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Oferece a você a oportunidade de leitura e reflexão sobre textos repletos de exemplos, experiências e lições que irão transformar a sua vida.

CAMINHANDO NO PARAÍSO  

Por José Carlos Castro Sanches     

Manoel Moreno Soares, caminhava todos os dias, em média três horas – pelo que soube de um dos filhos e que via nas manhãs, tardes e noites. Ele tinha sempre um sorriso discreto e palavra serena quando nos encontrávamos. Era sistemático, disciplinado e inspirador pelo exemplo. Vendo-o caminhar pelo condomínio e áreas comuns quis segui-lo para criar o hábito saudável e fugir do sedentarismo. Aos poucos dei os primeiros passos.

Certa vez o encontrei na rotina de atleta durante uma caminhada e perguntei-lhe: “Quantas voltas você dá no quarteirão a cada passeio matinal, vespertino e noturno ?”. Respondeu-me: “dou oito voltas” e explicou-me as trajetórias cruzadas para não passar sempre pelo mesmo caminho.

Ele tinha consciência da limitação do corpo físico, muita vitalidade e vontade de viver. Dizia que após cada refeição andava para liberar calorias e manter a forma física.

Senti a falta dele nas últimas semanas quando passeava pelo Jardim de Lombardia e arredores, não imaginei que estivesse hospitalizado. Ao saber da notícia pedi à sua esposa Nelma para dar-lhe um recado no leito da UTI, ainda que estivesse aparentemente  sedado. “Diga-lhe que o escritor do condomínio como ele me conhecia mandou um abraço e, que em breve sairia daquele leito, retornaria saudável para o convívio familiar e voltaríamos a nos encontrar durante as caminhadas.”. Naquela conversa breve com a esposa que seguia apressada para acompanhá-lo no hospital. Ela informou que ele sabia quem eu era e lembraria do meu nome porque já havia lido um dos meus livros, intitulado “A Vida é um Sopro!” e tinha gostado.

Esperei por boas notícias, todavia recebi com tristeza a informação de que Manoel havia partido para a dimensão espiritual e estava ao lado de Emanuel. Não cruzaríamos mais os caminhos terrestres, quem sabe o celestial.

Ele deve estar caminhando nos Jardins Floridos ao lado do soberano Pai eterno, certamente alegre e sorridente pela missão cumprida com galhardia durante a breve e marcante passagem pela Terra. O corpo se decompõe, mas a alma continua viva como as boas lembranças e momentos inesquecíveis de eterna memória.

A vida é efêmera e devemos aproveitar cada segundo como se fosse o último, acredito que assim fez o saudoso amigo Manoel. A única certeza que temos é que: ” Do pó viemos e ao pó voltaremos – Et in pulverem reverteris ut pulvis sumus”, no intervalo entre a chegada e a partida devemos viver intensivamente seguindo o exemplo do caminhante solitário. Outra lição que compartilho: ”É que devemos amar ao próximo em vida e agradecer a Deus pela oportunidade da convivência”.

Como sabiamente disse o Padre durante a Missa de Sétimo Dia: “Quanto tempo vai durar a saudade?” E respondeu: “A saudade de quem amamos é eterna, demos significado e vazão aos sentimentos. A morte chegará para todos nós em algum momento. Parece difícil aceitar, mas é a realidade. O que fica é o sentimento de ausência. A vida é uma só na terra, depois continua ilimitada no tempo eterno da Glória de Deus. A vida começa com uma chegada e termina com uma despedida. Quem foi marido, esposa, pai, mãe, filho, amigo, avô, neto… na Terra continuará sendo no céu. A missa não é de tristeza é de gratidão. A vida de Manoel Moreno Soares jamais será esquecida. Um dia todos se reencontrarão na paz e no amor.”

Na última vez que nos encontramos ele estava alegre e feliz carregando a netinha nos braços e entregando-a aos pais que o aguardavam no estacionamento da portaria do Condomínio Jardim de Lombardia. Guardarei na memória aquela linda imagem da nossa despedida. Vá com Deus Manoel. Siga caminhando no Jardim Florido do Paraíso.

À esposa Nelma, aos filhos Marcone e Tiago, demais familiares, amigos e admiradores minha solidariedade e sentimento genuíno de condolências pela irreparável perda prematura e pelo vácuo deixado por Manoel entre os amigos e especialmente familiares.  Abraço fraterno a todos.    

São Luís, 19 de setembro de 2022.    

Revisado em 22/09/2022. 

José Carlos Castro Sanches

É químico, professor, escritor, cronista e poeta maranhense. Membro Efetivo da Academia Luminense de Letras, da Academia Maranhense de Trovas, da Associação Maranhense de Escritores Independentes, da União Brasileira de Escritores e do PEN Clube do Brasil.

Autor dos livros: Colheita Peregrina, Tenho Pressa, A Jangada Passou; No Fluir das Horas é tempo de ler e escrever, A Vida é um Sopro, Gotas de Esperança, Pérolas da Jujuba com o Vovô e Pétalas ao Vento.

Visite o site falasanches.com e a página “Fala, Sanches” (Facebook) e conheça o nosso trabalho.

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NOTA: Esta obra é original do autor José Carlos Castro Sanches e está licenciada com a licença JCS19.09.2022. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original. Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas. Esta medida fez-se necessária porque ocorreu plágio de algumas crônicas do autor, por outra pessoa que queria assumir a autoria da sua obra, sem a devida permissão – contrariando o direito à propriedade intelectual, amparado pela Lei nº 9.610/98, que confere ao autor direitos patrimoniais e morais da sua obra.

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