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Oferece a você a oportunidade de leitura e reflexão sobre textos repletos de exemplos, experiências e lições que irão transformar a sua vida.

UMA LIGAÇÃO PARA MIM MESMO!

UMA LIGAÇÃO PARA MIM MESMO! Ao iniciar esse desafio, imaginei que escreveria uma dezena de páginas para descrever a resposta; depois descobri que as melhores respostas são tão simples quanto a imaginação de uma criança, a quem nada mais importa do que viver feliz no momento presente. Boa leitura e reflexão!

Por José Carlos Castro Sanches

“Não há coisa mais fria do que o conselho cuja aplicação seja impossível. ” (Confúcio)

Neste 1º de agosto de um mês de bom gosto. Durante a leitura diária de um assunto de interesse, me deparei com a seguinte pergunta: “Se você pudesse fazer uma ligação para você mesmo quando criança, qual conselho você daria? ”

Naquele momento estava ocupado com outros compromissos, todavia peguei a caneta de tinta vermelha, para destacar e escrevi a referida pergunta no meu caderno de apontamentos, com o propósito de escrever sobre o assunto quando estivesse livre e solto para voar pela imaginação de criança há cinquenta e poucos anos atrás, voltar ao passado e relembrar os sonhos da infância feliz na casa dos meus pais em Rosário do Maranhão, distante 76km de São Luís, cidade que adotei como minha e resido há mais de 30 anos.

“A vida me fez amadurecer e os sonhos de criança, me dão a alegria de viver. ” (Nino Carneiro)

Confesso que é uma pergunta difícil de responder, porque afinal não sou mais criança, não penso como criança, não brinco como criança, não sinto a realidade da infância, não tenho na memória as imagens claras daquele portentoso tempo de inocência e pureza, tampouco relembro dos meus sonhos, devaneios, desejos, frustrações, ambições, medos, alegrias e intensa felicidade. Entretanto, nada disso me impede de criar na mente fértil as ideias que sobrevoam a minha imaginação nas asas da águia que tem visão profunda da realidade que observa à distância; associado ao olhar da coruja sábia que permeia entre os pássaros, árvores e casas da minha pacata cidade do interior maranhense.

“Entrar num doce sonho de criança e saborear-se com os sorrisos deliciosos vindos de pequenas criaturas humanas. ” (Myukii Yukishiba)

Vagueio também nadando no Rio Itapecuru, escondido dos meus pais, assombrado pelo medo de ser afogado; passeio deslumbrado pelas ruas chuvosas do meu torrão; brincando de papagaio, chucho, bolinhas de gude, rolimã e futebol o que mais me encantava naqueles tempos de outrora. Lembro também dos familiares, amigos, das escolas, dos professores, dos livros e cadernos que carregava e guardava na gaveta da cômoda, e dos meus sonhos; os meus sonhos que me carregavam para o futuro, visualizando as estrelas, o conhecimento, o sucesso e as dificuldades que haveria de enfrentar para cumprir a minha missão com maestria. Hoje estou aqui tentando voltar ao passado que nunca volta, para relembrar as boas memórias da meninice.

“A memória guardará o que valer a pena. A memória sabe de mim mais que eu; e ela não perde o que merece ser salvo. ” (Eduardo Galeano)

Despistei para não responder à pergunta que me fez iniciar essa narrativa por julgar quase impossível voltar no tempo para capturar a resposta que divaga como pétalas ao vento, encoberta pelas nuvens que recobrem o sol, nesta manhã. A lua que iluminou a noite já se foi, as estrelas também, a escuridão se fez luz, e a imensidão do universo me faz concluir que “se eu pudesse fazer uma ligação para mim mesmo quando criança, me daria o seguinte conselho”: viva intensamente a infância, sem querer se tornar adulto, não se preocupe com a velhice. Curta cada momento, cada fase com amor, alegria e seja feliz aqui e agora. Não se deixe dominar pelo passado, você vive no presente, caminhando para o futuro. Acima de tudo, busque o conhecimento, autoconhecimento e a sabedoria divina. O amanhã a Deus pertence.

“Desde que eu fui uma criança tenho tido esse impulso instintivo por expansão e crescimento. Para mim, a função e dever de um ser humano de qualidade é o honesto e sincero desenvolvimento de seu potencial. ” (Bruce Lee)

Ao iniciar esse desafio, imaginei que escreveria uma dezena de páginas para descrever a resposta; depois descobri que as melhores respostas são tão simples quanto a imaginação de uma criança, a quem nada mais importa do que viver feliz no momento presente. A felicidade está nas pequenas coisas – nas boas lembranças, no enlevo divino que acompanha a satisfação de viver ao lado das pessoas que amamos. Assim, como uma criança me vejo, ligando para mim mesmo do orelhão na Praça da Matriz da minha Terra Natal; observo na visão do imaginário duas crianças sonhando acordadas com o alvorecer de um belo dia em meio ao bosque florido, pássaros a cantar, o sol a brilhar, a areia serena, o rio manso, os barcos flutuando, gente amiga e alegria. Tudo se parece com o mundo da fantasia, enquanto eu me deleito na eterna poesia. Como disse Jane Austen: Só pense no passado quando as lembranças lhe trouxerem prazer. É o que faço agora, nessa hora, me afago no pretérito.

E você se pudesse fazer uma ligação para você mesmo quando criança, qual conselho daria a você mesmo?

“Se lhe posso dar um conselho, é este: não tente apanhar o fruto verde para que ele não apodreça na sua mão. ” (Fernando Sabino)

São Luís, 01 de agosto de 2021.

José Carlos Castro Sanches

É químico, professor, escritor, cronista e poeta maranhense

Membro Efetivo da Academia Luminense de Letras, União Brasileira de Escritores e PEN Clube do Brasil

Visite o site falasanches.com e a página Fala, Sanches (Facebook) e conheça o nosso trabalho.

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NOTA: Esta obra é original do autor José Carlos Castro Sanches e está licenciada com a licença JCS01.08.2021. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original. Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas. Esta medida fez-se necessária porque ocorreu plágio de algumas crônicas do autor, por outra pessoa que queria assumir a autoria da sua obra, sem a devida permissão – contrariando o direito à propriedade intelectual amparado pela lei nº 9.610/98 que confere ao autor Direitos patrimoniais e morais da sua obra.

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