Por José Carlos Castro Sanches
“Há pessoas que choram por saber que as rosas têm espinho. Há outras que sorriem por saber que os espinhos têm rosas! ” (Machado de Assis)
Era um domingo de março, minha esposa e eu fomos convidados para almoçar na casa do enamorado da minha filha, a poucos quilômetros de onde moramos na Ilha do Amor. Ele queria convencer os futuros sogros de que era um homem gentil, exímio cavalheiro, além de bom assador de peixes. A sorte dele estava lançada aos nossos olhares, paladares e julgamentos.
A intensa chuva parecia querer durar por todo o dia, quando repentinamente o tempo ficou sereno, a chuva cessou, caminhamos para o estacionamento a céu aberto a alguns passos do nosso recanto encantado. Pegamos a Ferrari Prata e seguimos ao encontro dos anfitriões, que a todo instante enviavam mensagem informando que o peixe estava na brasa e que não deveríamos demorar, para não comer frio, o que certamente seria um ponto negativo na apreciação do pretendente.
Quando lá chegamos a alegria e entusiasmo estavam estampados nos rostos de Balbino, Fabi e Julie, a satisfação era visível e a receptividade festiva, fomos acolhidos com amor e carinho pelo casal. Balbino e Fabi começaram bem nas boas-vindas, mas Balbino, precisava convencer no tempero. Para facilitar levamos o arroz cozido ao alho, feito com esmero pela sogra, para acompanhar a peixada assada na brasa, que eu esperava atender à nossa expectativa.
A churrasqueira fica no piso inferior do quintal, a céu aberto, próximo ao porão, na encruzilhada entre as duas paredes do muro alto, mantendo o dileto anfitrião exposto ao chuvisco enquanto assava os tambaquis. Ele demonstrava não ter medo da chuva, além de não reclamar da condição a que estava exposto, contando a seu favor na avaliação do cronista.
“A sorte afeta tudo. Deixe o seu anzol sempre lançado. No riacho onde menos esperar, haverá um peixe. ” (Ovídio)
Enquanto ele preparava o peixe, eu tentava entender um desenho com detalhes sobre o encaixe correto das peças para armação das novas cadeiras. Eram quatro pernas de madeira, um assento de plástico branco com encosto, um suporte estrutural de ferro para suportar as peças de madeira formando a base de sustentação da cadeira, se juntavam ao pacote: a especificação de montagem, quatro peças metálicas, parafusos, porcas, arruelas e chaves manuais para uso durante a instalação.
Um kit completo para amadores ou profissionais realizarem o serviço, após adquirirem o produto. Não foi fácil entender as orientações, depois de um certo tempo avaliando e tentando realizar o intento, buscamos ajuda no YouTube para concluirmos a missão.
Segui tentando, parei para almoçar e após a deliciosa refeição e a sobremesa de sorvetes, servida por Julie. Balbino e eu concluímos o trabalho, finalmente as cadeiras estavam prontas para uso.
Mais uma vez eu tive a convicção de que nunca devo desistir, sempre que houver dúvida usarei de modéstia, humildade e sabedoria para buscar ajuda de fontes confiáveis e independentes. Mesmo diante das dificuldades durante a montagem, obtivemos êxito na empreitada porque soubemos agir com paciência. Também, percebi que quando estamos dispostos a superar desafios e adversidades, sempre teremos maior probabilidade de sucesso.
“Não basta dirigir-se ao rio com a intenção de pescar peixes; é preciso levar também a rede. ” (Provérbio Chinês)
Eu e a minha querida esposa fomos agraciados com o melhor da culinária Balbínica, em terras Tupinambás, a poucos metros da Praia do Araçagi. Comi peixe assado na brasa, como poucas vezes antes. Fabi e Balbino nos prestigiaram com a inauguração da nova cozinha, que segue os padrões arquitetônicos vigentes, com iluminação atraente e ventilação adequada, bancadas de granito bem harmonizadas, móveis e eletrodomésticos de fino gosto e sobretudo cadeiras brancas para compor o ambiente renovado, harmonizado e aconchegante do lar doce lar abençoado.
Agradecemos pela receptividade acalorada, almoço e simpatia de Bruno Balbino, Fabielle e Julie Sanches. E concluo declarando que Balbino passou no teste da gentileza, cavalheirismo, peixada (culinária) e montagem das cadeiras (paciência), agora só resta completar o que disse quando ele me perguntou: estou pronto para…? E respondi: Já está atrasado! Ele sabe ao que me refiro.
Que Deus abençoe as suas vidas e mantenha acesa a chama do amor e da generosidade para que juntos possam viver em paz e prosperar na fé com gratidão a todos que os ajudaram a chegarem até aqui. Vivam intensamente cada segundo de suas vidas, como se não houvesse amanhã.
“Não devemos permitir que alguém saia da nossa presença sem se sentir melhor e mais feliz. ” (Madre Teresa de Calcutá)
São Luís, 22 de março de 2021.
José Carlos Castro Sanches
É químico, professor, escritor, cronista e poeta maranhense.
Membro Efetivo da Academia Luminense de Letras – ALPL
Autor dos livros: Colheita Peregrina, Tenho Pressa e A Jangada Passou (Tríade Sancheana); No Fluir das Horas é tempo de ler e escrever, Gotas de Esperança e A Vida é um Sopro! (Trilogia da Vida), e outros dez livros inéditos. Visite o site: falasanches.com e a página Fala, Sanches (Facebook) e conheça o nosso trabalho como escritor, cronista e poeta. Adquira os Livros da Tríade Sancheana e Trilogia da Vida na Livraria AMEI do São Luís Shopping ou através do acesso à loja online www.ameilivraria.com.
NOTA: Esta obra é original do autor José Carlos Castro Sanches e está licenciada com a licença JCS22.03.2021. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original. Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas. Esta medida fez-se necessária porque ocorreu plágio de algumas crônicas do autor, por outra pessoa que queria assumir a autoria da sua obra, sem a devida permissão – contrariando o direito à propriedade intelectual amparado pela lei nº 9.610/98 que confere ao autor Direitos patrimoniais e morais da sua obra.