Por José Carlos Castro Sanches
Sexto Capítulo da Série Profissionais além do 5G e 4.0. Conheça o Portfólio da Business Partners Serviços Empresariais – BPSE. Temos soluções e novidades sobre Gestão e Processos de RH, SSMA e Qualidade, mantenha-se atualizado, visualize o crescimento da sua empresa ou negócio. Venha nos conhecer e Seja parceiro da BPSE. Boa leitura e reflexão!

“A percepção do desconhecido é a mais fascinante das experiências. O homem que não tem os olhos abertos para o misterioso passará pela vida sem ver nada. ” (Albert Einstein)
Como parte importante do processo de Gestão de SSMA nas empresas, ambiente externo, inclusive no lazer e própria casa, é imprescindível a aplicação de técnicas para identificação de perigos e avalição de riscos, bem como a sistematização de ferramentas que possibilitem a prevenção, controle e eliminação de riscos. “Para fazer uma boa Gestão de Saúde e Segurança do Trabalho, é importante identificar os ‘Perigos’ e avaliar os ‘riscos’ aos quais os trabalhadores estão expostos. ”
Para melhor entendimento do conteúdo abordado neste artigo, descreverei de forma sucinta as definições de perigo e risco, termos aparentemente semelhantes, mas que possuem significados diferentes: “Perigo caracteriza-se por ser uma fonte causadora de lesões ou danos à saúde. O perigo, por si só, não representa um risco”. Não é o mesmo que risco que está associado com a probabilidade de um dano ocorrer e ser severo. Portanto, podemos dizer que o perigo é inerente ao ambiente, enquanto o risco está associado à severidade e probabilidade, podendo ser baixo, médio ou alto, de acordo com a matriz de risco utilizada para defini-lo.
“Perigo é uma condição ou um conjunto de circunstâncias que têm o potencial de causar ou contribuir para uma lesão ou morte” (Sanders e McCormick, 1993, p. 675). “Risco é a probabilidade ou chance de lesão ou morte” (Sanders e McCormick, 1993, p. 675).
Podemos exemplificar: uma rede elétrica energizada (alta voltagem) representa um perigo – ao contato poderá resultar em lesões, inclusive fatais. Deduzimos que, para este caso – se os trabalhadores que realizam as atividades nessa fonte seguirem os procedimentos técnicos, utilizarem os EPI’s, ferramentas e materiais recomendados, a probabilidade de um incidente com lesão ou morte – será baixa, caracterizando um risco baixo; do contrário, o risco poderá se elevar à medida que as barreiras de proteção forem desprezadas ou negligenciadas.
Numa outra situação em que uma equipe realiza um trabalho sobre uma estrutura elevada, sem treinamento, capacitação, não utilizando os EPI’s específicos e equipamentos de prevenção de quedas apropriados – fica evidente que o perigo a que estão expostos: Queda de Nível Diferente, representa alto risco e poderá ocasionar graves lesões ou fatalidade. Medidas de controle poderão minimizar os riscos ou até eliminá-los.
Um Leão solto ou preso representa um perigo. Porém, devidamente preso, numa jaula segura, onde seja impossível atacar alguém, representará baixo risco; entretanto, se estiver solto e faminto com possibilidade de alcançar facilmente a presa, constitui alto risco. Diante das considerações podemos concluir que: o mesmo perigo pode ocasionar riscos com intensidades diferentes, a depender das barreiras de controle implementadas ou não para contê-lo.

Treinar a percepção de riscos é essencial para ampliar a possibilidade se sucesso na árdua missão de prevenir incidentes dentro e fora do trabalho. Uma percepção de risco apurada, facilitará a identificação de perigos e avaliação de riscos existentes no ambiente de trabalho ou fora dele. Daí a importância do treinar para desenvolver essa capacidade e criar mecanismos para torná-la prática habitual nas frentes de trabalho, e até mesmo nas rotinas externas e domésticas. Fique de olho no risco!

“Até pouco tempo a percepção humana era considerada irrelevante para a avaliação dos riscos, exceto para aqueles referentes à comunicação, mas na atualidade a percepção eletrônica e a biológica são consideradas como partes objetiva e subjetiva da percepção do risco, sendo ambas tratadas como pivô para o gerenciamento de risco. ”
Como percebemos o que está à nossa volta?

Por meio dos sensores biológicos ou eletrônicos. Os sensores biológicos: visão, audição, olfato, tato e paladar, são inerentes aos seres humanos, todos temos e usamos como instinto de proteção e sobrevivência. Os sensores biológicos são usados na avaliação quantitativa, utiliza-se apenas a sensibilidade do avaliador para identificar o risco existente no local de trabalho. Por esse motivo, apesar de ser intrínseco do ser humano, o trabalhador precisa ser treinado e conhecer com profundidade os perigos a que está exposto no ambiente laboral.
Digo-vos que o primeiro passo para identificar perigos está intimamente ligado ao conhecimento: é conhecer os fundamentos dos processos em que estamos inseridos, bem como, o território em que transitamos. É como se estivéssemos numa guerra, precisamos conhecer as estratégias para defesa e avanço antes de tomarmos qualquer decisão.
Corresponde a avaliar antecipadamente a atividade a ser realizada com olho de tigre e visão de águia, inteligência, responsabilidade, prudência e sobriedade; com a profundidade necessária para a realização segura, sem danos à integridade física dos envolvidos e garantia de um ambiente de trabalho livre de incidentes e fatalidade. Afinal, nada justifica a perda de uma vida por omissão, negligência, imprudência, imperícia ou descaso, de qualquer das partes envolvidas: empregado ou empregador.
“Com o tempo, e treinamento adequado, os sensores biológicos acabam ficando apurados ao extremo, a ponto de um trabalhador com oito anos de rodovia ser capaz de prever um acidente só pelo modo como um carro está trafegando. Perceber os riscos pelos sensores biológicos, nem sempre é fácil, mas é uma habilidade que todos podem e precisam desenvolver, pois percepção de risco é conhecimento, assim como é responsabilidade e pode ser treinada. ”

Sabemos que apesar dos esforços para desenvolver a percepção de risco, os sensores eletrônicos são infinitamente mais precisos e seguros. “Os sensores eletrônicos são aqueles usados para os inimigos invisíveis, não detectados por nossos sensores natos, ou para completar a eficácia dos sensores biológicos, de modo que seu uso em ambientes com risco previsível é indispensável até mesmo para avaliar a eficácia das medidas de proteção coletiva adotadas pela empresa. ”
No entanto, não substituem os sensores biológicos, são complementares. Até porque seria impossível agregarmos sensores eletrônicos a todas as condições e circunstancias que se nos apresentam no cotidiano. Conforme o trabalho desempenhado, o sensor eletrônico é essencial para a proteção do trabalhador e não há como substituí-lo, motivo pelo qual determinados equipamentos de avaliação de riscos são obrigatórios antes e durante a realização de algumas atividades. Tais como: sensores de presença, de fumaça, de gases, ruído, vibração, luminosidade, stress térmico; sensores fotoelétricos, acústicos, magnéticos, elétricos, térmicos, capacitivos, de pressão, dentre outros.
Neste primeiro momento apresentei a diferença entre perigo e risco, sensores biológicos e eletrônicos e a importância da percepção de riscos. No próximo artigo desta série tratarei das Técnicas de Identificação e Análise de Riscos e especialmente da Técnica FALAAD.
“A percepção é forte e a visão é fraca. Em estratégia, é importante ver o que está distante como se estivesse próximo e ter uma visão distanciada do que está próximo. ” (Miyamoto Musashi)
São Luís, 14 de maio de 2021.
José Carlos Castro Sanches É Consultor de SSMA da Business Partners Serviços Empresariais – BPSE Químico, professor, escritor, cronista e poeta maranhense Membro Efetivo da Academia Ludovicense de Letras – ALPL

Autor dos Livros da Tríade Sancheana: Colheita Peregrina, Tenho Pressa e A Jangada Passou, e da Trilogia da Vida: No Fluir das Horas é tempo de ler e escrever; Gotas de Esperança e A Vida é um Sopro! Disponíveis na Livraria AMEI do São Luís Shopping ou através do acesso à loja online www.ameilivraria.com
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