Por José Carlos Castro Sanches
Regressando! Voo 6314 de Recife para Belém. Com destino a São Luís do Maranhão. Ilha dos amores. Após obter o visto americano para uma viagem ao Walt Disney World Resort em Orlando.
“De volta para casa, esse é um rito que jamais deve se perder. Afinal, lugar nenhum será tão bom quanto a sua casa, família nenhuma será tão especial como a sua e país algum lhe dará o aconchego da sua terra natal. Lar, realmente é um doce lar! ” (Autor desconhecido)
O que faz o homem querer voar? É para sentir-se livre ou superior?
Não nascemos alados como os pássaros, mas construímos aviões, naves espaciais, carros, equipamentos eletrônicos de alta complexidade e alcance. Enfim, somos quase perfeitos, não fosse a nossa fragilidade diante do imprevisto com um corpo frágil e limitado.
O que nos fortalece é a alma grande e a certeza de que somos passageiros nessa terra de belezas, alegrias, percalços e sofrimento.
Estava escrevendo esta crônica quando fui interrompido pelo aviador, que passou informando sobre o lanche, a ser servido aos passageiros da aeronave, com aproximadamente 180 passageiros, alguns dormindo, outros lendo, assistindo filmes, enquanto eu escrevia.
Ao passar próximo ao meu assento, o jovem aviador me entregou um guardanapo de papel com a seguinte inscrição: “ E aí, tudo azul com você? Logo pensei. Azul é o céu, a calça que visto, a empresa aérea que nos transporta, então de verdade estava quase tudo azul. Exceto a minha esperança de chegar ao destino que estava “bordada de verde, amarelo e branco” – as cores da bandeira do meu imenso país, que observado de norte a sul, leste a oeste parece um continente – plácido… colosso, esplendor de glória do passado, gigante pela própria natureza. Brasil!
“Cada regresso teu fazia-me acreditar que afinal nunca te tinhas ido embora, que o tempo é a coisas mais relativa do mundo e que não é a distância que afasta as pessoas quando nasceram para se encontrar.” (Margarida Rebelo Pinto)
Segui viagem com minha filha Danielle, meu genro Pablo, meu neto Leonardo Davi, a cunhada Elizete e uma grande amiga da família Danuzia More, que pela amizade de infância com as minhas filhas, chamam-na de “Danuzia minha colega”, companheira de todas as horas. Uma pessoa com a qual podemos contar para quase tudo, menos para vigiar comida na mesa, porque tem grande habilidade com os talheres e pouco controle sobre a gula.
Apesar de ter o desejo de perder peso, para voltar à condição normal de esbelta, como na infância. É um desafio que a nossa amiga tem a missão de superar, o que se torna cada vez mais difícil nas viagens cansativas com grande consumo de energia, que precisam ser repostas com alimentos calóricos em abundância. No entanto, a vida continua alegre e divertida para ela, é isso que importa: ser feliz! “Tudo vale a pena, quando a alma não é pequena” já dizia o poeta Fernando Pessoa.
No balanço inseguro da aeronave, ao passar pelas nuvens e ventos, a turbulência aumenta, e por alguns minutos, o silêncio tomou conta do nosso meio. Preciso ser forte diante das tribulações e, seguir o meu destino, determinado por Deus. Que Ele guarde o nosso voo. Vou encerrar por aqui rezando para a turbulência passar e chegar a hora do avião aterrissar em solo firme.
Como disse o colega Sebastião Duarte, escritor maranhense, imortal da Academia Maranhense de Letras, no encontro com a família Barros Neres, que participamos juntos na A.M.E.I: “O medo é um inibidor de forças. O mais ridículo dos martírios. Desbloqueie-se”. Reforçou: “O medo só tem uma forma para ser vencido. É ser vencido. ” E encerrou dizendo: “Não sou um cara medroso. Mas, não me peça para fazer elogio ao medo. ”
São Luís, 31 de março de 2019.
José Carlos Castro Sanches
É químico, professor, escritor, cronista e poeta maranhense.
Membro Efetivo da Academia Luminense de Letras – ALPL
Autor dos livros: Colheita Peregrina, Tenho Pressa, A Jangada Passou; No Fluir das Horas é tempo de ler e escrever, A Vida é um Sopro, Gotas de Esperança e outros nove livros inéditos.
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NOTA: Esta obra é original do autor José Carlos Castro Sanches, com crédito aos autores e fontes citadas, e está licenciada com a licença JCS31.03.2019. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original. Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas. Esta medida fez-se necessária porque ocorreu plágio de algumas crônicas do autor, por outra pessoa que queria assumir a autoria da sua obra, sem a devida permissão – contrariando o direito à propriedade intelectual amparado pela lei nº 9.610/98 que confere ao autor Direitos patrimoniais e morais da sua obra.