Por José Carlos Castro Sanches*
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Josué de Sousa Montello, jornalista, professor, teatrólogo e escritor maranhense, filho de Antônio Bernardo Montello e Mância de Sousa Montello, nascido em 21 de agosto de 1917, em São Luís do Maranhão. Faleceu em 15 de março de 2006, aos 88 anos, no Rio de Janeiro.

Deixou um legado literário de extrema relevância. “Entre suas obras destacam-se Os tambores de São Luís, de 1965, a trilogia composta pelas novelas Duas vezes perdida, de 1966,e Glorinha, de 1977, e pelo romance Perto da meia-noite, de 1985. Suas obras foram traduzidas para o inglês, francês, espanhol, alemão e algumas de suas novelas foram roteirizadas para o cinema.”

Foi o quarto ocupante da Cadeira 29, da Academia Brasileira de Letras, patroneada por Martins Pena. Eleito em 4 de novembro de 1954, na sucessão de Cláudio de Sousa. Presidiu a ABL em 1994 e 1995, também ocupou a cadeira 31 da Academia Maranhense de Letras, patroneada por Raimundo Lopes.

Merece destaque o pendor literário e a sensibilidade da pena de Josué Montello, especialmente ao retratar com paixão a sua terra natal, o cotidiano e as percepções sobre a vida e o mundo com um olhar atento de poeta, sensível aos fatos e à realidade à sua volta e além-mares.

De sua extensa bibliografia registro abaixo algumas pérolas do ilustre escritor:
História dos homens de nossa História, com Nélio Reis, 1936; O sentido educativo da arte dramática, 1937; Janelas fechadas, 1941; Precisa-se de um anjo, 1943; Gonçalves Dias, 1942; Curso de organização e administração de bibliotecas, 1943; Histórias da vida literária, 1944; O tesouro de Dom José, 1944; As aventuras do Calunga, 1945; O bicho do circo, 1945; Os holandeses no Maranhão, 1945; A viagem fantástica, 1946; Escola da saudade, 1946; Reforma do Ensino Normal no Maranhão, 1946; Conversa do Tio Juca, 1947.

A luz da estrela morta, 1948; Problemas da Biblioteca Nacional, 1948; A cabeça de ouro, 1949; O Hamlet de Antônio Nobre, 1949;Cervantes e o moinho de vento, 1950; Labirinto de espelhos, 1952; Os feriados nacionais, 1953; Fontes tradicionais de Antônio Nobre, 1953; Ricardo Palma, clássico da América, 1954; O verdugo, 1954; O fio da meada, 1955; Artur Azevedo e a arte do conto, 1956; Estampas literárias, 1956; Discurso de posse na Academia Brasileira de Letras, com o discurso de recebimento por Viriato Correia, 1956; A décima noite, 1959; A oratória atual do Brasil, 1959; Caminho da fonte, 1959; A miragem, 1959.

O Presidente Machado de Assis, 1961; Os degraus do paraíso, 1965; Santos de casa, 1966; Duas vezes perdida, 1966; Numa véspera de Natal, 1967; Uma afinidade de Manuel Bandeira: Vicente de Carvalho, 1967; Uma tarde, outra tarde, 1968; Uma palavra depois de outra, 1969; Un maître oublié de Stendhal, 1970; Estante giratória, 1971; Cais da Sagração, 1971; Pedro I e a Independência do Brasil à luz da correspondência epistolar, 1972; Discurso de saudação a Cândido Mota Filho na Academia Brasileira de Letras, 1972; A indesejada aposentadoria, 1972; Os bonecos indultados, 1973; Os tambores de São Luís, 1975; Aluísio Azevedo e a polêmica d’O Mulato. Rio, 1975.

A cultura brasileira, 1977; Glorinha, 1977; A polêmica de Tobias Barreto com os padres do Maranhão, 1978; Noite sobre Alcântara, 1978; A coroa de areia, 1979; As três carruagens e outras histórias, 1979; Fofão, Antena e o Vira-Lata inteligente, 1980; O silêncio da confissão, 1980; Pequeno anedotário da Academia Brasileira, 1980; Literatura para professores do 1º grau, 1980.

Discurso de saudação a José Sarney na Academia Brasileira de Letras, 1981; Largo do Desterro, 1981; Aleluia, 1982; Pedra viva, 1983; Viagem ao mundo do Dom Quixote, 1983; Discurso de recepção de José Guilherme Merquior na Academia Brasileira de Letras, 1983.

Uma varanda sobre o silêncio, 1984; Os caminhos, 1984; Diário da manhã, 1984; Lanterna vermelha, 1985; Perto da meia-noite, 1985; Romances e novelas, 3 vols., 1986; Antes que os pássaros acordem, 1987; Diário da tarde, 1988; A última convidada, 1989; Um beiral para os bem-te-vis, 1989; Alcântara, com Barnabás Bossahart e Hugo Loetscher, 1989; O camarote vazio, 1990; Diário do entardecer,1991; O baile da despedida, 1992; A viagem sem regresso, 1993; Janela de mirante, 1993; O Modernismo na Academia, testemunhos e documentos, 1994; O carrasco que era santo, 1994; Diário da noite iluminada, 1994; Uma sombra na parede, 1995; Um apartamento no céu, 1995.

O tempo devolvido, cenas e figuras da História do Brasil, 1996; Fachada de azulejo, 1996; Condição literária, 1996; Romances escolhidos, 1996; Enquanto o tempo não passa, 1996; A formiguinha que aprendeu a dançar, 1997; Memórias Póstumas de Machado de Assis, 1997; Baú da juventude, 1997; Primeiras notícias da Academia Brasileira de Letras, 1997; A Academia Brasileira entre o Silogeu e o Petit Trianon, 1997; Os inimigos de Machado de Assis, 1998; O Juscelino Kubitschek de minhas recordações, 1999 e Sempre serás lembrada, 2000.

Frases de Josué Montello:
“Quem tem saudades nunca está só.”
“O tempo é um salteador de estradas que nos leva todas as ilusões.”
“As memórias nada mais são do que aquilo que nos restou de nossos esquecimentos.”
“Pode-se dizer, sem receio de erro, que a utopia é consubstancial à condição humana. Ninguém realiza sem sonhar.”

São Luís, 21 de junho de 2025.
*José Carlos Castro Sanches. É Químico, professor, consultor, escritor, cronista, contista, trovador e poeta maranhense. Membro Efetivo do PEN Clube do Brasil, da Academia Luminense de Letras, da Academia Maranhense de Trovas, da Academia Rosariense de Letras Artes e Ciências, da Academia Maranhense de Ciências e Belas Artes, da Academia de Letras, Artes e Ciências de Coroatá, da Sociedade de Cultura Latina do Maranhão, da Federação das Academias de Letras do Maranhão, da União Brasileira de Escritores, da Associação Maranhense de Escritores Independentes. Membro correspondente da Academia Arariense de Letras Artes, da Academia Vianense de Letras e da Academia de Ciências, Letras e Artes de Presidente Vargas. Tem a literatura como hobby. Para Sanches, escrever é um ato de amor e liberdade.

Autor dos livros: Tríade Sancheana: Colheita Peregrina, Tenho Pressa, A Jangada Passou; Trilogia da Vida: No Fluir das Horas, Gotas de Esperança e A Vida é um Sopro!; Pérolas da Jujuba com o Vovô, Pétalas ao Vento, Borboletas & Colibris (em parceria); Das Coisas que Vivi na Serra Gaúcha, Me Leva na Mala, Divagando na Fantasia em Orlando, O Voo da Poesia e Momentos do Cotidiano. Coautoria em diversas antologias brasileiras.

NOTA: Esta obra é original do autor José Carlos Castro Sanches e está licenciada com a licença JCS21.06.2025. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original. Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas. Esta medida fez-se necessária porque ocorreu plágio de algumas crônicas do autor, por outra pessoa que queria assumir a autoria da sua obra, sem a devida permissão – contrariando o direito à propriedade intelectual, amparado pela Lei nº 9.610/98, que confere ao autor direitos patrimoniais e morais da sua obra.

