Por José Carlos Castro Sanches
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No interior do Maranhão, onde o sol brilha forte e o Rio Itapecuru serpenteia pela paisagem, vivia um menino chamado Allan. Ele era fascinado pelos festejos juninos e pelos bumbas meu boi que dançavam nos arraiais. No entanto, seus pais não permitiam que ele acompanhasse as festividades, e Allan se sentia triste.

Um dia, decidiu criar seu próprio boi de cofo, feito de palha de babaçu e enfeitado com uma rosa linda na testa. O Rio Itapecuru foi pintado nas suas costas, e Allan convidou as crianças amigas para brincarem juntos no seu próprio terreiro – o fundo do quintal. O coelho Paçoca, amigo fiel de Allan, ficou de olho nas redondezas, informando sobre os pais de Allan para evitar que sabotassem a brincadeira.

As crianças se divertiam muito, e o boi de cofo era o centro das atenções. Catirina, uma das amigas de Allan, pediu para comer a língua do boi de cofo. O fazendeiro se recusou, mas após insistentes pedidos, resolveu atender ao pedido. Quando puxou a língua do boi, ela começou a crescer e crescer, até que o boi de palha se dissipou em língua.

A língua quilométrica continua solta até hoje nas redondezas de Rosário. Dizem que ela é capaz de convencer um político a fazer promessas eleitorais, de fazer um vendedor de sonhos vender areia no deserto e de fazer um mal-entendido se transformar em uma grande discussão. Enfim, a língua quilométrica é um presente para os que sabem usá-la, mas um castigo para os que não sabem lidar com ela. Agora, todos os problemas do mundo têm solução: basta encontrar alguém que possa calar essa língua!

O boi de cofo passou a fazer parte do folclore da região, e o que era brincadeira de criança agora é tradição junina. O coelho Paçoca se tornou um companheiro inseparável de Allan nas festas juninas, e juntos eles viajam pelo Maranhão. A rosa murchou, e o rio se contaminou, mas a história do boi de cofo vive nos corações das crianças e nas tradições juninas. É uma lenda que lembra a criatividade e a imaginação das crianças do interior do Maranhão.

São Luís, 05 de junho de 2025.
José Carlos Castro Sanches.
É Consultor de SSMA da Business Partners Serviços Empresariais – BPSE. Químico, professor, escritor, cronista, contista, trovador e poeta maranhense. Membro Efetivo do PEN Clube do Brasil, da Academia Luminense de Letras, da Academia Maranhense de Trovas, da Academia Literária do Maranhão, da Academia Maranhense de Ciências e Belas Artes, da Academia Rosariense de Letras Artes e Ciências, da Sociedade de Cultura Latina do Estado do Maranhão, da Federação das Academias de Letras do Maranhão, da União Brasileira de Escritores, da Associação Maranhense de Escritores Independentes. Membro correspondente da Academia Arariense de Letras, Artes e Ciências, da Academia Vianense de Letras e da Academia de Ciências, Letras e Artes de Presidente Vargas. Tem a literatura como hobby. Para Sanches, escrever é um ato de amor e liberdade.

Autor dos livros: Tríade Sancheana: Colheita Peregrina, Tenho Pressa, A Jangada Passou; Trilogia da Vida: No Fluir das Horas, Gotas de Esperança e A Vida é um Sopro!; Pérolas da Jujuba com o Vovô, Pétalas ao Vento, Borboletas & Colibris (em parceria); Das Coisas que Vivi na Serra Gaúcha, Me Leva na Mala, Divagando na Fantasia em Orlando e O Voo da Poesia. Coautoria em diversas antologias brasileiras.

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