Crime em família: E Quando o inimigo mora dentro de casa?
“Porque o filho despreza ao pai, a filha se levanta contra sua mãe, a nora contra sua sogra, os inimigos do homem são os da sua própria casa.”
Miquéias 7:6
E se a pessoa mais próxima de você fosse um lobo em pele de cordeiro? Você perceberia os sinais?
No filme Morando Com o Inimigo do Diretor Philippe Gagnon, lançado no Brasil em 2005. A jovem e atraente Allison Connor participa de uma reunião de negócios entre sua chefe e o bilionário Philip Lauder e para a sua surpresa, após poucos dias de namoro, eles se casam. A adaptação na nova vida de casada é difícil, uma vez que cercas altas e seguranças a rodeiam todo o tempo. Impedida de sair da propriedade, ela passa a fazer equitação e acaba ouvindo rumores sobre a morte da primeira esposa do seu atual marido. E de outros crimes ligados a ele. Com medo, ela decide sair de casa, sem saber que outros dentro da casa planejam tirar proveito das aparências sinistras da situação.
Na peça de teatro grega Édipo Rei (OΙΔΙΠΟΥΣ ΤΥΡΑΝΝΟΣ em grego – Édipo Tirano, em transliteração), escrita por Sófocles por volta de 427 a.C. Aristóteles, na sua Poética, considerou esta obra o mais perfeito exemplo de tragédia grega.
Édipo decide sair de Corinto, pensando que assim, evitaria a consumação das profecias oraculares. Na fuga de Corinto, Édipo é atacado pela tropa do rei Laio e, em legítima defesa, acaba matando o rei. Édipo chega à Tebas, vence a esfinge, se torna tirano e casa-se com Jocasta, ou seja, desconhecendo a sua história, Édipo vai ao encontro do seu trágico destino: mata o próprio pai e casa-se com a mãe. Esse é o mito Édipo Rei, que na psiquiatria originou o famoso “Complexo de Édipo”.
“Nem sempre é a razão que governa nossas ações. Impulsos irracionais determinam nossos pensamentos, nossos sonhos e nossas ações. Tais impulsos irracionais são capazes de trazer à luz instintos e necessidades que estão profundamente enraizados dentro de nós.” (Sigmund Freud)
A tragédia Édipo Rei, escrita por Sófocles, é considerada a maior tragédia do teatro grego, por reunir elementos daquela cultura e também pelo texto, brilhantemente escrito, que faz com que o leitor se envolva com a narrativa.
O mito Édipo Rei conta a história do rei Laio, esposo de Jocasta, que após uma consulta aos oráculos, lhe é revelado que seu filho o matará e se casará com a rainha. Para evitar o parricídio e o incesto, Laio ordena ao seu servo que abandone a criança no alto da montanha com os pés amarrados. Porém, o servo do rei fica comovido e decide entregar a criança a Polípio, rei de Corinto, para que ele e sua esposa Mérope cuidem dela. E assim é feito, Polípio leva o menino para sua casa e lhe dá o nome de Édipo. Passam-se os anos e Édipo, em uma curiosa consulta aos oráculos, descobre que ele matará seu pai e se casará com sua mãe. Sem saber que Polípio e Mérope não são seus pais biológicos, Édipo decide sair de Corinto, pensando que assim, evitaria a consumação das profecias oraculares.
Na fuga de Corinto, Édipo é atacado pela tropa do rei Laio e, em legítima defesa, acaba matando o rei. Édipo chega à Tebas, vence a esfinge, se torna tirano e casa-se com Jocasta, ou seja, desconhecendo a sua história, Édipo vai ao encontro do seu trágico destino: mata o próprio pai e casa-se com a mãe.
A tragédia de Sófocles, por sua vez, inicia-se com Tebas sendo atingida por uma peste, e Édipo sendo suplicado pelo sacerdote para que descubra o motivo pelo qual o terrível mal está atingindo àquela terra. Édipo, como rei, já havia enviado seu cunhado Creontes para consultar os oráculos. Creontes retorna a Tebas com a seguinte notícia: para que Tebas se libertasse daquela praga, o assassino do rei Laio, tinha que ser descoberto e expulso da cidade.
Após a revelação de Zeus, Édipo se compromete, perante os tebanos, descobrir o assassino do seu antecessor e expulsá-lo de Tebas. Nessa busca pelo responsável por tirar a vida do rei Laio, Tirésias, o sacerdote, revela após Édipo muito insistir: “Afirmo que és o matador buscado.” (p. 54). Após a revelação de Tirésias, Édipo acusa-o de ser cúmplice de Creontes, para tirá-lo o trono. Incomodado com a revelação do sacerdote, Édipo decide ir em busca da história do assassinato de rei Laio que, consequentemente, o leva a sua verdadeira origem. (Resenha do Livro: Édipo Rei. Autor: Sófocles. Editora: Perspectiva. Páginas: 192. Ano:2001. Tradução: Trajano Vieira)
O filme Morando com o Inimigo e a peça de teatro Édipo Rei são obras de ficção do cinema e do teatro, embora de grande repercussão não se compara com a realidade brutal de um filho que tomado pela ambição ou ganancia premeditou a morte do próprio pai que o criou, educou, e permitiu que se tornasse homem com o propósito de no futuro poder conduzir os seus negócios e construir uma família.
Ex-prefeito de Barra do Corda, no Maranhão, é assassinado. Manoel Mariano de Sousa, o Nenzim, 79 anos, foi assassinado na manhã desta quarta-feira, 6 de dezembro de 2017. Ele deixava o Residencial Rio Corda e estava se dirigindo à sua fazenda na zona rural da cidade, quando foi alvejado por tiros. Um dos disparos o atingiu no pescoço, levando-o à morte.
As notícias se multiplicaram na mídia na mesma proporção que a indignação e a revolta:
O crime ocorreu por volta de 8h30, na cidade de Barra do Corda e Nenzim estava acompanhado do filho Mariano Júnior.
Mariano Júnior, ex-candidato a Prefeitura de Barra do Corda passa a ser um dos suspeitos de ter assassinato o seu próprio pai, Manoel Mariano de Sousa, o Nenzim.
Um mandado de prisão contra ‘Nenzim Júnior’ foi expedido pela justiça, que o identificou com um dos suspeitos.
O principal suspeito da morte do ex-prefeito de barra do Corda, Manoel Mariano, “Nenzin”, chegou à São Luís no fim da manhã desta sexta-feira (8). Uma aeronave do Centro Tático Aéreo (CTA) trouxe Mariano Júnior, conhecido como “Júnior de Nenzin”, sob forte esquema de segurança.
Filho do ex-prefeito “Nenzin” é preso suspeito de ter assassinado o próprio pai.
O que leva um filho a matar o próprio pai?
” Honra teu pai e tua mãe, a fim de que tenhas vida longa na terra que o Senhor, teu Deus, te dá.” (Êxodo 20:12)
Quanta maldade e crueldade tomam conta dos homens. Atraídos pelos bens materiais em detrimento do amor e gratidão àqueles que tornaram possível a sua existência.
“Vocês serão traídos até por pais, irmãos, parentes e amigos, e eles entregarão alguns de vocês à morte.” (Lucas 21:16)
Os pais possibilitaram desde a concepção que aquele espermatozoide solitário se fundisse ao óvulo formando o zigoto. O zigoto se dividisse em duas células, depois em quatro células, e assim por diante. Após alguns dias, o blastócito implantou-se na parede do útero e, em algumas semanas, deu origem ao embrião, formando um ninho. E por volta da 8ª semana de gestação o embrião passou a ser um feto. O bebe se desenvolveu e nasceu Manoel Mariano de Sousa Junior “Junior de Nenzin”, cresceu… para matar o próprio pai.
“O prazer do crime passa, o arrependimento sobrevém e o remorso perpetua-se.” (Marquês de Maricá)
Qual a explicação para essa anomalia? Complexo de Édipo? Ganancia? Ambição? Insanidade? Ou sinal do fim dos tempos?
“…52 De agora em diante haverá cinco em uma família, todos divididos uns contra os outros: três contra dois e dois contra três. 53 Estarão em litígio pai contra filho e filho contra pai, mãe contra filha e filha contra mãe, sogra contra nora e nora contra sogra. Discernindo o final dos tempos.” (Lucas 12:52-53)
O que fazer, como se defender quando o inimigo mora dentro de casa?