Por José Carlos Castro Sanches Site: www.falasanches.com
Parte das comemorações pelo Bicentenário de Gonçalves Dias, ocorreu na tarde nublada de quarta-feira, 12 de julho de 2023, num cortejo pelas ruas de São Luís, em homenagem ao maior poeta maranhense.
Na seleta e diversa comitiva sob a liderança e condução da Academia Maranhense de Letras havia integrantes da Academia Maranhense de Trovas, da Academia Ludovicense de Letras, da Academia Luminense de Letras, da Academia Vianense de Letras, da Academia Arariense e Rosariense de Letras, Artes e Ciências, do PEN Clube do Brasil, da Academia Maranhense de Belas Artes, da Sociedade de Cultura Latina do Estado do Maranhão, do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão, da União Brasileira de Escritores, da Associação Maranhense de Escritores Independentes e demais academias associadas à Federação das Academias de Letras do Maranhão. Além de representantes das Universidades, órgãos públicos municipais, estaduais, federais e entidades privadas.
O encontro teve início na Academia Maranhense de Letras, seguido de uma caminhada até a rua de Santana na casa onde morou Ana Amélia, a musa inspiradora do célebre romântico e indianista e, encerrou no Largo do Amores ao lado da estátua do imortal autor da Canção do Exílio, Canção dos Tamoios, I-Juca-Pirama, Leito de Folhas Verdes, Seus Olhos, Ainda uma Vez – Adeus!, Se se Morre de Amor, Sextilhas de Frei Antão, Canto do Piaga, Primeiros Cantos, Segundos Cantos, Cantos, Últimos Cantos, Os Timbiras (inacabado), entre outros. Reuniram-se escritores, poetas, trovadores, artistas, professores, estudantes, admiradores; homens, mulheres, jovens, adultos, anciãos; estudiosos, curiosos; literatos e acadêmicos de inúmeras academias de letras do Maranhão para prestigiarem o vate-mor da literatura nacional. A festa estava completa com Sarau Literário Poético e Musical, declamação de trovas, poesias; peças teatrais e outros mais.
O menino sábio que nasceu em Caxias com o dom da escrita e apego à leitura, cresceu, voou e navegou além-mares; aportou em Lisboa, conviveu amigavelmente com o Imperador D. Pedro II, estudou as etnias e consagrou a sua terra com a “Canção do Exílio”. Quando voltava para o seu torrão fincou a âncora nos Atins de Guimarães, nas águas trágicas onde despareceu, talvez tenha se encantado num sabiá e viva a cantar nas palmeiras do Maranhão, ou quiçá num tubarão para vigiar os escritos inéditos fundeados e perdidos na embarcação. Ele sempre será lembrado; imortalizado jamais será esquecido. Na sua talentosa mão, as palavras se eternizavam e convertiam-se em encanto, até a ingratidão e o desencanto. Ele respirava poesia como poucos, sua mente viçosa transformava o pranto, a saudade, a tristeza e a agonia em alegria e encantamento. Excelso poeta Gonçalves Dias, hoje te acalanto com um poema e deleito-me num recanto, recolhido no remanso para amansar o ganso e expressar a minha mais profunda admiração pelo seu canto.
Agora, sentado numa cadeira preguiçosa, centrado ao amanhecer, observo o brilho do sol nascente pela janela do meu apartamento e escrevo do meu recanto divino para enaltecer o admirável talento do maravilhoso poeta que contagia o opulento, ilumina o hedonista; me faz flutuar ao vento, caminhar entre as estrelas num intenso movimento como fonte de inspiração para clarear o meu pensamento. Quero ser um instrumento de paz e infinito amor, usado pelo criador com maestria para exaltar os poetas, a literatura, a arte e a cultura e investir o meu precioso tempo para conhecer, propagar a história e cantar a glória do ilustre maranhense Gonçalves Dias, para quem eu tiro a boina em reverência pelos admiráveis feitos e fomento da literatura brasileira. Como poeta desejo experimentar a sensação de deleite e cultivar a misteriosa magia que transcende a poesia que ele soube tão bem plantar e regar.
São Luís, 13 de julho de 2023.
José Carlos Castro Sanches
É químico, professor, escritor, cronista, trovador e poeta maranhense. Membro Efetivo do PEN Clube do Brasil, da Academia Luminense de Letras, da Academia Maranhense de Trovas, da Sociedade de Cultura Latina do Maranhão, da União Brasileira de Escritores e da Associação Maranhense de Escritores Independentes. Membro Correspondente da Academia Arariense de Letras, Artes e Ciências e da Academia Vianense de Letras.
Autor dos livros: Colheita Peregrina, Tenho Pressa, A Jangada Passou; No Fluir das Horas é tempo de ler e escrever, A Vida é um Sopro!, Gotas de Esperança, Pérolas da Jujuba com o Vovô, Pétalas ao Vento e Borboletas & Colibris (em parceria com Pedro Neto).
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