Por José Carlos Castro Sanches
“Somos todos escritores, só que alguns escrevem, outros não” (José Saramago)
Do amanhecer ao anoitecer passando pelas madrugadas existe, dentro de mim, uma intensa necessidade de transformar as ideias em algo palpável e visível para os leitores. O hábito de escrever se incorporou às minhas ações rotineiras de forma tão sorrateira que inesperadamente me deparo diante da minha agenda, caderno ou computador, esmiuçando palavras, criando frases e construindo crônicas, contos, trovas, versos, poemas, prosa e poesia, ou simplesmente estudando formas de transformar pensamentos em livros. É uma delirante espera em constante transformação, tudo é motivo para escrever. Mania de escrever!
“Eu escrevo para nada e para ninguém. Se alguém me ler será por conta própria e auto risco. Eu não faço literatura: eu apenas vivo ao correr do tempo. O resultado fatal de eu viver é o ato de escrever” (Clarice Lispector)
Aprendi que não preciso ter uma ideia completa, palavras complicadas, nem sequer um tema definido, basta apenas começar a escrever e deixar fluir os pensamentos que o horizonte literário se abre como o arco-íris em cores diversas e misturadas, levando-me para o infinito.
Sem respostas a todas as indagações, sem solução para todos os conflitos internos, divagando entre pontos, virgulas, interrogações e exclamações, sigo produzindo textos, criando histórias para enaltecer a literatura e deixar um legado para os meus sucessores. Como disse Pablo Neruda: ” Escrever é fácil. Você começa com uma letra maiúscula e termina com um ponto final. No meio você coloca ideias. ”
Intrigado com a limitada inspiração, subitamente resolvi parar o que escrevia e dar uma espiada no que diziam os intelectuais da literatura sobre a arte de escrever, veja o que encontrei:
“Eu não escrevo em português. Escrevo eu mesmo” (Fernando Pessoa)
“Escrever é esquecer. A literatura é a maneira mais agradável de ignorar a vida” (Fernando Pessoa)
“Na minha opinião, ser escritor não é apenas escrever livros, é muito mais uma atitude perante a vida, uma exigência e uma intervenção. ” (José Saramago)
“Ou escreves algo que valha a pena ler, ou fazes algo acerca do qual valha a pena escrever” (Benjamin Franklin)
“Escrever e ler são formas de fazer amor. O escritor não escreve com intenções didático – pedagógicas. Ele escreve para produzir prazer. Para fazer amor. Escrever e ler são formas de fazer amor. É por isso que os amores pobres em literatura ou são de vida curta ou são de vida longa e tediosa” (Rubem Alves)
“E nenhum poema será tão grande, tão nobre, tão verdadeiramente digno do nome de poesia quanto aquele que foi escrito tão só e apenas pelo prazer de escrever um poema. ” (Edgar Allan Poe)
“Poeta, não é somente o que escreve. É aquele que sente a poesia, se extasia sensível ao achado de uma rima à autenticidade de um verso” (Cora Coralina)
“O escritor é o peixe de mar profundo. O sol não entra, mas ele tem o oceano todo” (Carlos Heitor Cony)
“Enquanto escritor, as palavras são a sua tinta. Utilize todas as cores. ” (Rhys Alexander)
Logo, pensei! Então, como posso orientar os meus leitores para serem escritores?
Encontrei algumas dicas que compartilho com você querido leitor:
“Se você quer ser escritor, seu foco é escrever textos que iluminem dentro do leitor algo importante que você iluminou dentro de você mesmo. Você acredita que sua forma única de olhar para a vida pode ajudar outras pessoas a refletir profundamente sobre a natureza do mundo e do ser humano. Seu grande objetivo é ajudar o leitor a descobrir o familiar no estranho e o estranho no familiar. Para você, palavras são suas aliadas nos seus incansáveis esforços para compartilhar as verdades que você descobre sobre a vida. ” (Diego Shutt)
Se você decidir que quer ser escritor, segue abaixo quatro dicas importantes do Jornalista, poeta, dramaturgo e ficcionista português José Jorge Letria:
1. “Ser escritor é […] um trabalho rigoroso e exigente. E que ninguém se convença que só por ter jeito ou habilidade consegue tornar-se escritor. ”
2. “Raro é o dia em que eu não escreva. Com disciplina, com dedicação e com exigência. Só assim um autor pode conquistar o seu lugar e assumir-se também como um profissional daquilo que faz. ”
3. “Escritor, como um músico, um pintor, como um coreógrafo […] precisa ter uma enorme dedicação, uma grande capacidade de entrega àquilo que escolheu para ser o seu trabalho. ”
4. “Se quiserem ser escritores, escolham esse caminho sem hesitação, mas sempre com a convicção de que é preciso trabalhar muito para se merecer esse título. ”
Diante das adversidades e desafios, cada dia estou mais certo de que escrever para mim é liberdade, flutuar nas nuvens do pensamento, criar asas, exprimir sentimentos, viver o momento presente, sem algemas ou amarras. Talvez, seja solidão e luz, num canto deserto entre pássaros, vento, areia, ar, água, árvores, flores, nuvens, pensamentos e alucinações, mas é assim que gosto de viver nesta eterna descoberta. Entendo que isso é ser escritor.
“Se o meu médico dissesse que eu tinha apenas seis minutos para viver eu não amuava, eu teclava mais rapidamente. ” (Isaac Asimov).
Afinal: “A vida é breve, mas cabe nela muito mais do que somos capazes de viver.” (José Saramago)
São Luís, 17 de março de 2019.
Atualizadas imagens desta crônica em 23.07.2021.
Revisado em 13.10.2022 – Dia Mundial do Escritor.
José Carlos Castro Sanches
É químico, professor, escritor, cronista, contista, trovador e poeta maranhense. Membro Efetivo da Academia Luminense de Letras, da Academia Maranhense de Trovas, da Associação Maranhense de Escritores Independentes, da União Brasileira de Escritores e do PEN Clube do Brasil.
Autor dos livros: Colheita Peregrina, Tenho Pressa, A Jangada Passou; No Fluir das Horas é tempo de ler e escrever, A Vida é um Sopro, Gotas de Esperança, Pérolas da Jujuba com o Vovô e Pétalas ao Vento.
Visite o site falasanches.com e a página “Fala, Sanches” (Facebook) e conheça o nosso trabalho.
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NOTA: Esta obra é original do autor José Carlos Castro Sanches e está licenciada com a licença JCS17.03.2019. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original. Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas. Esta medida fez-se necessária porque ocorreu plágio de algumas crônicas do autor, por outra pessoa que queria assumir a autoria da sua obra, sem a devida permissão – contrariando o direito à propriedade intelectual, amparado pela Lei nº 9.610/98, que confere ao autor direitos patrimoniais e morais da sua obra.