“Netos são como pingos de esperança que Deus deposita na vida dos avós. ” Décio Davi Reato
Dedico esta crônica à minha neta Julie Sanches Simas Lopes, aniversariante deste dia 22 de fevereiro de 2020.
Estou de frente para o mar. Do meu Maranhão. Beleza e eterna paixão. Os navios distantes a luz e o brilhos ofuscados pela escuridão. Os passos na areia distantes. Os peixes dormindo no mar silencioso desta noite de sexta-feira de carnaval no Conchas Bar, escutando Gustavo Gon.
Ao ritmo de boas músicas. Os coqueiros parados, as folhas quase estáticas pelo vento sereno. As luzes brilhantes dos holofotes ofuscam o brilho das estrelas. E o gato passa sob as mesas amontoadas na areia granulada desta praia do Calhau abençoada e contaminada.
E o jovem cantor empolgado cantava: “É só oi tchau…vamos “simbora”…se um dia a gente se encontrar na rua…sem abraço e sem beijo…”
A praia à noite é escura como a floresta, sem mata, com peixes. As dunas passearam e pararam de se mover enquanto eu estou dançando parado num tablado de madeira que sai do bar para o mar. E lá adiante acima da escadaria está a minha amada esposa curtindo a música como se fosse uma criança chupando bombom ou comendo pipoca.
Já passa da meia noite e chegou o dia 22 de fevereiro, hoje a minha netinha Julie completa sete anos. O convívio diário e a teimosia me fazem cada dia mais apegado a ela.
Parabéns Jurubeba. Hoje é o seu dia. A praia está linda como você. A luz que brilha é você. A água que sobe e desce lentamente nas ondas miúdas, lembra a sua impaciência de criança querendo brincar comigo e sua avó no parque do condomínio. E eu aqui concentrado na escrita escutando música sertaneja no carnaval e lembrando do seu carinho diferente e da sua beleza surpreendente.
Na escuridão da praia, com a areia molhada e a água seca, frase de criança que diz o que pensa, te desejo muitos anos de vida abundante com saúde, paz e alegria contagiante.
Te amo Juju. Deus abençoe os teus passos e conduza a tua vida pelos caminhos seguros. Você tem lugar cativo no meu coração. No meu escritório, onde escrevo diariamente, tem a sua cadeira ao meu lado para escrever as histórias, contar sobre as descobertas e viver intensamente a vida com harmonia e sabedoria. Tem também aquele quarto que você diz que é seu repleto de bonecas e outros brinquedos, além da cama e móveis para te acolher no nosso ninho com carinho e aconchego. Vou parar, ao som da música… olhando para o horizonte infinito, vendo os navios ancorados, parados enquanto fluem as horas chegando a madrugada, nesta ilha amada.
“O amor de uma avó por seus netos é um amor sem limites… é como amar seus filhos duas vezes… Netos são uma extensão da nossa vida! Um elo de amor incondicional. Como não amar? ” (Berenice Pasin)
José Carlos Castro Sanches
São Luís, 22 de fevereiro de 2020.