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Oferece a você a oportunidade de leitura e reflexão sobre textos repletos de exemplos, experiências e lições que irão transformar a sua vida.

COMENDO MILHO

Por José Carlos Castro Sanches        

Tem coisas simples que me fazem parar na estrada. Uma delas é milho cozido ou assado.

Após ministrar um treinamento para a BRK Ambiental sobre Caminho Seguro na Gestão de Equipamentos, Máquinas e Veículos seguia dirigindo para a BPSE quando visualizei na beira da MA – 202 algumas barracas de vendas de alimentos naturais: frutas, verduras, milho verde e outros produtos. Impossível passar despercebido àquela panela de milho verde cozido e ao fogareiro com milho assado.

Por isso digo que saí do interior, mas o interior continua muito forte dentro de mim, a simplicidade das pessoas, o ambiente familiar, o tratamento e o gosto incomparável dos alimentos servidos me fazem lembrar da minha origem na cidade de Rosário, da roça do meu pai, cultivada por meu avô, da mesa farta que sempre acompanhou os meus dias de infância na casa dos meus pais e se prolonga até os dias de hoje.

Ao parar para comprar milho – logo perguntei em tom de brincadeira ao solícito vendedor: “o milho foi colhido recentemente, está mole?”. Prontamente o vendedor respondeu: “está novo e foi cozido hoje” e acrescentou: “se tiver duro eu troco”. Logo estava convencido de que deveria experimentar aquela delícia. Comi uma espiga assada, gostei e liguei para a minha esposa, filha e uma colega de trabalho perguntando se queriam milho verde cozido ou assado.

Fiz a festa do vendedor alegre, dinâmico e simpático – levei milho cozido para todos e ganhei de brinde a espiga de milho assado que comi, por decisão do sorridente vendedor. O jovem e agradável vendedor naquela rápida passagem me contou orgulhoso sobre a satisfação de trabalhar desde criança, de não ter vergonha de vender na feira (porque vergonha é roubar), falou também que seu pai era um grande incentivador para que pudesse prosperar na vida apesar de ser um PCD ele sabia o que deveria fazer para vencer na vida, acrescentou que alguns colegas de infância que o criticavam por trabalhar, perderam-se muito cedo no mundo das drogas.

Eu tinha a intenção de comer milho e recebi de presente uma lição de vida que ora compartilho com os leitores.  O extrovertido vendedor de milho ainda concluiu dizendo: “eu trabalho nessa banca e ganho R$ 30,00 por dia, mas estou feliz porque tenho um trabalho digno para tirar o sustento, além de conhecer pessoas como você”. Estendeu a mão, agradeceu pela compra e disse finalmente: “se o Sr. quiser me ajudar, da próxima vez compre na minha banca que está sendo construída ali do lado” – apontou para o irmão que organizava os produtos na sua banca.

Da próxima vez irei lá. Um cliente satisfeito faz propaganda de graça, recomenda e volta. Tudo por um simples motivo – ser bem atendido durante a compra de uma espiga de milho. Valeu meu irmão! Ganhei o dia por encontrá-lo e conhecer um pouco da sua história. João Carlos você é mais que vencedor!

São Luís, 24 de novembro de 2021.

José Carlos Castro Sanches.

É químico, professor, escritor, cronista e poeta maranhense. Membro Efetivo da Academia Luminense de Letras, da Academia Maranhense de Trovas, da Associação Maranhense de Escritores Independentes e do Pen Clube do Brasil.

Visite o site falasanches.com e a página “Fala, Sanches” (Facebook) e conheça o nosso trabalho.

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NOTA: Esta obra é original do autor José Carlos Castro Sanches e está licenciada com a licença JCS24.11.2021. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original. Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas. Esta medida fez-se necessária porque ocorreu plágio de algumas crônicas do autor, por outra pessoa que queria assumir a autoria da sua obra, sem a devida permissão – contrariando o direito à propriedade intelectual, amparado pela Lei nº 9.610/98, que confere ao autor direitos patrimoniais e morais da sua obra.

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