Por José Carlos Castro Sanches

“Todos os dias ouço dizer sobre amor próprio. Como encontrá-lo para não mais perdê-lo? “ (Larissa Menon)

Depois de tantos anos de estudo, trabalho, aprendizado e experiências fui surpreendido durante uma conversa sobre o significado da palavra “Solitude”, por vezes confundida com “Solidão”. Diante da surpresa e curiosidade, deleito-me na narrativa colhida de diversas fontes, enriquecida com a visão do autor sobre “Solitude”. Uma crônica que possibilitará ao leitor um olhar diferente sobre a vida. Boa leitura e reflexão!

Solitude é condição de quem se isola propositalmente ou está num período de reflexão e de interiorização. É um estado de isolamento e reclusão, é uma situação em que a pessoa não está em contato com outros indivíduos, geralmente decorrente de uma escolha pessoal. Diferentemente da solidão, a solitude está associada a sentimentos positivos, à alegria em estar sozinho.

É saber ser feliz sozinho. Um tempo para autorreflexão. Buscar no silêncio encontrar várias respostas.  Pode ser em casa, próximo à natureza, num deserto, no mar, deitado numa rede pendurada entre árvores, sentado, em pé, caminhando ou parado.

É um tempo para se reencontrar com o seu eu. É estar só em sua própria companhia. Um momento em que escolhemos para nos conhecer, um tempo para introspecção, reflexão e liberdade. Podemos escolher entre estar feliz sozinho ou triste sozinho. Isso é solitude. Fazer aquelas coisas que gosto.

“A solitude é muito positiva, é uma presença, transbordante. Sente-se tão pleno de vida que pode preencher o universo inteiro com a sua presença, e não há nenhuma necessidade de ninguém…” (Osho)

Solitude é viver extremamente bem com você mesmo. Deixar o outro viver livremente. Quanto mais você desenvolver a solitude mais feliz será. Você estará muito bem sozinho ou com o outro. Conviver extremamente bem conosco, cria um bem-estar indescritível. Quanto mais desenvolvemos a solicitude mais fácil serão todos os relacionamentos.

Se você está com solidão precisa encontrar-se consigo mesmo, buscar momentos em que se abasteça só com você e, depois que você se abastecer, compartilhe com outra pessoa. É no compartilhar, que você vai estar completamente livre e deixar o outro livre para fazer o que bem quiser.

“Quem tem um amigo, mesmo que um só, não importa onde se encontre, jamais sofrerá de solidão; poderá morrer de saudades, mas não estará só. ” (Amyr Klink)

A solitude tem a ver com o equilíbrio entre estar sozinho e estar na presença de outras pessoas. Uma pessoa em estado de solitude desfruta seus momentos de isolamento, mas sabe que possui relações significativas e que pode contar com a companhia de outras pessoas.

É quando uma pessoa opta por passar alguns momentos em reclusão pois entende que isso lhe proporcionará sentimentos positivos, crescimento espiritual, autoconhecimento e, até mesmo, alegria. Revigora a energia interior e revitaliza as forças para continuar a sua missão de vida com entusiasmo e abundância.

É dar uma pausa para você refletir, contemplar, assimilar e muito mais; você entender o que é melhor para si mesmo.

A solitude é uma condição em que podemos meditar, refletir sobre nossas vidas, decisões e comportamentos. É um momento propício para despertar a espiritualidade e, para as pessoas religiosas, uma oportunidade para fazer preces e orações.

Estar sozinho e sem as distrações provocadas por outras pessoas também é uma ocasião interessante para o desenvolvimento da criatividade e da fluidez da imaginação.

Solitude simplesmente significa completude. Você é um todo; não há necessidade de nenhuma outra pessoa para completá-lo. Isto não significa que um homem que está centrado em sua solitude, completo em si mesmo, não possa fazer amigos? Na verdade, somente ele pode fazer amigos, por que não é mais uma necessidade, é somente um compartilhamento.

 “Não há solidão mais triste do que a do homem sem amizades. A falta de amigos faz com que o mundo pareça um deserto. ” (Francis Bacon)

É importante aprender a cultivar a solitude, não a solidão. Solidão é a parte negativa de ficar sozinho, é sentir-se mal sozinho. Mas, não se iluda com a ideia de que é possível ser feliz sozinho. Ninguém é uma ilha. No entanto, não podemos ser codependente emocional de outra (s) pessoa (s). Temos que saber equilibrar a vida, exercitando e cultivando diariamente a solitude.

“Solidão: um lugar bom de visitar uma vez ou outra, mas ruim de adotar como morada. ”  (Josh Billings)

Solitude tem um aspecto muito positivo porque nos fortalece internamente para lidar com os problemas e desenvolve a nossa identidade. É um momento para fazer o que gostamos, contemplar a natureza e o próprio eu interior, crescer espiritualmente. Sem levar ao extremo, porque afinal, não fomos feitos para viver isolados por todo o tempo.

Faça da solitude uma prática diária, para sentir-se bem sozinho com os seus pensamentos. Quando somos a nossa melhor companhia não nos sentimos vazios, nem desesperados para ter alguém ao nosso lado, nos tornamos mais fortes e capazes de aproveitar melhor o tempo e ter uma vida mais saudável, abundante e feliz.

“Quem é que sabe
O quanto lhe cabe
Dessa solitude?
Por isso a hora
De fazer é agora
Tome uma atitude” (Djavan)

São Luís, 25 de fevereiro de 2020.

Revisado em 02.03.2021.

José Carlos Castro Sanches

É químico, professor, escritor, cronista e poeta maranhense. Membro Efetivo da Academia Luminense de Letras – ALPL

Autor dos livros: Colheita Peregrina, Tenho Pressa e A Jangada Passou (Tríade Sancheana); No Fluir das Horas é tempo de ler e escrever, Gotas de Esperança e A Vida é um Sopro! (Trilogia da Vida), e outros dez livros inéditos. Visite o site: falasanches.com e a página Fala, Sanches (Facebook) e conheça o nosso trabalho como escritor, cronista e poeta. Adquira os Livros da Tríade Sancheana e Trilogia da Vida na Livraria AMEI do São Luís Shopping ou através do acesso à loja online www.ameilivraria.com.

NOTA: Esta obra é original do autor José Carlos Castro Sanches e está licenciada com a licença JCS25.02.2020. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original. Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas. Esta medida fez-se necessária porque ocorreu plágio de algumas crônicas do autor, por outra pessoa que queria assumir a autoria da sua obra, sem a devida permissão – contrariando o direito à propriedade intelectual amparado pela lei nº 9.610/98 que confere ao autor Direitos patrimoniais e morais da sua obra.