Por José Carlos Castro Sanches
“O acaso é, talvez, o pseudônimo que Deus usa quando não quer assinar suas obras. ” (Theophile Gautier)
Há alguns dias agendávamos e cancelávamos um encontro para revisar e padronizar o conteúdo de treinamentos, aprimorar conceitos e torná-los mais dinâmicos e atrativos. Com a agenda cheia de compromissos, ora eu podia, outra Lara não podia, e assim se sucedia a procrastinação. Então, decidimos marcar para um horário fora do expediente, numa manhã ensolarada de maio, na sede da Business Partners Serviços Empresariais – BPSE. Enquanto poderíamos estar curtindo a família, na praia, passeando, ou jogando conversa fora com os amigos, resolvemos nos reunir para realizar o trabalho que havíamos programado.
Tudo tem o seu preço! Certamente haveria algo muito positivo a ser extraído daquela missão, além do simples ato de atualizar apresentações para torná-las encantadoras. De verdade havia no meio do caminho um “Cavaleiro preso na armadura” numa estante, que desejava me entregar uma mensagem de libertação; eu o encontrei por lá naquela manhã. Como sempre digo: “Nada ocorre por acaso”.
“O acaso encontra sempre quem saiba aproveitar-se dele. ” (Romain Rolland)
Organizamos o nosso tempo de trabalho de maneira que após a conclusão da demanda, eu pudesse levar a minha Ferrari 1.6 Rocam, numa oficina, para trocar as lâmpadas de luz alta e baixa do farol dianteiro direito que estavam queimadas, em seguida levá-la para lavar, fazer uma faxina na sujeira externa e interna e dar um lustre na pintura.
Como fico impaciente em toda e qualquer espera, quando vou para algum lugar onde tem fila, atendimento sem previsão de chamada ou demora para realização dos serviços; sempre me preparo para não perder tempo. A estratégia que uso é ter um bom livro em mãos para ler nestes intervalos preciosos da minha vida.
Ao sair de casa esqueci o livro que estava lendo “Pare de Acreditar no Governo – por que os brasileiros não confiam nos políticos e amam o governo” de Bruno Garschagen. Fiquei à procura de uma solução. Logo vi na estante da empresa, algumas preciosidades, me detive por alguns minutos avaliando qual seria a melhor opção para aquele momento. Eu precisava de um livro que pudesse trazer uma mensagem de otimismo, reflexão sobre a vida ou algo marcante, para ser lido em poucas horas, não pretendia me estender na leitura paralela de um novo livro, uma vez que tinha outro em andamento, como referido.
Fiz então a escolha do livro “O Cavaleiro Preso na Armadura – uma fábula para quem busca a Trilha da Verdade” de Robert Fisher. Confesso que foi difícil a decisão, visto que haviam dois outros títulos que me interessaram bastante, mas deixei para depois. A capa, o título, os textos das orelhas da capa e contracapa, deram a pista do que seria a melhor opção para a ocasião. Acertei em cheio!
“Aquilo a que chamamos acaso não é, não pode deixar de ser, senão a causa ignorada de um efeito conhecido. ” (Voltaire)
Numa leitura atrativa e instigante, em poucas horas havia saboreado as 110 páginas de uma bela fábula reflexiva e profunda que justificou a minha ida àqueles lugares, naquele dia e hora, por isso reforço que “Nada ocorre por acaso”, era o momento oportuno para a leitura do precioso livro.
Nos poucos capítulos recheados de lições de vida pude conhecer o “Dilema do Cavaleiro”; passear na “Floresta de Merlin”; caminhar com o cavaleiro pelo “Caminho da Verdade”; entender um pouco sobre a importância do silencio ao passar pelo “Castelo do Silêncio”; descobrir que o silêncio é para um; o conhecimento é para todos no “Castelo do Conhecimento”; refletir sobre a importância do autoconhecimento para matar o Dragão do Medo e da Dúvida ao passar pelo “Castelo da Vontade e da Ousadia” e finalmente ao atingir o “Vértice da Verdade”, percebi que a armadura do cavaleiro, encobria a realidade, afastava as pessoas amadas, tornando-o escravo do próprio eu: um narcisista inveterado. “Que sorriu através de lágrimas, sem perceber que uma nova e radiante luz emanava dele – uma luz muito mais brilhante e bonita do que sua armadura com o melhor dos polimentos: borbulhante como um riacho, brilhante como a lua, deslumbrante como o sol”. Recomendo a leitura.
“O acaso é o maior romancista do mundo; para se ser fecundo, basta estudá-lo. ” (Honoré de Balzac)
O que posso concluir: um livro sempre nos trará motivos para refletir, portanto, sempre que estiver diante de um livro esquecido na estante, não perca a oportunidade de folheá-lo, numa simples passagem de página você poderá encontrar ensinamentos que transformarão a sua vida. Agora pergunto: Qual é a sua armadura? Ela o aprisiona? Ou você é livre para voar e cantar como os pássaros?
“Eis um livro muito especial que ilustra uma nova maneira de pensar a vida, para um futuro repleto de esperança, amor e alegria. ” (Og Mandino)
São Luís, 30 de maio de 2021.
José Carlos Castro Sanches É químico, professor, escritor, cronista e poeta maranhense Membro Efetivo da Academia Luminense de Letras – ALPL
Autor dos Livros da Tríade Sancheana: Colheita Peregrina, Tenho Pressa e A Jangada Passou, e da Trilogia da Vida: No Fluir das Horas é tempo de ler e escrever; Gotas de Esperança e A Vida é um Sopro! Disponíveis na Livraria AMEI do São Luís Shopping ou através do acesso à loja online www.ameilivraria.com.
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NOTA: Esta obra é original do autor José Carlos Castro Sanches e está licenciada com a licença JCS30.05.2021. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original. Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas. Esta medida fez-se necessária porque ocorreu plágio de algumas crônicas do autor, por outra pessoa que queria assumir a autoria da sua obra, sem a devida permissão – contrariando o direito à propriedade intelectual amparado pela lei nº 9.610/98 que confere ao autor Direitos patrimoniais e morais da sua obra.
