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Oferece a você a oportunidade de leitura e reflexão sobre textos repletos de exemplos, experiências e lições que irão transformar a sua vida.

SÓ SEI QUE NADA SEI…

“Eu e os homens notáveis de Atenas nada sabemos, e a única diferença entre eu e eles é que eu, nada sabendo, sei que nada sei, enquanto eles, nada sabendo, pensam que sabem muito.” (Sócrates). Esta frase me acompanha desde criança quando passava em uma rua por trás da prefeitura de Rosário, num daqueles cruzamentos da rua do meio com a rua que interligava o bar do meio com a casa do Sr. Iron Rocha. Havia uma casa com uma placa metálica e uma inscrição: “Só sei que nada sei” (Sócrates). Essa placa parece manter-se acesa em minha mente a orientar a minha sensibilidade e humildade para reconhecer que nada sei. 

Dedico esse artigo a Francisco Baima e a todos os professores e alunos que buscam expandir os seus conhecimentos através da pedagogia, andragogia e heutologia. Os leitores entenderão o motivo da homenagem e da escolha do tema durante a leitura. Este artigo será de grande importância para o seu desenvolvimento pessoal e profissional, vale a pena dedicar alguns minutos do seu precioso tempo para apreciar o objetivo e conteúdo desse texto. Boa leitura e reflexão!

Em 21 de dezembro de 2017, enquanto aguardava uma consulta no Hospital São Domingos reencontrei um velho amigo de trabalho. Francisco Baima era encarregado da área de Eletrodos na Alumar. E também aguardava uma consulta. Na oportunidade conversamos sobre experiências de vida. O quanto a Alumar nos preparou para enfrentar o mercado de trabalho e nos colocou numa posição privilegiada em termos de conhecimento sobre liderança, visão de negócios, qualidade, segurança do trabalho, meio ambiente e demais áreas dentre elas a habilidade para treinar, capacitar e desenvolver pessoas. Somos gratos pela oportunidade de trabalhar na ALUMAR.

Começamos a conversar sobre o propósito de DEUS em nossas vidas, qualidade de vida e saúde, família (filhos e netos), educação, treinamento e desenvolvimento de pessoas visto que atuamos como professores e instrutores de treinamentos, dentre outras atividades que realizamos nas áreas de literatura e política. 

“Se eu não estiver andando segundo os propósitos divinos de nada adiantará qualquer esforço ou conquista nesta vida. É melhor ter pouco ou em alguns casos nada ter, do que ter tudo e não ter a presença divina. Algumas coisas são somente interesses temporais. Devemos ficar atentos para não invertermos os valores.” (Edson Kleber)

Foi uma conversa muito interessante e enriquecedora para ambos, um daqueles momentos que a filosofia, a história, a química e a matemática se misturam com a experiência e sabedoria numa “salada de conhecimentos” dispersos naquela sala de espera de hospital. Foi tão agradável o nosso encontro e bate papo informal que após a consulta, retornei para conversarmos por mais de uma hora até que Baima, foi chamado para consulta e nos despedimos, trocando telefones para futuros contatos. 

“Esforço e coragem não são suficientes sem propósito e direção.” (John F. Kennedy)

A conversa fluiu sobre a diferença entre o fundamental e o essencial, pedagogia, andragogia e heutologia. Alvin Tofller (Terceira onda) e James Reason (Erro humano).

Há uma diferença entre o essencial e o fundamental. 

“O essencial é invisível aos olhos, e só se pode ver com o coração.” (Exupèry – O Pequeno Príncipe) 

“Cada qual sabe amar a seu modo; o modo, pouca importa; o essencial é que saiba amar”. (Machado de Assis)

“Para os homens, ter um guia é tão fundamental como comer, beber e dormir.” (Charles de Gaulle)

Empolgados estávamos que as pessoas próximas pareciam aprender um pouco sobre as nossas experiências e se acomodavam a escutar a nossa curiosa conversa e testemunho de vida. Revezavam-se as mensagens trocadas de emissor para receptor e vice-versa num diálogo eloquente e persuasivo. Como um diálogo expressivo e ardente entre o erotismo e a arte. 

“Existem duas formas de conseguir as coisas a primeira pelo diálogo a segunda pela guerra se a primeira falhar requer usar a segunda.” (Maquiavel)

O diálogo é a base evolutiva, uma troca de ideias para se chegar a um bom entendimento. Se refere a uma conversa entre duas ou mais pessoas. É provavelmente a forma mais natural de comunicação.

Se não houver o diálogo, é impossível a mente ultrapassar limites, criar, inovar, ver além do mundo observado apenas pelos olhos, desvanecendo qualquer possiblidade de ir além de outras vicissitudes, tornando-se eloquente perante a vida e as pessoas. 

“A leitura de um bom livro é um diálogo incessante: o livro fala e a alma responde.” (André Maurois)

Ai que surgiu a palavra-chave HEUTOLOGIA que desconhecia, e que me motivou a escrever este artigo. 

Naquele momento de dúvida. Fiz a seguinte pergunta a mim mesmo: Qual a diferença entre pedagogia, andragogia e heutologia? E não encontrei a resposta sozinho. 

“A resposta certa, não importa nada: o essencial é que as perguntas estejam certas”. (Mário Quintana)

Logo descobri que estava no modo de desempenho baseado em conhecimento (falta de conhecimento). E quem está nesse modo de desempenho não consegue sair sozinho das situações, não consegue encontrar uma resposta sozinho. 

Precisa PARAR e buscar ajuda numa regra, procedimento, normas, desenhos, manuais, especificações…ou pessoas que tenham conhecimento do assunto para ajudar na solução do problema. Foi isso que fiz. Fui buscar ajuda nos livros e fontes de informações confiáveis sobre o tema. 

Feito isso resolvi compartilhar o aprendizado com os meus leitores a fim de gerar reflexão e conhecimento. 

“A pergunta certa é geralmente mais importante do que a resposta certa à pergunta errada.” (Alvin Tofller) 

Eis as respostas que consegui abstrair dos textos lidos sobre os significados e diferenças entre a pedagogia, andragogia e heutologia: 

“A pedagogia, a andragogia e a heutagogia visam à construção do conhecimento, onde o próprio indivíduo a busca e o constrói de maneira científica e instigante.

A pedagogia está associada ao professor, instrumento de condução do processo ensino-aprendizagem, pois é ele que propõe e conduz todo o processo, selecionando o conteúdo a ser aprendido e a metodologia a ser aplicada. Dentro desta visão cabe ao professor, somente conduzir o processo, pois cabe a criança construí-lo e jamais impor o conteúdo a ser desenvolvido como ainda, algumas escolas ditas tradicionais o fazem.”

“A alegria não chega apenas no encontro do achado, mas faz parte do processo da busca. E ensinar e aprender não pode dar-se fora da procura, fora da boniteza e da alegria.” (Paulo Freire)

“A andragogia perpassa no processo ensino-aprendizagem dos adultos, sendo atualmente trabalhado como Educação de Jovens e Adultos (EJA). É tarefa do professor conduzir o que aprender e ao aprendiz como aprender. A andragogia, “arte e ciência de ajudar os adultos a aprender”.

Heutagogia e Autodidatismo são modelos educacionais que buscam uma autoaprendizagem vem desde a antiguidade especialmente com os filósofos que levantavam questões e indagavam as respostas pela experimentação e observação. “

“Classificado como um neologismo, heutagogia vem do grego “heuta-”: auto e “agogos”: o que guia, propondo uma forma pessoal, onde o estudante é o seu único responsável pela aprendizagem. 

“Aprender por sua própria conta não é uma tarefa das mais simples, especialmente quando faltam suprimentos educativos para esta empreitada como ocorriam com os primeiros pensadores.”

“Recursos atuais modificaram um pouco a concepção do autodidatismo e a heutagogia (também chamada de aprendizagem autodeterminada), conceito que surge neste século ao ser cunhado pelos professores australianos Stewart Hase e Chris Kenyon, da Southern Cross University.”

“A heutagogia é um processo onde o aprendiz e o professor estão em uma única pessoa, podendo ser o professor um facilitador do processo educacional, o indivíduo busca o conhecimento, sendo ele responsável em buscar o conteúdo a ser aprendido e a traçar sua própria metodologia.

Essas novas maneiras, ou melhor, esses novos conceitos visam ao crescimento e a autonomia de cada indivíduo de acordo com sua idade e seu nível do processo ensino-aprendizagem.

Na heutagogia, o professor assim como na andragogia, realiza o papel de um facilitador (tutor) dando suporte ao indivíduo. 

Dessa maneira, a Educação a Distância (EaD) apoia-se tanto na heutagogia quanto na andragogia.”

Operacionalizar a heutagogia dependerá dos recursos de e-learning (aprendizagem eletrônica), recursos de informação e comunicação para sua aprendizagem ser eficiente. 

É de Fredric Litto, presidente da Associação Brasileira de Ensino à Distância (ABED) a seguinte afirmação:

“Já passamos pela Pedagogia, método que o professor determina o que e como aprender. Estamos tentando utilizar a Andragogia, teoria na qual é o professor quem determina o que, mas é o aluno quem determina como. Mas hoje, já temos de ingressar na Heutagogia, método pelo qual é o aprendiz quem fixa o que e como aprender”.

Temos qualidades e defeitos. Uma qualidade pode ser reconhecer que nada somos senão matéria, e voltaremos ao pó. Um defeito poder ser julgar-se superior aos outros e acreditar que somos perfeitos e sabemos de tudo. 

“Admiramos as pessoas pelas suas qualidades, e as amamos pelos seus defeitos.” (do filme Hellboy)

Prefiro acreditar que sou um eterno aprendiz e viverei em continua busca pela sabedoria que vem daqueles que encontram a verdadeira razão da vida na simplicidade e na humildade. 

“Quem ensina aprende ao ensinar. E quem aprende ensina ao aprender.” (Paulo Freire)

Assim poderemos contribuir para melhorar o mundo e desenvolver pessoas para uma vida melhor. Eu acredito nisso e quero desafiá-lo a trilhar este caminho. A sabedoria começa na reflexão.

“Os analfabetos do século XXI não são aqueles que não sabem ler ou escrever, mas aqueles que se recusam a aprender, reaprender, e voltar a aprender.” (Alvin Tofller) 

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