Por José Carlos Castro Sanches
Site: www.falasanches.com
“Um dia aprendi que sonhos existem para tornarem-se realidade. E, desde aquele dia, já não durmo pra descansar. Simplesmente durmo para sonhar.” (Walt Disney)
Eu tomava água de coco numa barraca na Praia do Calhau, acompanhado por Regis Furtado, Vavá Melo e Nilson Araújo, três amigos e confrades da Academia Literária do Maranhão – ALMA, depois de uma visita de cortesia ao escritor e ex-presidente do Brasil José Sarney, ocupante da cadeira 38 da Academia Brasileira de Letras – ABL e da cadeira 22 da Academia Maranhense de Letras – AML. O bate- papo agradável encerrou na hora do almoço, tínhamos que voltar para casa.
Dei alguns passos até o veículo que nos conduzia e percebi algo diferente no chão: uma pequena bola de árvore de Natal outrora prateada, ora “preteada” e suja da areia que o acolhia e a consolava na solidão.
Imaginei que centenas de pessoas havia passado por ela e não a perceberam, talvez tenha sido chutada por alguns, ignorada ou empurrada para um canto por outros. Certamente ninguém havia percebido o seu brilho maculado, opaco, sombrio de tristeza naquele ambiente inóspito – enfim nos encontramos e a recolhi do chão – guardei-a com carinho junto a mim.
Até chegar ao meu destino carreguei-a comigo, lavei-a e enxuguei-a com cuidado. Logo percebi que havia um novo brilho naquela bola triste, tinha ares de princesa alegre e sorridente, encontrara uma mão amiga para acolhê-la e um lugar de destaque no escritório do cronista que vos escreve.
Agora, parece que ela está sempre sorrindo para mim quando a vejo, deve sentir-se acolhida, amada. Imagino que naquele cantinho sagrado em que ela está o Natal não será apenas no fim do novo ano – ali o Natal será todos os dias. Enquanto a palavra incontida do poeta se fizer luz nas trevas, o brilho da bola abandonada será reluzente como a Estrela de Belém, também chamada de Estrela de Natal e Estrela-Guia, que revelou o nascimento de Jesus aos Reis Magos e, posteriormente, guiou-os até Belém.
A incrível revelação que a pequena bola perdida de Natal me trouxe será inesquecível. Enquanto eu tentava fotografá-la, sobre uma camisa vermelha que destacava a sua beleza, ela refletia em todos os ângulos a minha face e parte do meu corpo, foi então que percebi as lições de vida presentes em todos os lugares, muitas vezes escondidas para nos surpreender.
O meu corpo deformava-se a cada flash na imagem refletida da esfera convexa que mostrava a realidade deformada. A barriga estava deveras protuberante – a vida sedentária deste escritor era exposta a olhos nus – ainda que eu tentasse escondê-la tornava-se mais visível ao ponto de ser vista na figura distorcida da bola sobre o fundo escarlate – encarnado de carne, de sangue, da efemeridade da vida ali retratada.
As revelações traduzem os propósitos divinos e confirmam a presença de Deus em cada detalhe da natureza; nos permite perceber a sua grandeza e o seu amor manifestados em tudo ao nosso redor. Seja numa bola de árvore de Natal desprezada; na água de coco ingerida; no canto dos pássaros; no cheiro da maresia; no espelho do mar que reflete a beleza da nossa alma, no luar que nos fascina ao canto do galo na madrugada; no desabrochar de uma flor para liberar o pólen e na essência de girassol para cicatrizar as feridas.
Sobre a visita ao imortal, admirável escritor e político brasileiro José Sarney de Araújo Costa, resumirei o encontro no parágrafo que segue:
José Sarney é um homem sábio de elevado carisma e educação que possui a capacidade de atrair, inspirar e influenciar as pessoas ao seu redor, por isso é adorado; irradia magnetismo, confiança em si mesmo e capacidade de motivar e engajar os demais em suas visões e causas. É educado, atencioso, polido e trata as pessoas com respeito – nos poucos minutos que passamos juntos realizei um sonho – como dizem sonhos não realizados são como lagartas que não viram borboletas – um sonho realizado revigora a conquista de seguir em frente e traçar novos objetivos!
O encontro com o ilustre acadêmico ocorreu no dia 23 de dezembro de 2024 às 11h de uma manhã ensolarada. Na oportunidade presenteei-lhe um quadro com uma foto que tiramos juntos na Academia Maranhense de Letras – AML, com os picolés da Oba Oba Sorvetes e, um exemplar do livro “Pérolas da Jujuba com o Vovó”, escrito em parceria com a minha neta Julie Sanches. Depois dessa eu virei uma borboleta e estou revitalizado para os desafios de 2025. Deus seja louvado!
“Deus seja louvado” é uma expressão presente na parte inferior esquerda de todas as cédulas de real atuais no Brasil. Ela existe desde a década de 1980, quando o então presidente da República, José Sarney, católico praticante, solicitou ao Banco Central (BC) que fosse incluída na moeda do cruzado. “Que o nome de Deus seja louvado para sempre, pois dele são a sabedoria e o poder!” (Daniel 2:20)
São Luís, 26 de dezembro de 2024.
José Carlos Castro Sanches. É Consultor de SSMA da Business Partners Serviços Empresariais – BPSE. Químico, professor, escritor, cronista, contista, trovador e poeta maranhense. Membro Efetivo do PEN Clube do Brasil, da Academia Luminense de Letras, da Academia Maranhense de Trovas, da Academia Literária do Maranhão, da Academia Maranhense de Ciências e Belas Artes, da Academia Rosariense de Letras Artes e Ciências, da Sociedade de Cultura Latina do Estado do Maranhão, da Federação das Academias de Letras do Maranhão, da União Brasileira de Escritores, da Associação Maranhense de Escritores Independentes. Membro correspondente da Academia Arariense de Letras Artes, da Academia Vianense de Letras e da Academia de Ciências, Letras e Artes de Presidente Vargas. Tem a literatura como hobby. Para Sanches, escrever é um ato de amor e liberdade.
Autor dos livros: Tríade Sancheana – Colheita Peregrina, Tenho Pressa, A Jangada Passou; Trilogia da Vida: No Fluir das Horas, Gotas de Esperança e A Vida é um Sopro!; Pérolas da Jujuba com o Vovô, Pétalas ao Vento, Borboletas & Colibris (em parceria); Das coisas que vivi na serra gaúcha, Me Leva na mala, Divagando na Fantasia em Orlando e O Voo da Fantasia. Coautor de diversas antologias brasileiras.
NOTA: Esta obra é original do autor José Carlos Castro Sanches e está licenciada com a licença JCS26.12.2024. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original. Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas. Esta medida fez-se necessária porque ocorreu plágio de algumas crônicas do autor, por outra pessoa que queria assumir a autoria da sua obra, sem a devida permissão – contrariando o direito à propriedade intelectual, amparado pela Lei nº 9.610/98, que confere ao autor direitos patrimoniais e morais da sua obra.