Por José Carlos Castro Sanches

Site: www.falasanches.com

O Dia Nacional do Rádio é comemorado em 25 de setembro. A data foi escolhida para homenagear o aniversário do precursor do veículo, Edgar Roquette Pinto. Nesse mesmo dia, em 1922, ocorreu a primeira transmissão radiofônica. Mas, afinal, quem foi o inventor do rádio?                                                             

Em 13 de fevereiro de 2020, escrevi um artigo intitulado “O Rádio”, no qual destaquei os inventores Guglielmo Marconi e Nikola Tesla. Todavia, ao republicar o artigo em 25 de setembro de 2025, recebi do amigo Sebastião Moreira Duarte o seguinte comentário:

“Imparável e incomparável Sanches! Bom dia! Em seu artigo sobre o rádio, você esqueceu de ser brasileiro, como a maioria dos que nascem neste rincão abençoado por Deus. Quem inventou o rádio não foi nem Marconi nem Tesla, mas um padre brasileiro chamado Roberto Landell de Moura. O Google mesmo te dirá mais coisas sobre isso.”

Motivo pelo qual, seguindo a sugestão do dileto escritor, aventurei-me na pesquisa sobre o nobre inventor que eu desconhecia a história até a presente data. Diante do que obtive como resposta aos questionamentos a respeito do Padre Roberto Landell, induzido pelo confrade Sebastião, tomei a liberdade de compartilhar o aprendizado com os leitores nas linhas que seguem, de antemão agradecido pela brilhante contribuição do notável pensador supracitado.

Em uma época em que a comunicação era limitada e o mundo estava ansioso por avanços tecnológicos, um padre católico brasileiro chamado Roberto Landell de Moura trabalhava em silêncio, impulsionado pela paixão pela ciência e pela inovação. Nascido em Porto Alegre em 1861, Landell de Moura é considerado por muitos como o verdadeiro inventor do rádio, antecipando-se a Guglielmo Marconi em suas pesquisas e experimentos.

A história de Landell de Moura é marcada por desafios e obstáculos. Em 3 de junho de 1900, ele realizou uma demonstração pública de seu invento na Avenida Paulista, transmitindo voz humana e sinais telegráficos sem fio por uma distância impressionante de oito quilômetros. Apesar desse feito notável, ele enfrentou dificuldades financeiras e falta de apoio no Brasil, o que o levou a buscar reconhecimento nos Estados Unidos.

Nos EUA, Landell de Moura obteve patentes para seus inventos, incluindo um “transmissor de ondas” e um “telefone sem fio”. No entanto, sua contribuição para a ciência foi amplamente ignorada em seu tempo, e ele acabou retornando ao Brasil, onde continuou a trabalhar em suas pesquisas, mas com pouco reconhecimento.

A luta de Landell de Moura para obter reconhecimento por sua contribuição à ciência é um lembrete de que a inovação e o progresso muitas vezes enfrentam resistência e incredulidade. No entanto, sua história também nos inspira a perseverar em nossas paixões e ideais, independentemente dos obstáculos que possamos enfrentar.

A Controvérsia sobre a Invenção do Rádio

– Roberto Landell de Moura: O padre brasileiro é creditado por realizar a primeira transmissão de som sem fio em 1893 ou 1894, antecipando-se a Marconi.

– Guglielmo Marconi: O físico italiano patenteou o rádio em 1901 e recebeu o Prêmio Nobel de Física por suas contribuições.

– Nikola Tesla: Embora Tesla tenha feito contribuições importantes para a tecnologia de comunicação sem fio, não há evidências de que ele tenha desenvolvido um sistema de transmissão de rádio funcional antes de Landell de Moura ou Marconi.

A história de Roberto Landell de Moura nos lembra que a ciência e a inovação são construídas sobre as contribuições de muitas mentes brilhantes e determinadas. É hora de reconhecer o papel fundamental que esse padre brasileiro desempenhou na história da comunicação sem fio.

São Luís, 25 de setembro de 2025.

José Carlos Castro Sanches.

É Consultor de SSMA da Business Partners Serviços Empresariais – BPSE. Químico, professor, escritor, cronista, contista, trovador e poeta maranhense. Membro Efetivo do PEN Clube do Brasil, da Academia Luminense de Letras, da Academia Maranhense de Trovas, da Academia Literária do Maranhão, da Academia Rosariense de Letras Artes e Ciências, da Academia Maranhense de Ciências e Belas Artes, da Academia de Letras, Artes e Cultura de Coroatá, da Sociedade de Cultura Latina do Estado do Maranhão, da Federação das Academias de Letras do Maranhão, da União Brasileira de Escritores, da Associação Maranhense de Escritores Independentes. Membro correspondente da Academia Arariense de Letras, Artes e Ciências, da Academia Vianense de Letras e da Academia Icatuense de Letras, Ciências e Artes. Tem a literatura como hobby. Para Sanches, escrever é um ato de amor e liberdade.

Autor dos livros: Tríade Sancheana – Colheita Peregrina, Tenho Pressa, A Jangada Passou; Trilogia da Vida: No Fluir das Horas, Gotas de Esperança e A Vida é um Sopro!; Pérolas da Jujuba com o Vovô, Pétalas ao Vento; Série Três Viagens: Das coisas que vivi na serra gaúcha, Me Leva na mala, Divagando na Fantasia em Orlando; O Voo da Fantasia e Momentos do Cotidiano. Livros em parceria: Borboletas & Colibris, TROVOAR – Trovas para Inspirar e Sonhar e ECOS – da Academia Maranhense de Trovas. Participa de diversas antologias brasileiras.

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