Por José Carlos Castro Sanches
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“A enfermagem é uma arte; e para realizá-la como arte, requer uma devoção tão exclusiva, um preparo tão rigoroso, quanto a obra de qualquer pintor ou escultor.” (Florence Nightingale)
Escrevo esta homenagem por “caridade” a pedido de um amigo e dedico à minha filha Fabielle Monteiro Sanches, enfermeira e aos demais enfermeiros(as) que por amor à profissão dão o melhor de si todos os dias para promover a saúde, zelar pela vida e integridade física e mental de pacientes nos hospitais, consultórios, asilos, creches, residências; nas favelas, centros urbanos, zonas rurais, metrópoles, casebres de palha, mansões, palácios…; no ar, no mar, na terra, entre outros lugares onde atuam.
A enfermagem tem como lema: “Onde há vida, há enfermagem”! Esse lema evidencia a “lâmpada que não se apaga”, mas que demanda muito esforço para manter “acesa a chama”.
O Dia do Enfermeiro e o Dia Internacional da Enfermagem são comemorados em 12 de maio, data em que se comemora o nascimento de Florence Nightingale, nascida a 12 de maio de 1820, em Florença, Itália, era filha de ingleses.
É considerada a fundadora da Enfermagem Moderna em todo o mundo, obtendo projeção maior a partir de sua participação como voluntária na Guerra da Criméia, em 1854, sendo pioneira no tratamento de feridos em batalhas e, ficando famosa por sua atuação. Faleceu em Londres, 13 de agosto de 1910.
Florence Nightingale é considerada a mãe da Enfermagem. Possuía inteligência incomum, tenacidade de propósitos, determinação e perseverança, o que lhe permitia dialogar com políticos e oficiais do Exército, fazendo prevalecer suas ideias. Dominava com facilidade o inglês, o francês, o alemão, o italiano, além do grego e latim.
No desejo de realizar-se como enfermeira, passa o inverno de 1844 em Roma, estudando as atividades das Irmandades Católicas. Em 1849 faz uma viagem ao Egito e decide-se a servir a Deus, trabalhando em Kaiserswert, Alemanha, entre as diaconisas….
Decidida a seguir sua vocação, procura completar seus conhecimentos que julga ainda insuficientes. Visita o Hospital de Dublin dirigido pela Irmãs de Misericórdia, Ordem Católica de Enfermeiras, fundada 20 anos antes. Conhece as Irmãs de Caridade de São Vicente de Paulo, na Maison de la Providence em Paris.
Aos poucos vai se preparando para a sua grande missão. Em 1854, a Inglaterra, a França e a Turquia declaram guerra à Rússia: é a Guerra da Criméia. Os soldados acham-se no maior abandono. A mortalidade entre os hospitalizados é de 40%.
Florence partiu para Scutari com 38 voluntárias entre religiosas e leigas vindas de diferentes hospitais. Algumas enfermeiras foram despedidas por incapacidade de adaptação e principalmente por indisciplina. Com medidas de higiene e organização de enfermarias, a mortalidade decresce de 40% para 2%. Os soldados fazem dela o seu anjo da guarda e ela será imortalizada como a “Dama da Lâmpada” porque, de lanterna na mão, percorre as enfermarias, atendendo os doentes…Dedica-se porém, com ardor, a trabalhos intelectuais. Pelos trabalhos na Criméia, recebe um prêmio do Governo Inglês e, graças a este prêmio, consegue iniciar o que para ela é a única maneira de mudar os destinos da Enfermagem – uma Escola de Enfermagem em 1859.
Após a guerra, Florence fundou uma escola de Enfermagem no Hospital Saint Thomas, que passou a servir de modelo para as demais escolas que foram fundadas posteriormente. A disciplina rigorosa, do tipo militar, era uma das características da escola nightingaleana, bem como a exigência de qualidades morais das candidatas. O curso, de um ano de duração, consistia em aulas diárias ministradas por médicos.
Após a sua morte, deixou florescente o ensino de Enfermagem. Assim, a Enfermagem surge não mais como uma atividade empírica, desvinculada do saber especializado, mas como uma ocupação assalariada que vem atender a necessidade de mão-de-obra nos hospitais, constituindo-se como uma prática social institucionalizada e específica.
A filosofia e os ensinamentos de Florence Nightingale enfatizam que a enfermeira deve usar o cérebro, o coração e as mãos na criação de ambientes de cura, para cuidar do corpo do paciente, de sua mente e de seu espírito.
A maldição de Florence Nightingale: (Nem tudo são flores na vida das enfermeiras, principalmente daquelas que se formam solteiras) como reza a lenda… A lenda reza que a precursora da Enfermagem no mundo morreu solteira (largando seu noivo) para cuidar dos soldados na guerra da Criméia. Por isso todas as profissionais de enfermagem que se formam sem ter um namorado ficam solteironas para o resto da vida…
A frase famosa de Florence Nightingale: “Escolhi os plantões, porque sei que o escuro da noite amedronta os enfermos. Escolhi estar presente na dor porque já estive muito perto do sofrimento. Escolhi servir ao próximo porque sei que todos nós um dia precisamos de ajuda. Escolhi o branco porque quero transmitir paz. Escolhi estudar métodos de trabalho porque os livros são fonte saber. Escolhi ser Enfermeira porque amo e respeito a vida!”
Quem foi a primeira enfermeira do Brasil? A primeira enfermeira do Brasil e criadora do nome “Enfermagem” foi Anna Nery. Nasceu na cidade de Cachoeira, na Bahia, em dezembro de 1814 e faleceu em 20 de maio de 1880, teve três filhos, dois dos quais foram à guerra do Paraguai acompanhados do irmão de Anna, que também era membro do exército. Em 1865, durante a guerra do Paraguai, a brasileira Anna Nery, proveniente de família abastada, já viúva, abandonou o conforto de sua casa para acompanhar os filhos no campo de batalha e se voluntariou para cuidar dos feridos nas batalhas.
“Ser enfermeiro é ter um coração grande o suficiente para amar a todos, mas forte o suficiente para dizer não quando necessário.” (Anna Nery)
A Escola de Enfermagem Alfredo Pinto, inaugurada em 1890, é referência no Brasil por ter sido a primeira escola de Enfermagem, inicialmente chamada Escola Profissional de Enfermeiros e Enfermeiras, associada ao Hospital Nacional de Alienados, tem como patrona Anna Nery. Incorporando o Corpo de Saúde do Exército Brasileiro, aprendeu noções de enfermagem, e durante cinco anos serviu como a primeira enfermeira voluntária brasileira..
Retornou ao Brasil em 1870, e recebeu como homenagem de D. Pedro II condecorações como a medalha de prata humanitária e da campanha, além de uma pensão vitalícia.. Sua imagem é tão importante que em sua homenagem, Carlos Chagas batizou com seu nome a primeira escola oficial brasileira de enfermagem, criada em 31 de dezembro de 1923. Anna Nery foi então escolhida como a Patrona da Enfermagem Brasileira.
Qual animal representa a Enfermagem? A serpente enrolada em torno do bastão era um símbolo utilizado por Esculápio, o deus grego da Medicina. Na Enfermagem, esse animal representa a capacidade de cura dos pacientes, e a importância do cuidado e do tratamento adequado para garantir a recuperação.
Os significados dados aos símbolos utilizados na Enfermagem, são os seguintes: Lâmpada: caminho, ambiente. Cobra: magia, alquimia. Cobra + cruz: ciência. O símbolo da enfermagem moderna homenageou Florence Nightingale, que com uma lâmpada à óleo (forma de uma lamparina grega) acesa, uma cobra e a cruz vermelha. Juntos, esses elementos representam essa profissão que se traduz em zelo, cuidado e respeito.
A cor verde, apresentada na cobra representa a cura, a saúde e a tranquilidade, que os profissionais de enfermagem desejam passar ao paciente no dia a dia da profissão. É importante destacar que, tanto para o auxiliar quanto para o técnico em enfermagem, existem símbolos um pouco diferentes em seu brasão.
Por que o símbolo da enfermagem é uma lâmpada? A precursora da enfermagem moderna, Florence Nightingale utilizava uma lâmpada em suas visitas aos soldados durante a Guerra da Criméia, o que a tornou conhecida como a Dama da Lâmpada e tornou esse objeto representativo para a Enfermagem.
A pedra da enfermagem é a esmeralda. Assim como medicina e outras profissões das áreas biológicas, a pedra do anel formatura enfermagem é a esmeralda (verde).
O Dia Nacional do Técnico e Auxiliar de Enfermagem é comemorado no dia 20 de maio. Esta data marca o encerramento da Semana da Enfermagem, que é comemorada entre os dias 12 e 20 de maio. 12 de maio que corresponde à data de nascimento de Florence Nightingale e 20 de maio quando morreu Anna Nery, pioneira na enfermagem brasileira.
“O cuidado em enfermagem é uma arte que requer sensibilidade, conhecimento e amor.” (Anna Nery)
Florence Nightingale e Anna Nery foram mulheres inspiradoras com elevada capacidade de realização e influência que deixaram um legado de trabalho, dedicação e lições de vida a serem compartilhados e seguidos. Não podemos negar que existem pessoas abnegadas, diferenciadas, destemidas, determinadas a enfrentar as adversidades e superar desafios sendo protagonistas das suas próprias histórias – para elas a vida não era apenas palco para receber aplausos – era acima de tudo um lugar de lutas e incansáveis batalhas que deveriam ser vencidas dia após dia. Assim elas conquistaram lugar de destaque com propósito e amor ao que faziam, alinhadas à missão de fazer o bem sem saber a quem.
“Acho que os sentimentos se perdem nas palavras. Todos deveriam ser transformados em ações, em ações que tragam resultados.” (Florence Nightingale)
Florence Nightingale e Anna Nery, entre tantas outras mulheres são motivos de orgulho e admiração merecedoras de reconhecimento pelos seus feitos e contribuições para a Enfermagem em todo o mundo. Viva a tenacidade e a perseverança! Deus seja louvado!
“A enfermagem é uma profissão que cuida da vida e da dignidade humana.” (Anna Justina Ferreira Nery)
São Luís, 01 de outubro de 2024.
José Carlos Castro Sanches. É Consultor de SSMA da Business Partners Serviços Empresariais – BPSE. Químico, professor, escritor, cronista, contista, trovador e poeta maranhense. Membro Efetivo do PEN Clube do Brasil, da Academia Luminense de Letras, da Academia Maranhense de Trovas, da Academia Literária do Maranhão, da Academia Maranhense de Ciências e Belas Artes, da Academia Rosariense de Letras Artes e Ciências, da Sociedade de Cultura Latina do Estado do Maranhão, da Federação das Academias de Letras do Maranhão, da União Brasileira de Escritores, da Associação Maranhense de Escritores Independentes. Membro correspondente da Academia Arariense de Letras, Artes e Ciências, da Academia Vianense de Letras e da Academia de Ciências, Letras e Artes de Presidente Vargas. Tem a literatura como hobby. Para Sanches, escrever é um ato de amor e liberdade.
Autor dos livros: Tríade Sancheana: Colheita Peregrina, Tenho Pressa, A Jangada Passou; Trilogia da Vida: No Fluir das Horas, Gotas de Esperança e A Vida é um Sopro!; Pérolas da Jujuba com o Vovô, Pétalas ao Vento, Borboletas & Colibris (em parceria); Das Coisas que Vivi na Serra Gaúcha, Me Leva na Mala, Divagando na Fantasia em Orlando e O Voo da Poesia. Coautoria em diversas antologias brasileiras.
NOTA: Esta obra é original do autor José Carlos Castro Sanches e está licenciada com a licença JCS01.10.2024. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original. Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas. Esta medida fez-se necessária porque ocorreu plágio de algumas crônicas do autor, por outra pessoa que queria assumir a autoria da sua obra, sem a devida permissão – contrariando o direito à propriedade intelectual, amparado pela Lei nº 9.610/98, que confere ao autor direitos patrimoniais e morais da sua obra.