1236657.1677ed0.a1d49e5be45046c98447636dfa3d9e34
Oferece a você a oportunidade de leitura e reflexão sobre textos repletos de exemplos, experiências e lições que irão transformar a sua vida.

O ENIGMA DA CUNHÃS!

Por José Carlos Castro Sanches
Site: www.falasanches.com

I

Cunhã “Moça”, vem do tupi
Bonita, guerreira nativa
Guardiã das tradições indígenas
Expressa a força e a beleza feminina
Dos povos nativos da Amazônia.

Seu berço é a floresta
Descende dos povos tupis,
tamoios, tupinambás…
Criança criada entre os bichos
Alimentada de frutos e caças.

Quem és tu princesa da selva?
Menina querida, moça bem guardada
Mulher forte, guerreira e respeitada
Se te escondes a vida inteira
Como podes manter o teu povo?

Por que guardas as tuas entranhas?
Se a cópula viabiliza a reprodução
A aldeia mantem-se acordada
À espera da maternidade
Por que teimas em manter a tradição?

II

Oh! Índia da pele morena avermelhada
De cabelos bem escuros e lisos
Olhos pequenos e amendoados
O teu cheiro no período fértil
Atrai os homens para o cio.

Feromônios, cheiro do amor
A tua “vulva” espera o parceiro ideal
A tradição te guardou para o nada
O “pagão” te esperou ao luar
Ouvindo “O cantar do galo.”

E o sabiá cantava ao amanhecer
Apreciado por quem gostava de aves
A sua melodia era agradável
Lembrava o som de uma flauta
A moça já não era mais pura e virgem.

Uma voz aos seus ouvidos:
Para onde o vento sopra?
O vento sopra para o mar
Cunhã, moça bonita, guerreira
Eu nasci para te amar.

III

Se as estrelas não brilharam
No teu blindado ventre
De onde virá a luz do amanhã?
O poeta angustiado responde:
Só o tempo dirá Cunhã.

Ao meu lado a tua vida será bela
Ao sol a vida é mais intensa
Voará comigo como as gaivotas
Correrá como os leopardos
Nadará como os golfinhos.

Saltará como os macacos
Da aurora ao crepúsculo
É meia-noite, um novo dia chegou
Ainda continuas encapsulada
Suspirando afogada na tristeza?

Da sua nação o orgulho
A virgindade é a tua pureza
O amor é um triste mergulho…
Quando não é correspondido
Na imensidão, um fio de cabelo perdido.
(No deserto, um oásis escondido)

IV

Sobra a dor de um sentimento
Profundo e a inquietude
Corpo e alma afogados na espera
Onde estás bela guerreira nativa?
Apressa-te para encontrar o teu amor.

Não tenho palavras para te descrever
Porque eu não sei quem tu és
Apenas sonhei que um dia
Iria te encontrar na floresta
Quando seria? Não sei!

Esse dia nunca chegou
Porque eu te inventei
Lamento que tu nunca exististe
Foste apenas uma ilusão, fruto da criação
Para atender o pedido de uma amiga.

Ela meu deu a preciosa missão
De escrever um poema sobre “Cunhã.”
Eis o encontro do delírio com a ficção
Não sei se agradarei a requerente
Neste voo rasante da inspiração.

Você identificou duas “Cunhãs” após a leitura do poema?

NOTA1: Este poema descreve duas “Cunhãs”, conforme a aplicação do termo “Cunhã” nas tribos indígenas do Brasil, em contraposição ao usado pelos habitantes das regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste do Brasil:

1.1) A moça, bonita e guerreira nativa; moça ou mulher nova adolescente do sexo feminino;

1.2) A mulher feia e maltratada pela falta de dinheiro que nas regiões Norte e Nordeste do Brasil e nos Estados de Minas Gerais e Goiás, recebe a alcunha de “meretriz” e “amante”.

NOTA2: A ambiguidade é um fenômeno que ocorre quando uma frase ou enunciado pode ser interpretado de mais de uma forma. Pode ser causada por vários fatores, como: escolhas de palavras vagas; falta de contexto; múltiplos sentidos de palavras; uso incorreto da pontuação.

São Luís, 28 de dezembro de 2024.

José Carlos Castro Sanches
É Consultor de SSMA da Business Partners Serviços Empresariais – BPSE. Químico, professor, escritor, cronista, contista, trovador e poeta maranhense. Membro Efetivo do PEN Clube do Brasil, da Academia Luminense de Letras, da Academia Maranhense de Trovas, da Academia Literária do Maranhão, da Academia Rosariense de Letras Artes e Ciências, da Academia Maranhense de Ciências e Belas Artes, da Sociedade de Cultura Latina do Estado do Maranhão, da Federação das Academias de Letras do Maranhão, da União Brasileira de Escritores, da Associação Maranhense de Escritores Independentes. Membro correspondente da Academia Arariense de Letras, Artes e Ciências, da Academia Vianense de Letras e da Academia de Ciências, Letras e Artes de Presidente Vargas. Tem a literatura como hobby. Para Sanches, escrever é um ato de amor e liberdade.

Autor dos livros: Tríade Sancheana – Colheita Peregrina, Tenho Pressa, A Jangada Passou; Trilogia da Vida: No Fluir das Horas, Gotas de Esperança e A Vida é um Sopro!; Pérolas da Jujuba com o Vovô, Pétalas ao Vento, Borboletas & Colibris (em parceria); Das coisas que vivi na serra gaúcha, Me Leva na mala e Divagando na Fantasia em Orlando e O Voo da Poesia. Coautor de diversas antologias brasileiras.

NOTA: Esta obra é original do autor José Carlos Castro Sanches e está licenciada com a licença JCS28.12.2024. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original. Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas. Esta medida fez-se necessária porque ocorreu plágio de algumas crônicas do autor, por outra pessoa que queria assumir a autoria da sua obra, sem a devida permissão – contrariando o direito à propriedade intelectual, amparado pela Lei nº 9.610/98, que confere ao autor direitos patrimoniais e morais da sua obra.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *