Por José Carlos Castro Sanches
“O verdadeiro heroísmo consiste em persistir por mais um momento quando tudo parece perdido. ” (W.F. Grenfel)
Eu andava à procura de uma referência para saber o caminho seguro que deveria seguir. Caminhava entre espinhos, flores, pregos e algodão. Suspirava, respirava, cantava, chorava, agradecia e reclamava tudo era possível naquela viagem solitária que fazia comigo mesmo.
O horizonte era belo, o sol ardente, o vento soprava favorável, depois tudo ficava nublado, as nuvens encobriam o sol e o vento espreitava o tempo com um olhar de quem despreza a realidade e se acolhe na clausura.
E a terra girava em volta do sol, as estrelas na noite nos lembravam os reis magos, a lua cheia refletia a luz com uma simpatia indescritível e bela, depois o pesadelo chegava e mostrava que tudo parecia diferente do real, o mundo dava cambalhotas desordenadas por caminhos tortuosos, o povo sofria as mazelas da Covid-19, mas existia uma esperança na cura, na volta da felicidade e na maior interação entre as pessoas após a pandemia.
“A felicidade não está na estrada que leva a algum lugar. A felicidade é a própria estrada. ” (Bob Dylan)
Dizia-se que tudo seria diferente para os que sobrevivessem àquela peste, e, todos queriam estar vivos para comprovar a profecia. Os maus, os bons, os cristãos, os ateus, os pobres, os ricos, os heterossexuais, os homossexuais, os índios, os brancos et cetera todos se igualavam diante do vírus, ninguém era melhor do que ninguém.
No leito dos hospitais, todos eram pacientes – impacientes para saírem rápido de lá, até mesmo os que estavam se tratando em casa queriam voltar a passear pelas ruas, visitar os familiares, receber os amigos. Estava tudo diferente, o comportamento das pessoas havia mudado, o amor parece ter desabrochado até nos corações mais duros.
Algo de bom parecia ser extraído daquele ambiente hostil que se apresentava. Um olhar, um sorriso, uma palavra, uma ligação, uma mensagem tudo valia a pena naquela selva de pedra que se instalara em cada caverna solitária. Prosperava o tédio, a angústia, a ansiedade, a depressão e se multiplicavam os vírus entre os familiares confinados, talvez propositalmente pelos governantes insensatos e insensíveis.
“Não há uma estrada real para a felicidade, mas sim caminhos diferentes. Há quem seja feliz sem coisa nenhuma, enquanto outros são infelizes possuindo tudo. ” (Luigi Pirandello)
Encontrei a bússola perdida que me mostrou o caminho para uma vida serena, sem medo. Ela estava entre as folhagens do jardim no quintal da minha casa. Parece que há anos não funcionava, mas tinha ponteiros, uma cor desbotada pelo tempo e uma inscrição ao fundo, que dizia: “Porque andamos por fé e não por vista” (2 Coríntios 5:7).
Fiquei a me indagar sobre o que significava aquela mensagem. Não encontrei outra resposta senão seguir os ensinamentos do pai. A fé remove montanhas. Em seguida a bússola me fez recorrer aos fundamentos bíblicos e mais uma vez refletir:
“Sendo assim, fixamos nossos olhos, não naquilo que se pode enxergar, mas nos elementos que não são vistos; pois os visíveis são temporais, ao passo que os que não se veem são eternos. A morada eterna do cristão. ” (2 Coríntios 4:18).
Então, resolvi encerrar por aqui. Sabe quando encontramos algo que estava perdido que não procurávamos, fiquei impressionado com a resposta espontânea que surgiu do nada ou de Deus, durante a narrativa. Comecei esta crônica apenas com uma frase na cabeça “A Bússola Perdida” e ao final encontrei um tesouro. A vida nos apresenta surpresas. Nada ocorre por acaso.
“As decepções, as derrotas, o desânimo são ferramentas que Deus utiliza para mostrar a estrada. “ (Paulo Coelho)
Agora vou tentar entender o que o soberano pai, criador do céu e da terra quis me dizer com estes dois versículos. Se você souber interpretar a mensagem divina me ajude que ainda sou carente dessa capacidade. Preciso exercitar mais a religiosidade em tempos de fartura e bonança, não apenas nos momentos de fraqueza e medo.
Fiquem com Deus!
“Uma palavra e tudo está salvo / Uma palavra e tudo está perdido. ” (André Breton)
São Luís, 17 de maio de 2020.
José Carlos Castro Sanches
É químico, professor, escritor, cronista e poeta maranhense.
Membro Efetivo da Academia Luminense de Letras, União Brasileira de Escritores e PEN Clube do Brasil.
Autor dos livros: Colheita Peregrina, Tenho Pressa, A Jangada Passou; No Fluir das Horas é tempo de ler e escrever, A Vida é um Sopro, Gotas de Esperança e doze livros inéditos.
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NOTA: Esta obra é original do autor José Carlos Castro Sanches, com crédito aos autores e fontes citadas, e está licenciada com a licença JCS17.05.2020. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original. Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas. Esta medida fez-se necessária porque ocorreu plágio de algumas crônicas do autor, por outra pessoa que queria assumir a autoria da sua obra, sem a devida permissão – contrariando o direito à propriedade intelectual amparado pela lei nº 9.610/98 que confere ao autor Direitos patrimoniais e morais da sua obra.
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