Por José Carlos Castro Sanches

Eu dirigia o meu Renault branco 1.0, pelas ruas congestionadas de São Luís, com destino ao trabalho numa segunda-feira ensolarada de início da primavera, quando percebi que o (h)odômetro registrava 999 km. Aquele número chamou minha atenção e tive a ideia de tirar uma foto para registrar o momento, como o aparelho celular estava dentro de uma mochila no banco traseiro do veículo necessitei de alguns segundos para estar com ele em mãos. Tomei posse do celular. Enquanto isso o trânsito fluía lentamente, desloquei o veículo seguindo o fluxo e em seguida me preparei para tirar a foto, enfim consegui, todavia para minha surpresa, naquela fração de segundos, devido a um pequeno deslocamento, o flash captou a imagem de 1000 km, não mais 999.

Aquela simples mudança de quilometragem, coincidentemente naquele instante me fez pensar sobre a efemeridade da vida. As coisas passam em fração de segundos, por isso devemos viver intensamente cada momento presente. Por vezes demoramos para tomar uma decisão ou ação e a oportunidade passa e não volta mais. Por isso tenho pressa! A oportunidade é como a flecha lançada e a palavra dita, não voltam jamais ao mesmo tempo e lugar. O tempo presente é único.
Na sequência registrei num áudio do celular o fato surpreendente e compartilhei com a minha esposa Socorro Sanches, filhas Rafaelle, Fabielle e Danielle Sanches e com o amigo Pedro Neto que naquele instante trocava mensagem comigo sobre um belo livro de crônicas e contos que estamos escrevendo em parceria e brevemente estará nas livrarias da cidade.
Logo depois tive um encontro com o amigo Márcio Paolucci que no dia 26 de setembro de 2021, completou 4.7 anos, durante as comemorações do seu aniversário organizado pela equipe de trabalho na CIMAR – Cimentos do Maranhão S.A. Contei-lhe sobre o ocorrido e ele disse: “Você sabe que se engrenasse a marcha à ré de imediato no seu veículo a quilometragem voltava para 999? ”. Entretanto, o mesmo não ocorre conosco, o que passou, passou, não tem mais volta! Parabenizei-o pela passagem de mais uma primavera, desejei-lhe saúde, paz, vida abundante e reforcei a necessidade de vivermos intensamente cada segundo, visto que a vida é efêmera. Nada que passou tem volta e o futuro é incerto, um segundo depois. Então, só nos resta vivar o presente! E agradecer pela vida. Viva a vida!


P.S. Meu amigo Márcio Paolucci, fiquei intrigado com sua afirmação e fui pesquisar sobre a redução da quilometragem no (h)odômetro quando em marcha à ré e descobri que isso ocorria antigamente quando os (h)odômetros eram mecânicos, os atuais não voltam ao registro anterior. Nos (h)odômetros digitais é possível identificar quando o “Zé Marcha a ré” adulterou a quilometragem do veículo. Descobri também que “Zé Marcha a ré” é o especialista na desonesta tarefa de voltar a quilometragem do (h)odômetro para “rejuvenescer” o carro. Ele é especialmente requisitado em lojas de usados, pois a primeira pergunta que o potencial comprador faz é “Qual a quilometragem? ”. Mas, isso é assunto para outra crônica. Vivendo e aprendendo!

São Luís, 27 de setembro de 2021.
José Carlos Castro Sanches
É químico, professor, escritor, cronista e poeta maranhense.
Membro Efetivo da Academia Luminense de Letras, Academia Maranhense de Trovas, União Brasileira de Escritores e PEN Clube do Brasil.

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NOTA: Esta obra é original do autor José Carlos Castro Sanches e está licenciada com a licença JCS27.09.2021. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original. Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas. Esta medida fez-se necessária porque ocorreu plágio de algumas crônicas do autor, por outra pessoa que queria assumir a autoria da sua obra, sem a devida permissão – contrariando o direito à propriedade intelectual, amparado pela Lei nº 9.610/98, que confere ao autor direitos patrimoniais e morais da sua obra.


