Por José Carlos Castro Sanches
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Numa floresta densa, viviam dois amigos, o macaco Guariba e o bicho-preguiça Soneca. Ambos compartilhavam um sonho: entrar para a prestigiosa Academia de Letras da Floresta.
Guariba, um político astuto, tinha muitos amigos influentes na academia. Ele sabia como manipular as pessoas certas para alcançar seus objetivos. Sem muito esforço, Guariba conseguiu furar a fila e entrar na academia, apesar de não ter qualquer mérito literário.

Já o bicho-preguiça Soneca era um escritor talentoso, com uma imaginação fértil e uma habilidade incomparável para criar histórias cativantes. Seu trabalho era amplamente reconhecido pelo público, mas, apesar de sua competência, ele nunca conseguiu entrar na academia.

Soneca se sentia mortalmente ferido por seus temores. Ele temia que sua falta de conexões e influência o impedisse de alcançar seu sonho. Ele se sentia preso em uma vida de obscuridade, enquanto Guariba desfrutava da glória e do reconhecimento. No entanto, apesar de seus temores, o desejo de Soneca de se tornar um membro da academia nunca morreu. Ele continuou a escrever, criando obras-primas que inspiravam e encantavam a todos que as liam.

Um dia, um velho sábio da floresta se aproximou de Soneca e disse: “O homem é mortal por seus temores e imortal por seus desejos. Você, Soneca, é imortal em seu desejo de criar e compartilhar sua arte com o mundo.”

O sábio ensinava tudo o que sabia de forma amigável e verdadeira, usando palavras agradáveis disse-lhe que aquela frase era uma reflexão profunda sobre a natureza humana e podia ser interpretada de várias maneiras, tais como:
1. A frase destaca a “Dualidade da natureza humana”, onde o medo e o desejo coexistem. O medo nos torna mortais, pois nos faz temer a perda, a dor e a morte. Já o desejo nos torna imortais, pois nos faz sonhar com um futuro melhor, com realização e felicidade.
2. “Influência dos temores e desejos”, sugere que os temores e desejos têm um impacto profundo em nossa vida. Os temores podem nos limitar e nos tornar mais vulneráveis à morte, enquanto os desejos podem nos inspirar e nos dar força para superar os obstáculos.
3. “Busca pela transcendência.” Os desejos humanos podem ser vistos como uma forma de buscar algo maior do que nós mesmos, algo que nos faça sentir conectados a algo mais profundo e significativo.
4. “Contraste entre finitude e infinitude”: A frase contrasta a finitude da vida humana (mortalidade) com a infinitude dos desejos humanos. Isso destaca a tensão entre a limitação da nossa existência física e a amplitude dos nossos sonhos e aspirações.

Soneca se sentiu renovado e inspirado pelas palavras do sábio. Ele percebeu que seu verdadeiro legado não estava em entrar para a academia, mas em continuar a criar e compartilhar sua arte com o mundo.

E assim, o bicho-preguiça Soneca continuou a escrever, deixando um legado imortal de histórias e poemas que inspirariam gerações futuras. Enquanto , o macaco Guariba apesar de sua influência e poder, foi esquecido pelo tempo, deixando apenas um rastro de mediocridade em sua esteira.

Moral da história:
O verdadeiro legado não está em títulos ou honrarias, mas em criar algo que transcenda o tempo e inspire os outros. “O homem é mortal por seus temores e imortal por seus desejos” é uma reflexão profunda sobre a natureza humana, destacando a dualidade entre medo e desejo, e a busca pela transcendência e significado.
São Luís, 24 de janeiro de 2025.
José Carlos Castro Sanches. É Consultor de SSMA da Business Partners Serviços Empresariais – BPSE. Químico, professor, escritor, cronista, contista, trovador e poeta maranhense. Membro Efetivo do PEN Clube do Brasil, da Academia Luminense de Letras, da Academia Maranhense de Trovas, da Academia Literária do Maranhão, da Academia Maranhense de Ciências e Belas Artes, da Academia Rosariense de Letras Artes e Ciências, da Sociedade de Cultura Latina do Estado do Maranhão, da Federação das Academias de Letras do Maranhão, da União Brasileira de Escritores, da Associação Maranhense de Escritores Independentes. Membro correspondente da Academia Arariense de Letras, Artes e Ciências, da Academia Vianense de Letras e da Academia de Ciências, Letras e Artes de Presidente Vargas. Tem a literatura como hobby. Para Sanches, escrever é um ato de amor e liberdade.

Autor dos livros: Tríade Sancheana: Colheita Peregrina, Tenho Pressa, A Jangada Passou; Trilogia da Vida: No Fluir das Horas, Gotas de Esperança e A Vida é um Sopro!; Pérolas da Jujuba com o Vovô, Pétalas ao Vento, Borboletas & Colibris (em parceria); Das Coisas que Vivi na Serra Gaúcha, Me Leva na Mala, Divagando na Fantasia em Orlando e O Voo da Poesia. Coautoria em diversas antologias brasileiras.

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