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Oferece a você a oportunidade de leitura e reflexão sobre textos repletos de exemplos, experiências e lições que irão transformar a sua vida.

O AMOR SEMPRE VENCE!

“O amor tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.” 1 Cor. 13,7

Numa destas viagens pelo mundo de meu Deus, sentei-me ao lado de uma senhora idosa, de pele morena, cabelos cacheados, rosto enrugado e olhar sofrido. Ela contou-me que estava com um grande problema em família. Um dos filhos voltou para a sua casa com a esposa e filhos e a relação familiar estava fortemente abalada. Essa “dinâmica oportunista” está se tornando muito comum porque alguns filhos querem aumentar a renda, alugam os seus bens e voltam a ocupar o antigo berço como se fosse obrigação dos pais. Não é: quem casa quer casa?

“Por essa razão, o homem deixará pai e mãe e se unirá à sua mulher, e eles se tornarão uma só carne. O homem e sua mulher viviam nus, e não sentiam vergonha.” (Gênesis 2:24-25)

Afinal os pais trabalham arduamente para alimentar e educar os filhos, com o propósito de criarem asas e voarem para o mundo. Não para permanecerem no ninho paterno por toda a vida. Pode ocorrer numa situação de emergência, mas não pode ser permanente, duradouro e eterno.

“Viva com a intensidade de um garoto, a maturidade de um homem, e a tranquilidade de um velho. ” (Renan Quintanilha)

Após esta etapa precisam de um lar sereno, vida mansa e tranquila para desfrutarem da velhice e colherem os frutos que plantaram na juventude e vida adulta. A privacidade deles deve ser mantida intacta. Um final de semana, feriado ou período das férias é aceitável. Mas, a volta definitiva dos compromissos de mãe e pai, não é mais obrigação deles.

“A velhice é um estado de repouso e de liberdade no que respeita aos sentidos. Quando a violência das paixões se relaxa e o seu ardor arrefece, ficamos libertos de uma multidão de furiosos tiranos.” (Platão)

Embora não sejam capazes de dizer claramente para os filhos o que os incomoda, externam o desconforto para outras pessoas. Afinal os pais não querem magoar os filhos. Preferem sofrer calados que falarem a verdade sobre os incômodos que os atormenta.
“O maior pecado para com os nossos semelhantes, não é odiá-los, mas sim tratá-los com indiferença; é a essência da desumanidade.” (George Bernard Shaw)

A geração atual tende a querer guardar dinheiro, acumular bens materiais e viver no conforto da casa dos pais, sem assumir o compromisso e a responsabilidade deles. Buscam uma vida cômoda e fácil. Esquecem, porém, que estão sobrecarregando seus pais no momento em que estes deveriam desfrutar a vida a dois. Isso é justo?

“Onde está a felicidade? No amor, ou na indiferença? Na obediência, ou no poder? No orgulho, ou na humildade? Na investigação, ou na fé? Na celebridade, ou no esquecimento? Na nudez, ou na prosperidade? Na ambição, ou no sacrifício? A meu ver, a felicidade está na doçura do bem, distribuído sem ideia de remuneração. Ou, por outra, sob uma fórmula mais precisa, a nossa felicidade consiste no sentimento da felicidade alheia, generosamente criada por um ato nosso. ” (Rui Barbosa)

Muitos filhos que voltam para a casa dos pais após assumirem uma nova família tornam-se insensíveis e indiferentes aos problemas que provocam. Recomendo que reflitam sobre o problema e repensem suas ações. Ninguém é obrigado a assumir a responsabilidade do outro. 

“A insensibilidade é: dormência de caráter e a hipnose da existência.”(Joni Baltar)

A minha reflexão sobre esta condição se baseia no fato de que as pessoas envolvidas nestes conflitos não são capazes de perceber o quanto são incomodas e normalmente se vitimizam quando são confrontadas com o problema e muitas vezes ainda envolvem os familiares que passam a fazer parte do jogo. Distorcem a realidade e manipulam a opinião de todos os contrários àquela condição dizendo-se perseguidos.

“Somos responsáveis por aquilo que fazemos, o que não fazemos e o que impedimos de fazer. ” (Albert Camus)

Para evitar o conflito os familiares se omitem de dizer a verdade aos visitantes perenes. Quando o fazem passam a ser vistos como algozes, tiranos, cruéis, carrascos, perseguidores, invejosos que querem tirar a paz e o sossego dos “acomodados, oportunistas, vitimizados” e passam a nutrir um ódio ferrenho por todos aqueles que se posicionarem contra os seus interesses. Na verdade, se apropriaram do ninho paterno e sentem-se donos da razão e da verdade. Estão errados e se julgam certos.

“Não há razões certas para se odiar. Ódio não é o mesmo que indignação. Podemos nos indignar, mas nunca odiar. Ódio é um sentimento vazio de qualquer razão. Ódio é fruto de um coração azedo e uma alma adoecida. Toda pessoa que odeia é uma pessoa doente e que necessita de cura. Mais que cura, precisa de libertação. Sim, pois o ódio é como correntes que aprisionam a alma e joga no cárcere escuro o espírito. ” (Autor desconhecido)

É chegada a hora de tomar posse do papel de protagonista e condutor da sua própria vida e assumir que não pode delegar esta responsabilidade para outras pessoas, em detrimento do conforto, lucro e benefício próprio. Construa uma família suportada na rocha com o próprio suor. Com força, foco e fé você vencerá todas as batalhas.

“Não deixe sua chama se apagar com a indiferença.
Nos pântanos desesperançosos do ainda, do agora não.
Não permita que o herói na sua alma padeça frustrado e solitário com a vida que ele merecia, mas nunca foi capaz de alcançar.
Podemos alcançar o mundo que desejamos. Ele existe.
É real.
É possível.
É seu. ” (Ayn Rand)

Para os beneficiados numa relação semelhante ou igual à descrita acima pode parecer inconveniente o meu ponto de vista podendo causar surpresa ou ofensa, mas o propósito desta crônica é levá-lo a uma reflexão fria e equilibrada sobre o fato. 

Acredito que o amor está acima do ódio. Digo o que penso com a convicção de que o melhor para os pais nem sempre é o que é melhor para os filhos. Ainda que por vezes julguemos estar fazendo o melhor para eles, nem sempre estamos certos. 

“O amor está mais perto do ódio do que a gente geralmente supõe. São o verso e o reverso da mesma moeda de paixão. O oposto do amor não é o ódio, mas a indiferença…” (Érico Veríssimo)

A verdade precisa ser dita, ainda que não estejamos preparados para aceitá-la. Dentre as grandes virtudes das pessoas sábias estão: capacidade de ouvir pontos de vista diferentes sem prejulgamento, abertura para o diálogo, aceitar opiniões contrárias às suas, ser resiliente e flexível aos novos desafios e encarar as contradições como oportunidade de crescimento pessoal, sem mágoas e ressentimentos, que destroem relacionamentos e fragilizam os vínculos familiares. 

O que vai em desencontro com os nossos anseios pode enfraquecer os vínculos afetivos construídos com tanto amor pelos pais e familiares. 

“O verdadeiro amor vence o tempo, não se intimida com a distância e não fica esmorecido diante de eventuais obstáculos.” (Priscila Murad)

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