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Oferece a você a oportunidade de leitura e reflexão sobre textos repletos de exemplos, experiências e lições que irão transformar a sua vida.

O ENIGMA DA PORTA

Por José Carlos Castro Sanches

Site: www.falasanches.com

Aconteceu algo inusitado, surpreendente comigo. Fiquei deveras impressionado com a coincidência, visto que na Psicologia  ações baseadas em interpretações de coincidências são chamadas de comportamento supersticioso. Enquanto na abordagem da Psicologia Analítica de Carl Gustav Jung, as coincidências são chamadas sincronicidades e podem ser vistas como eventos relacionados e que possuem um significado simbólico. Eu não sei do que se trata, tampouco tenho conhecimento suficiente para interpretar o fato, motivo pelo qual resolvi compartilhar com os leitores. Eu sempre acreditei que “nada acontece por acaso, tudo tem um propósito” em minha vida, eis mais um exemplo real para confirmar essa premissa.  

Eu havia escrito dois poemas intitulados: A PORTA e A CHAVE, a partir de reflexões sobre a vida. Após concluir a redação dos referidos poemas, julguei oportuno enriquecê-los com fotos de portas e chaves.

Lembrei-me das portas dos casarões do Centro Histórico de São Luís que eu havia visitado recentemente com a minha esposa, uma filha, netos e genro. Como eu tinha um compromisso particular na Academia Maranhense de Letras – AML, ao conclui-lo decidi seguir a pé até o Mercado das Tulhas, especializado em produtos maranhenses, localizado na área do Reviver no Centro Histórico de São Luís, onde comprei castanhas de caju assadas, com sabor adocicado irresistível e textura crocante, excelente fonte de proteínas, fibras e gorduras saudáveis.

À medida que caminhava pelo Centro Histórico durante o trajeto, eu fotografava as portas para inclusão no poema. Eram tantas portas, cada uma mais atrativa que a outra, umas bem alinhadas, outras danificadas, algumas na cor natural da madeira, pintadas, limpas, sujas, alegres, amarguradas, pesadas, resistentes, frágeis, duras, abertas, fechadas… Enfim, havia portas para todos os gostos, olhares e toques. Todas cumpriam o seu papel de guarda e proteção, além de serem elementos fundamentais das fachadas dos casarões e casarios da Ilha do Amor.   

Foram inúmeros flashes, quando em determinado momento ao fotografar uma porta percebi que nela estava escrito a seguinte frase: A PORTA, ao mesmo tempo em que o proprietário do Casarão, abriu-a e fechou-a ao sair.

Não me contive diante da harmonia dos eventos, ao tempo em que passava um transeunte e junto ao proprietário, confabulamos por alguns minutos sobre a eventualidade do fato curioso, tiramos fotos e trocamos contatos.

O proprietário do casarão que saía de casa para buscar o filho na escola era o Sr. Jocélio Santos; o transeunte era o Sr. Roberto Carlos Viana da Silva, que voltava do Mercado das Tulhas, depois da compra de souvenires e outros objetos. O turista ocasional e fotógrafo era este que vos escreve, um cronista, contista e poeta sonhador, abençoado que ganhou de presente a foto de uma porta com a frase certa para ornamentar o seu poema.

Eu acredito que as portas são usadas para nos proteger, acolher bons fluidos, reter os maus e acima de tudo nos permitir a reflexão sobre a importância de perceber os detalhes da vida durante a caminhada. Uma vez que muitas vezes a caminhada é mais importante que o destino. Como disse Cora Coralina: “O que vale na vida não é o ponto de partida e sim a caminhada. Caminhando e semeando, no fim, terás o que colher.”

 Se soubermos usar o tempo a nosso favor e nos permitirmos vivenciar as experiências com um olhar de poeta peregrino, a vida se tornará mais leve e a felicidade “fluirá” de porta em porta enquanto a imaginação voa entre galáxias e nebulosas.

Quantas portas não se abriram para você porque foi negado um simples sorriso, um ato de generosidade, de amor, de carinho e de empatia. Preste atenção às portas ao seu redor, elas têm muito a dizer para você e sobre você. Que as portas estejam sempre abertas para nos acolher, com propósito e permissão divina, do contrário que se mantenham fechadas.  Deus seja louvado!

                            

São Luís,18 de setembro de 2024.       

José Carlos Castro Sanches. É Consultor de SSMA da Business Partners Serviços Empresariais – BPSE. Químico, professor, escritor, cronista, contista, trovador e poeta maranhense. Membro Efetivo do PEN Clube do Brasil, da Academia Luminense de Letras, da Academia Maranhense de Trovas, da Academia Rosariense de Letras Artes e Ciências, da Academia Maranhense de Ciências e Belas Artes, da Sociedade de Cultura Latina do Estado do Maranhão, da Federação das Academias de Letras do Maranhão, da União Brasileira de Escritores, da Associação Maranhense de Escritores Independentes. Membro correspondente da Academia Arariense de Letras Artes e Academia Vianense de Letras. Tem a literatura como hobby. Para Sanches, escrever é um ato de liberdade.

Autor dos livros: Tríade Sancheana – Colheita Peregrina, Tenho Pressa, A Jangada Passou; Trilogia da Vida: No Fluir das Horas, Gotas de Esperança e A Vida é um Sopro!; Pérolas da Jujuba com o Vovô, Pétalas ao Vento, Borboletas & Colibris (em parceria); Das coisas que vivi na serra gaúcha, Me Leva na mala, Divagando na Fantasia em Orlando e O Voo da Fantasia. Participa de antologias brasileiras.

NOTA: Esta obra é original do autor José Carlos Castro Sanches e está licenciada com a licença JCS18.09.2024. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original. Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas. Esta medida fez-se necessária porque ocorreu plágio de algumas crônicas do autor, por outra pessoa que queria assumir a autoria da sua obra, sem a devida permissão – contrariando o direito à propriedade intelectual, amparado pela Lei nº 9.610/98, que confere ao autor direitos patrimoniais e morais da sua obra.

Comments (1):

  1. Márcio Pinto Pedrosa

    19 de setembro de 2024 at 23:13

    Muitíssimo bom os comentários sobre as portas dos casarões do Centro Histórico de São Luís-MA

    Responder

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