“Todos os nossos sonhos podem se realizar, se tivermos a coragem de prossegui-los. ” Walt Disney
Há três anos fui para Brasília com a minha querida esposa tirar o visto com o propósito de viajar para Los Angeles na Califórnia. Diante de tantas exigências, perguntas, questionamentos naquele guichê do Consulado Americano, recebemos um retumbante “Não aprovado”. Ficamos tristes depois de tanto esforço e custo, mas aceitamos, afinal não havia outra saída.
“Um dia aprendi que sonhos existem para tornar-se realidade. E, desde aquele dia, já não durmo para descansar. Simplesmente durmo para sonhar. ” Walt Disney
Diante da negativa avaliei o fato buscando encontrar um motivo que justificasse a não aprovação, registrei algumas possibilidades: estava sem carteira assinada naquele período, após ter saído de uma empresa multinacional americana; apresentei um contracheque de professor (que todos sabem quanto ganha) e quando solicitaram o registro do imóvel onde morava em São Luís, não estava com o documento original na pasta para apresentar, apesar de tê-lo. Ou seria porque demos entrada no processo pessoalmente e não contratamos uma empresa especializada em turismo para encaminhar a solicitação de visto?
Depois tive a certeza de que nenhuma daquelas hipóteses era verdadeira. O meu visto e da minha querida esposa já haviam sido reprovados, antes mesmo da nossa viagem para a capital da República Federativa do Brasil, nós só estávamos ali perdendo tempo e gastando o dinheiro que não tínhamos. Incentivo aos leitores que continuem a leitura para que possam entender claramente o porquê desta afirmação. Boa leitura e reflexão!
“Você pode sonhar, criar, desenhar e construir o lugar mais maravilhoso do mundo… Mas é necessário ter pessoas para transformar seu sonho em realidade. ” Walt Disney
Neste 29 de março de 2019, resolvemos tentar obter o visto novamente com a esperança de viajar para Orlando na Florida e conhecer os parques da Disney.
Desta vez levamos a pasta recheada de documentos, comprovantes e tudo o que poderia ser solicitado durante uma entrevista.
Seguimos para Recife, minha esposa, filha, neto, duas amigas e eu. Desta vez acreditando que estávamos preparados para todas as perguntas, às vezes oportunas, outras arrogantes dos semideuses, que sentados naquelas cadeiras confortáveis, com os olhos divididos entre os entrevistados e um computador, perguntando, teclando e consultando os dados da sua vida pregressa e atuais. Já tem em mãos um dossiê completo do seu histórico pessoal, familiar, profissional e tudo mais, aquele encontro é apenas uma formalidade.
Ali naquele ambiente sério, cheio de exigências e pouco agradável para o convívio duradouro, fomos entrevistados minuciosamente. Eu estava certo de que o principal ponto que eles precisavam saber a meu respeito era se eu tinha salário suficiente para custear as despesas da viagem, e eventualmente se havia alguma possibilidade de me tornar desertor naquele país que nunca tive a pretensão de morar.
Acredito que todas as dúvidas foram sanadas durante a entrevista, mas fiquei com uma certeza. Os vistos já estavam aprovados ou reprovados antes daquela conversa, frente a frente, olho no olho, em pé naquele guichê, que se assemelha a um caixa de banco. Aquela entrevista final seria apenas para confirmar alguns pontos duvidosos para justificar a aprovação ou reprovação do visto.
Durante as conversas que tive com inúmeras pessoas que trabalham no atendimento aos aspirantes de visto, percebi claramente a estratégia. Algumas pessoas com as quais mantivemos contato foram pouco questionadas, de outras foram requeridos mais detalhes, informações pessoais e profissionais, no meu caso e da minha esposa além de inúmeras perguntas, solicitaram contracheque, comprovante de imposto de renda, entre outros.
A sabatina foi acurada, mas logramos êxito na empreitada. Saímos de lá com o visto aprovado e com menos de uma semana recebemos em nossa residência em São Luís do Maranhão.
Digo também que inúmeras pessoas que nos antecederam na missão, receberam o “não” como resposta e saíram abatidos e tristes, alguns sob lágrimas, daquele ambiente pouco acolhedor, apesar de muito organizado. Eu estava preparado para o “não” com base na experiência anterior.
“A diferença entre ganhar e perder é muitas vezes…não desistir. ” Walt Disney
Compartilho algumas perguntas às quais fomos submetidos durante a entrevista:
Qual o objetivo da viagem?
Para onde vocês pretendem viajar?
Vão passar quantos dias?
Já tentaram visto antes? Quanto tempo faz?
Tem parente lá?
Vão só vocês dois? A família também vai? Filha? Marido?
A filha trabalha? O marido também? Com que?
Onde vocês trabalham? O que fazem?
Tem contracheque? Podem apresentar o comprovante de renda?
Tem o comprovante de imposto de renda?
E o comprovante de imposto de renda deste ano?
Quem é Carlos Daniel?
Visto aprovado – aguarde que será enviado para sua residência em dois dias (em uma semana recebemos em São Luís)
Agora veja como seria a entrevista de um Americano que desejasse obter o visto no Consulado Brasileiro:
Qual a sua nacionalidade? (Americano)
Visto aprovado!
Desculpe esqueci de um detalhe. O Americano não precisa mais ir ao Consulado Brasileiro. Não precisa sequer de visto para entrar em nosso pais. Esperamos a reciprocidade do governo Americano. Vida que segue! Para a frente Brasil!
“Para cada risada, deve existir uma lágrima. ” Walt Disney