhão”, José Sarney – Memorial dos 80 anos, entre outras obras.
Um admirável combatente que fez por merecer os atributos e honrarias que recebeu em vida e ora após a sua partida para os braços do pai, onde certamente terá lugar de honra. Mantendo em nossas lembranças as suas contribuições para o jornalismo, educação, advocacia, literatura, procuradoria, magistratura e Academia Maranhense de Letras, deixando vaga a cadeira No 15, que ocupara com destaque até o último dia de vida entre os acadêmicos daquela prestigiada casa das letras da qual ele se orgulhava de fazer parte. Assim deixa o seu legado para as futuras gerações, a eterna lembrança para os familiares e amigos e, um vácuo que nunca será preenchido.
Não tão distante em 28 de maio de 2020, também tivemos a perda do ilustre acadêmico, advogado e professor José Maria Cabral Marques, homem de conduta ilibada e reputação, ocupante da cadeira No 38 na AML. Este que no dia 06 de abril de 2001, foi recepcionado por Mílson Coutinho na renomada Academia de Letras do Maranhão, onde tomou posse. Deste tenho a lembrança de quando à minha época de estudante na Universidade Federal do Maranhão, ocupava o cargo de Reitor, e, após algum tempo nos encontros esporádicos que mantive com a família Marques, através da amiga Cristina Freire, no período em que juntos trabalhávamos no departamento de SSMA na Alumar.
No dia 04 de junho de 2020, tivemos também a perda do confrade e escritor maranhense, natural de Ouro Velho, distrito de Caxias do Maranhão, Salomão Magalhães Dantas, autor do livro “Tópicos de Um Poeta” e “Decantar”, membro fundador da Academia Luminense de Letras – ALPL, ocupou a cadeira No 2, tendo como Patrono Gonçalves Dias.
Homem sábio de origem humilde que soube valorizar as oportunidades que a vida lhe ofereceu, sendo um exemplo e lição de vida para os seus familiares e contemporâneos. Que Deus possa deixar florir lá no céu os poemas, crônicas e a literatura de cordel do ilustre Salomão Dantas.
A honra e a dignidade destes grandes propagadores de conhecimento e sabedoria se multiplicarão entre os seus adeptos e admiradores. Assim como a literatura, que não deixa morrer os imortais, a lembrança viva daqueles que fizeram a diferença permanecerá entre os seus seguidores por toda a eternidade.
Digo que a dor da perda destes imortais aumenta quando associada à dor da falta que farão no seio familiar e nos meios onde atuavam realizando as missões a que se propunham com galhardia nas suas atividades profissionais, sociais, acadêmicas e religiosas, entre outras áreas de atuação.
A verdade é que neste momento nos sentimos incapazes de encontrar as palavras para descrever a dor pela perda dos confrades: Waldomiro Antonio Bacelar Viana, Milson Coutinho, José Maria Cabral Marques e Salomão Dantas. Que Deus os tenha em bom lugar.
Expresso aqui o meu profundo pesar aos familiares e amigos dos colegas que partiram para junto do pai, após efêmera passagem pela terra, onde deixaram sua contribuição para um mundo melhor, mais justo e fraterno.
“Em nossas vidas, a mudança é inevitável. A perda é inevitável. A felicidade reside na nossa adaptabilidade em sobreviver a tudo de ruim. ” (Buda)
São Luís, 05 de agosto de 2020.
José Carlos Castro Sanches
É químico, professor, escritor, cronista e poeta maranhense.
Membro Efetivo da Academia Luminense de Letras – ALPL
Autor dos livros: Colheita Peregrina, Tenho Pressa, A Jangada Passou; No Fluir das Horas é tempo de ler e escrever, A Vida é um Sopro, Gotas de Esperança e mais nove livros inéditos.
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NOTA: Esta obra é original do autor José Carlos Castro Sanches, com crédito aos autores e fontes citadas, e está licenciada com a licença JCS05.08.2020. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original. Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas. Esta medida fez-se necessária porque ocorreu plágio de algumas crônicas do autor, por outra pessoa que queria assumir a autoria da sua obra, sem a devida permissão – contrariando o direito à propriedade intelectual amparado pela lei nº 9.610/98 que confere ao autor Direitos patrimoniais e morais da sua obra.