Por José Carlos Castro Sanches

“Uma coisa certa é que não há amor tão puramente angelical como o amor de um pai por uma filha. No amor às nossas esposas há desejo, no amor aos nossos filhos, há ambição; mas no amor por uma filha há algo que não há palavras para descrever! ” (Joseph Addison)
Neste 4 de novembro de 2020, mais uma vez nos reunimos para comemorar uma data especial. Rafaelle Sanches Cutrim, a primogênita da família Monteiro Sanches completou 36 anos. Certamente ela, durante esses anos se olhou no espelho e se perguntou ‘se fosse o último dia da minha vida, eu faria o que faço hoje? ‘ E a resposta provavelmente seria ‘sim’ porque estar junto aos seus familiares é algo muito importante para ela. Mesmo sabendo que necessita mudar algo a cada dia, segue buscando fazer o melhor para cumprir sua missão.

Quando você nasceu foi uma alegria imensa, tanto para mim quanto para os que te rodeavam, você foi crescendo dando os primeiros passos, e eu e sua mãe estávamos ali para lhe segurar pelas mãos para que você não caísse. A até hoje queremos vê-la feliz e dando passos firmes, caindo e levantando cada vez mais capaz de superar os desafios e adversidades com firmeza, resiliência e sabedoria.
Desde a minha adolescência sempre desejei me casar e ter filhos. Ser pai! Meu plano era acompanhar a trajetória dos meus pais, ou seja, ter oito filhos. Os tempos mudaram as mulheres evoluíram passaram a assistir mais televisão e ter menos filhos. Resumindo a história tenho quatro filhos, sendo três filhas: Rafaelle, Fabielle e Danielle e um filho Carlos Daniel, metade do que almejava.

“Ser pai é assumir uma responsabilidade divina e eterna. Ter o poder de confortar com o olhar e abraçar com palavras! Ser abraço de proteção e palavra de orientação. Todo filho é poema – é uma poesia do ensejo da alma, que reflete a alma dos pais. É uma verdadeira canção alegre ao coração. ” (Autor desconhecido)
Sou muito feliz por ter recebido essas maravilhosas bênçãos e poder compartilhar tantas alegrias e felicidades com a minha família. A família cresce a cada dia e as bênçãos se multiplicam com quatro netos: Julie, Rafael, Leonardo Davi e Amelie, muita bagunça, carão com carinho e brinquedos espalhados pelas casas das filhas e eventualmente na minha.

“Ser pai é a oportunidade dada por Deus de se tornar uma pessoa melhor a cada dia e ver os reflexos no seu filho. ” (Walter Quintela)
Tinha vontade de casar, mas decidi que só me casaria quando tivesse um filho com a pessoa que escolhi para viver por toda a vida: minha querida Socorro Sanches. Como descrevi em diversos textos, crônicas e poemas foi a melhor escolha que fiz em minha vida.
A conheci num carnaval em Rosário foi “amor à primeira vista” e logo que iniciamos o namoro tinha a certeza de que ela seria a minha esposa. Não deu outra, dois anos depois de nos conhecermos e namoramos – a barriga crescia dia após dia, proporcionalmente à nossa felicidade. A contagem regressiva iniciava e estávamos todos atentos a cada movimento na barriga – chutes, pontapés, cabeçadas, viradas de corpo, cambalhotas… todos os movimentos eram festejados. A minha linda dos olhos de mel, começava a exercitar a maternidade, desde a fecundação, o amor crescia em múltipla proporção. Cada dia era uma festa para comemora o fruto do nosso amor. Como disse Mahatma Gandhi: “ O amor é a força mais sutil do mundo”.
Começou a mobilização de todos os familiares, o chamego e a espera pela primeira filha, neta, sobrinha… era uma torcida “maior que a do Flamengo” na expectativa da chegada da futura Rainha herdeira do trono da dinastia “Monteiro Sanches”.
A previsão para o nascimento era para 23 de outubro, demorou porque Rafaelle queria nascer em novembro. Torcíamos para não chegar no dia 2 porque era finados, ela atendeu ao nosso pedido e esperou mais dois dias no aconchego do ventre materno.
Chegado o dia tão esperado, a casa enfeitada, alegria contagiante, coração batendo forte e aquele suor frio, ansiedade, medo… tudo junto e misturado até a chegada da Rainha. Naquela maternidade Benedito Leite da rua das Cajazeiras em São Luís do Maranhão às 19:30h do dia 04 de novembro de 1984, nascia a nossa primeira filha: Rafaelle Monteiro Sanches (escorpiana desde a previsão do nascimento). O Dr. Ivan e a Dra. Ivan obstetras, coincidência de nomes deram a notícia mais esperada após algumas horas de espera naquele hospital.
Escorpiana… “Sou 8 ou 80, nunca morna, meio e tampouco metade de ninguém. Sou sinônimo de profundidade, a tudo que me faço me entrego por inteiro. Cuido do que é meu, protejo quem amo. Sou tão possesiva quanto leal, tão vaidosa quanto sutil. Amo e odeio na mesma intensidade. O paraíso de uns é o inferno de outros. Ganhe minha confiança e terá meu coração, mas nem tente fingir que é capaz de me esquecer. ” (Autor desconhecido)
Já não éramos dois, éramos três. A partir daquele dia tudo mudou em nossas vidas. Tudo girava em torno da Rainha. Ela nasceu tão grande que o pequeno berço que usou no hospital era apertado, estava um pouco roxa ao nascer, devido à demora para vir ao mundo, num sofrimento sem medida da sua mãe na espera incansável e dolorida pela chegada da nossa rainha. O sofrimento misturado com a alegria e dor que só as mães sabem explicar; os pais apenas imaginam, mas não sofrem, não carregam os filhos por nove meses no ventre, não sentem a dor do parto, não amamentam, não passam noites acordados alimentando e vigiando seus rebentos, poucos trocam fraldas, fazem mingau e dão remédio para seus filhos. Aqui quero aproveitar para dar a medalha de honra ao mérito para a mamãe Socorro, que sempre assumiu o papel de verdadeira mãe, sem abdicar em nenhum momento dos filhos.
“Ser Mãe é assumir de Deus o dom da criação, da doação e do amor incondicional. Ser mãe é encarnar a divindade na Terra. ” (Barbosa Filho)
Não lembro se à época sabíamos antecipadamente se seria homem ou mulher. Só lembro da felicidade quando entrei na sala do hospital e vi aquela garota linda, grandona, inchada como nasce todo bebê, cabelos pretos e olhos grandes, bochechuda. Com todas essas características confesso que tive medo que ela tivesse alguma anomalia. Era muito grande, além da conta.
Nasceu mulher então demos a ela o nome de Rafaelle, se fosse homem seria Rafael. E vejam como Deus escreve certo por linhas tortas, nós não sabemos os propósitos dele, o primeiro filho de Rafaelle chama-se Rafael, o nome que seria do meu filho, agora é do filho da minha filha.
Muitas bênçãos e alegrias se sucederam a partir do seu nascimento. Um filho para quem espera com amor, é algo inexplicável, não existe nada no mundo capaz de superar a alegria do nascimento de um filho.
Para o homem o nascimento de um filho é a afirmação da masculinidade para a mulher o fruto do seu próprio ventre, amor incondicional, maternidade, aconchego. A essência da vida por meio da reprodução, que no meu entendimento representa a nossa maior missão no mundo. Nascer, crescer, reproduzir… e manter a perpetuação das espécies.
Rafaelle chegou para fortalecer a nossa relação e permitir que juntos formássemos uma família abençoada por Deus e com os futuros descendentes pudéssemos encher o nosso ninho de amor. Como disse que tinha decidido que só me casaria quando tivesse um filho ao saber que minha esposa estava gravida agilizamos o nosso casamento, antes do nascimento de Rafaelle realizamos o nosso desejo de casar. Quando estava ao seu lado sabia a fazia feliz e que éramos reciprocamente amados.
“A suprema felicidade da vida é ter a convicção de que somos amados. ” (Victor Hugo)
No dia 19 de abril de 1984 (dia do Índio) eu e Maria do Socorro Menezes Monteiro, juntamos formalmente as alianças numa cerimônia simples na residência dos meus sogros, junto ao juiz e escrivão assinamos o compromisso de vivermos juntos para sempre. Amando e cuidando um do outro enquanto vida estivermos. Na alegria ou tristeza, riqueza ou pobreza, saúde ou doença, seremos amigos, companheiros, parceiros, solidários, cumplices; amando, compreendendo e aceitando as diferenças um do outro com resiliência e paciência. Renunciaremos a tudo para permanecermos juntos até que a morte nos separe. Queremos envelhecer juntos. O que Deus uniu não separe o homem.
“Amar uma pessoa significa querer envelhecer com ela” (Albert Camus)
Minha querida filha você foi o maior presente. A sua chegada transformou a nossa vida e o nosso lar. Trouxe o entendimento da verdadeira dimensão do amor. Só somos capazes de dimensionar o amor que podemos ter pelos filhos quando somos pais.
Você nos permitiu entrar numa nova dimensão e a partir daquele momento nunca mais fomos os mesmos. Os filhos trazem para o casal algo tão especial e divino que não consigo descrever em palavras. Só sei que não existe nada igual à alegria do nascimento de um filho. Em especial do primeiro.

Cada filho tem um temperamento, um jeito de ser, todos temos qualidades e defeitos, nenhum é igual. Mas o amor dos pais não tem limites, não existe distinção, nem partido, filho é filho. Amamos a todos incondicionalmente, cada um ao seu modo. Uns mais carinhosos, outros mais próximos, alguns espinhosos, aqueles distantes, duros, alegres, tristes, flexíveis, amorosos, gordos, magros, altos, baixos, educados, birrentos, leoninos, virginianos, escorpianos, capricornianos… não importa; amamos a todos da mesma forma.
Digo sempre para a minha querida esposa que amamos a cada um de forma diferente. Temos certeza disso a cada conquista ou derrota, nos momentos de alegria e sofrimento, na presença ou distância e sobretudo, cada vez que abraçamos e beijamos os nossos rebentos, frutos do amor infinito e incondicional. Sabe o que é amor infinito? É aquele que mesmo com problemas, ciúmes, distância, insegurança, medo, consegue crescer ainda mais a cada novo dia.
Parabéns e feliz aniversário filha querida!

O Senhor nos reservou-nos a graça de conduzir-te na trilha, da vida, com fé e esperança. Você foi amada desde a fecundação, esperada, adorável criança, depois jovem, agora adulta, diamante precioso, nosso maior tesouro. Amada filha! Moras em nosso coração, és a luz do amor que brilha e nunca cessa! Poderá contar conosco, somos pais e amigos para sempre, sempre será a primogênita!
“O amor não se vê com os olhos, mas com o coração. ” (William Shakespeare)
Desejamos a você vida abundante com saúde, paz, alegria e prosperidade. Que Deus ilumine o seu caminho e guie os seus passos. Que a sabedoria divina seja sua plataforma e sustentáculo em todos os momentos da sua vida.
Te amamos profundamente!
José Carlos Castro Sanches e Maria do Socorro Menezes Monteiro Sanches
São Luís, 04 de novembro de 2020.
Texto original revisado de 04 de novembro de 2017.
José Carlos Castro Sanches
É químico, professor, escritor, cronista e poeta maranhense.
Membro Efetivo da Academia Luminense de Letras – ALPL

Autor dos livros: Colheita Peregrina, Tenho Pressa, A Jangada Passou; No Fluir das Horas é tempo de ler e escrever, A Vida é um Sopro, Gotas de Esperança e outro dez livros inéditos.
Visite o site: falasanches.com e a página Fala, Sanches (Facebook) e conheça o nosso trabalho como escritor, cronista e poeta.
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NOTA: Esta obra é original do autor José Carlos Castro Sanches e está licenciada com a licença JCS04.11.2020. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original. Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas. Esta medida fez-se necessária porque ocorreu plágio de algumas crônicas do autor, por outra pessoa que queria assumir a autoria da sua obra, sem a devida permissão – contrariando o direito à propriedade intelectual amparado pela lei nº 9.610/98 que confere ao autor Direitos patrimoniais e morais da sua obra.