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Oferece a você a oportunidade de leitura e reflexão sobre textos repletos de exemplos, experiências e lições que irão transformar a sua vida.

O SOLITÁRIO JARDINEIRO NOTURNO

Por José Carlos Castro Sanches

Site: www.falasanches.com

“Para as rosas, escreveu alguém, o jardineiro é eterno. ” (Machado de Assis)

Às 23:30 de uma segunda-feira, eu estava sentado na varanda do apartamento. O prédio à frente turvo, com as lâmpadas apagadas. Repentinamente acende uma luz na varanda do décimo segundo andar, à minha frente, observei um homem de barriga disforme, sem camisa e de bermuda, com uma pequena vasilha na mão irrigando as plantas dos vasos.

“Quando a árvore é pequena, o jardineiro orienta-a como quer. Mas quando a árvore cresceu, já não pode reorientar as suas curvas e sinuosidades. ” (Abu Shakur)

Que imagem linda para dormir, as plantas devem saber a hora que receberão o alimento para o sustento do tronco, dos viçosos galhos e folhas esverdeadas. Aquela luz brilhosa no meio da noite trouxe para mim a paz e a atitude solitária daquele homem deixou-me uma lição de esperança de um mundo melhor, mais justo e humano. A felicidade está nas coisas simples.

O simples acender de uma lâmpada pode trazer reflexões que transformam o seu humor e elevam a sua vida para um novo patamar, basta perceber o que está à sua volta e valorizar cada momento presente.

“O meu corpo é um jardim, a minha vontade o seu jardineiro. ” (William Shakespeare)

Enquanto escrevia este relato, também solitário, na minha sacada, as luzes da varanda vizinha se apagaram e a escuridão tomou o lugar da luz e, tudo voltou a ficar turvo, escuro e deserto, menos a minha esperança que já estava irrigada e regenerada com aquele pequeno gesto de grandeza, do solitário jardineiro noturno, ao mesmo tempo em que o solitário cronista se apegava aos detalhes descrevendo as nuances imperceptíveis, aos que não valorizam os momentos sublimes da vida.

A essência da felicidade está na percepção dos pequenos detalhes que estão quase sempre ao nosso lado e não percebemos.

“O que é que se encontra no início? O jardim ou o jardineiro? É o jardineiro. Havendo um jardineiro, mais cedo ou mais tarde um jardim aparecerá. Mas, havendo um jardim sem jardineiro, mais cedo ou mais tarde ele desaparecerá. O que é um jardineiro? Uma pessoa cujo os sonhos estão cheios de jardins. O que faz um jardim são os sonhos do jardineiro. ” (Rubem Alves)
São Luís, 15 de julho de 2019.

José Carlos Castro Sanches.

É Consultor de SSMA da Business Partners Serviços Empresariais – BPSE. Químico, professor, escritor, cronista, contista, trovador e poeta maranhense. Membro Efetivo do PEN Clube do Brasil, da Academia Luminense de Letras, da Academia Maranhense de Trovas, da Academia Literária do Maranhão, da Academia Maranhense de Ciências e Belas Artes, da Academia Rosariense de Letras Artes e Ciências, da Academia de Letras, Artes e Cultura de Coroatá, da Sociedade de Cultura Latina do Estado do Maranhão, da Federação das Academias de Letras do Maranhão, da União Brasileira de Escritores, da Associação Maranhense de Escritores Independentes. Membro correspondente da Academia Arariense de Letras, Artes e Ciências, da Academia Vianense de Letras e da Academia de Ciências, Letras e Artes de Presidente Vargas. Tem a literatura como hobby. Para Sanches, escrever é um ato de amor e liberdade.

Autor dos livros: Tríade Sancheana: Colheita Peregrina, Tenho Pressa, A Jangada Passou; Trilogia da Vida: No Fluir das Horas, Gotas de Esperança e A Vida é um Sopro!; Pérolas da Jujuba com o Vovô, Pétalas ao Vento, Borboletas & Colibris (em parceria); Das Coisas que Vivi na Serra Gaúcha, Me Leva na Mala, Divagando na Fantasia em Orlando e O Voo da Poesia. TROVOAR – Trovas para Inspirar e Sonhar, ECOS da AMT: novos trovadores (em parceria). Coautoria em diversas antologias brasileiras.

NOTA: Esta obra é original do autor José Carlos Castro Sanches e está licenciada com a licença JCS15.07.2019. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original. Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas. Esta medida fez-se necessária porque ocorreu plágio de algumas crônicas do autor, por outra pessoa que queria assumir a autoria da sua obra, sem a devida permissão – contrariando o direito à propriedade intelectual, amparado pela Lei nº 9.610/98, que confere ao autor direitos patrimoniais e morais da sua obra.

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