Por José Carlos Castro Sanches
Site: www.falasanches.com
“Eu tive esse sonho.” (Irwin Duprée)
Hoje eu tive um sonho. Mas não era um daqueles sonhos comuns que quando acordamos já esquecemos no desjejum, porque ocorreu em uma tarde de domingo. Não era um pesadelo porque não me fez suar, ter medo, tampouco respirar ofegante e ficar paralisado.
Foi um sonho que ficou em minha mente por algumas horas e tive o desejo de transcrevê-lo em parte e compartilhar com os leitores, espero que gostem das reflexões extraídas dessa experiência que parece premonitória.
No sonho eu encontrei uma peça de fio de nylon – daqueles finos usados para fazer redes de pescar ou em caniços. Os fios estavam em formato de um tubo, mas não havia nada que os suportasse apenas moldados como se houvesse algo a mantê-los naquela configuração.
Peguei em uma das extremidades do fio com o propósito de enrolar em um pedaço de madeira pequeno que estava no chão, era um toco do caule de uma árvore cortado, limpei-o e comecei a enovelar o fio na peça de madeira ao tempo em que um amigo pegou na outra extremidade e deslocou-se à distância para facilitar a fiação no novelo – após atingir o final do comprimento do fio – eu julgava que o parceiro continuasse a me ajudar no trabalho, quando abruptamente soltou, ao soltar o fio que estava esticado o mesmo recolheu-se enroscando na vegetação, raízes, pedras e outros atravancos dispostos no caminho.
Quando percebi que o fio estava preso com dificuldade de enrolar, soltei a extremidade que eu segurava e fui em busca de destravar o empecilho para continuar a missão. Ao retornar para retomar a atividade vi que a ponta do fio que eu segurava também havia se recolhido – então sai à procura de mesma, ao encontrá-la notei que havia um emaranhado de fios entre os arbustos, raízes, pedras, tocos e ervas daninhas, tudo estava muito confuso. Como desenrolar aquele trançado de fios sem desfazer os nós que se acentuavam a cada mexida que eu dava?
Mais uma vez encontrei uma das extremidades do fio e segui puxando, desemperrando dos empecilhos, quando percebi que a extremidade oposta – não sei como nem porquê – havia se elevado ao ponto de passar sobre o fio elétrico de iluminação pública que se atravessava no caminho. A distância que inicialmente era pequena entre o meu amigo e eu, ao iniciarmos a tarefa, agora parecia infinita, não era possível saber até onde eu teria que avançar para encontrar a ponta do fio que inicialmente eu julgava que estivesse sobre o meu controle. Eu estava aparentemente perdido num labirinto ou diante de um quebra-cabeça.
A dinâmica se repetia, eu começava a enrolar a linha no novelo, o fio se enrugava nos obstáculos, estorvos e atravancos que dificultavam o avanço do meu trabalho. Como disse Martin Luther King Jr: “Eu tenho um sonho em que um dia cada pessoa irá cuidar apenas da sua própria vida.”
Graças a Deus que acordei com a lucidez daquele sonho à mente a ponto de transcrevê-lo e extrair algumas lições para reflexão dos leitores:
1) Quando lidamos com pessoas com as quais não podemos confiar – desprovidas do compromisso de seguir até o fim alinhadas com o nosso propósito – o melhor que podemos fazer é seguirmos sozinhos;
2) Para realizar algo, ainda que aparentemente fácil é necessário estratégia, planejamento e foco centrado, qualquer desvio, desconcentração e interferência poderá transformar algo simples em extremamente complexo;
3) Existirão pessoas que estarão ao seu lado, mas não são inspiradoras, sempre irão dificultar e reprimir as suas vontades; se você as ouvir nunca saíra do lugar, porque elas são limitadoras e impedem o seu crescimento;
4) Para obter sucesso em qualquer atividade, tarefa, meta e objetivo pessoal ou profissional – devemos ouvir mais o que nos é dito por nossos sonhos, desejos, propósitos e missões; desprezar os conselhos de pessoas desinteressadas pelo nosso crescimento e que não acreditam no que julgamos ser o melhor para nossas vidas;
5) Haverá momentos em nossas vidas em que os fios que pareciam desimpedidos, livres e ordenados – estarão enroscados, presos e desordenados – nesse instante precisaremos ter capacidade criativa, paciência, estratégia e manter foco centrado na solução;
6) Tudo o que parece sem solução – que abruptamente nos surpreende – tem como objetivo tornarmos mais fortes e capazes de romper com a inércia, tomar posse do poder realizador e seguir desenrolando os fios que teimam em impedir o nosso sucesso;
7) O vencedor é aquele que se atreve a combater o inimigo com inteligência, sabedoria e paciência – para separar as extremidades dos fios e enrolar com cautela cada volta – sem perder a ternura – o bom humor resgatará a doçura perdida pelos caminhos. Apenas ele, será capaz de tornar a vida mais leve e saudável;
8) Os empecilhos são como as barragens nas cachoeiras que impedem a passagem das águas para torná-las potentes e capazes de mover turbinas e gerar energia para iluminar o mundo;
9) Quando soltamos as extremidades dos fios e perdemos o controle sobre eles é como se estivéssemos diante de um trem desgovernado prestes a atropelar cinco pessoas onde o maquinista está ao lado de uma alavanca que pode desviar o trem. Se puxar a alavanca, o trem desvia e salva as cinco pessoas, mas atropela outra pessoa. Se não fizer nada, as cinco pessoas morrem;
10) Os dilemas pessoais estão associados à vivência de uma situação embaraçosa, que aponta saídas difíceis ou penosas, frente à qual nos vemos entre a cruz e a espada, sem possibilidade de escolha satisfatória. É uma situação, normalmente problemática, constituída por duas soluções que são contraditórias entre si, mas ambas aceitáveis. Quando enfrentamos um dilema, significa que temos que tomar uma decisão extremamente difícil;
11) Somos protagonistas das nossas próprias histórias, jamais deveremos entregar nossos sonhos, anseios, desejos, metas, objetivos… para serem conduzidos por outras pessoas, ninguém será capaz de executá-los com o mesmo desempenho, amor e prazer que realizamos;
12) A fé remove montanha, mas sozinha será impossível remover um grão de areia, portanto saiba que a força da energia armazenada dentro de você poderá ser transformadora ou apenas um sonho que nunca se concretizará – a distância entre sonho e realidade se chama ação;
13) Não basta ter muitos sonhos. É preciso lutar para conquistar. Deus seja louvado!
“Tudo o que um sonho precisa para ser realizado é alguém que acredite que ele possa ser realizado. (Roberto Shinyashiki)
São Luís, 19 de janeiro de 2025.
José Carlos Castro Sanches.
É Consultor de SSMA da Business Partners Serviços Empresariais – BPSE. Químico, professor, escritor, cronista, contista, trovador e poeta maranhense. Membro Efetivo do PEN Clube do Brasil, da Academia Luminense de Letras, da Academia Maranhense de Trovas, da Academia Literária do Maranhão, da Academia Maranhense de Ciências e Belas Artes, da Academia Rosariense de Letras Artes e Ciências, da Sociedade de Cultura Latina do Estado do Maranhão, da Federação das Academias de Letras do Maranhão, da União Brasileira de Escritores, da Associação Maranhense de Escritores Independentes. Membro correspondente da Academia Arariense de Letras, Artes e Ciências, da Academia Vianense de Letras e da Academia de Ciências, Letras e Artes de Presidente Vargas. Tem a literatura como hobby. Para Sanches, escrever é um ato de amor e liberdade.
Autor dos livros: Tríade Sancheana – Colheita Peregrina, Tenho Pressa, A Jangada Passou; Trilogia da Vida: No Fluir das Horas, Gotas de Esperança e A Vida é um Sopro!; Pérolas da Jujuba com o Vovô, Pétalas ao Vento, Borboletas & Colibris (em parceria); Das coisas que vivi na serra gaúcha, Me Leva na mala, Divagando na Fantasia em Orlando e O Voo da Fantasia. Coautor de diversas antologias brasileiras.
NOTA: Esta obra é original do autor José Carlos Castro Sanches e está licenciada com a licença JCS19.01.2025. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original. Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas. Esta medida fez-se necessária porque ocorreu plágio de algumas crônicas do autor, por outra pessoa que queria assumir a autoria da sua obra, sem a devida permissão – contrariando o direito à propriedade intelectual, amparado pela Lei nº 9.610/98, que confere ao autor direitos patrimoniais e morais da sua obra.
Maria do Socorro Sanches
20 de janeiro de 2025 at 10:08
Seja persistente em sonhar e realizar seus objetivos! O sucesso requer paciência e determinação!