Por José Carlos Castro Sanches
Eles formam uma dupla controversa na atualidade. O primeiro tem transtorno dissociativo de personalidade, ora faz o bem, ora o mal. O segundo não tem amizade, é desagradável e inoportuno, sempre indesejado pelos males que causa a todos que dele se aproximam.
Neste fim de semana a minha sogra está conosco para fugir do hábito do pequeno apartamento onde mora e deixar fluir as boas energias, visualizando coisas diferentes da rotina. Durante as conversas ela lembrou do seu marido que atribuiu o apelido de “fuxiqueiro” a um objeto misterioso que todos querem ter; enquanto ela chama de “capiroto”, o intragável ser vivo, que se esconde em todo lugar, invisível e mau-caráter, que todos querem manter distância até no sonho.
Não confundam fuxiqueiro com fofoqueiro. O fuxiqueiro é dedo-duro, entregão e queimador. Enquanto, o fofoqueiro é um leva e traz, presta-se tão somente a isso.
O fuxiqueiro tem muitas outras qualidades com denominações diferentes, que a língua portuguesa pela riqueza de possibilidades permite, tais como: enredador, alcoviteiro, candongueiro, intrigante, inzoneiro, maranhoso, noveleiro, onzeneiro, diabólico, falador, linguarudo, maldizente, maquiavélico, mexeriqueiro, bisbilhoteiro, chocalheiro, novidadeiro e pode ser também o próprio fofoqueiro.
Capiroto é uma gíria comum no Brasil que significa o mesmo que demônio, lúcifer, diabo, satanás, cão, besta fera…. Mas, dependendo do contexto, também pode ser usada para se referir a alguém como muito feio, levado ou extremamente bagunceiro e desobediente. A palavra “capiroto” ainda costuma ser utilizada em frases que expressam espanto ou medo.
Seja lá o que for que o meu sogro e a minha sogra entendam por “fuxiqueiro” e “capiroto”, eu não irei declarar o verdadeiro sentido usado por eles quando fazem referência a essas palavras. Deixarei como desafio para os leitores descobrirem os novos significados dos vocábulos supracitados. Sei que você deve estar curioso (a), resta então, tentar encontrar a resposta. Caso tenha medo ou vergonha de errar em público me informe no privado; não vale perguntar para os familiares dos meus sogros, do contrário, poderá ser enquadrado como capcioso e preso em flagrante, sem fiança. E certamente dará corda para o fuxiqueiro espalhar a fofoca por todo o mundo em fração de segundos; e ainda poderá ser acometido pelo capiroto, que está presente em todos os lugares, principalmente em ambientes fechados. Valha-nos, Deus!
São Luís, 22 de janeiro de 2022.
José Carlos Castro Sanches
É químico, professor, escritor, cronista e poeta maranhense.
Membro Efetivo da Academia Luminense de Letras, da Academia Maranhense de Trovas, da Associação Maranhense de Escritores Independentes, da União Brasileira de Escritores e do PEN Clube do Brasil.
Autor dos livros: Colheita Peregrina, Tenho Pressa, A Jangada Passou; No Fluir das Horas é tempo de ler e escrever, A Vida é um Sopro, Gotas de Esperança, Pérolas da Jujuba com o Vovô e catorze livros inéditos. Visite o site falasanches.com e a página “Fala, Sanches” (Facebook) e conheça o nosso trabalho.
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NOTA: Esta obra é original do autor José Carlos Castro Sanches e está licenciada com a licença JCS22.01.2022. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original. Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas. Esta medida fez-se necessária porque ocorreu plágio de algumas crônicas do autor, por outra pessoa que queria assumir a autoria da sua obra, sem a devida permissão – contrariando o direito à propriedade intelectual, amparado pela Lei nº 9.610/98, que confere ao autor direitos patrimoniais e morais da sua obra.
JORGE DE JESUS PASSINHO E SILV
23 de janeiro de 2022 at 10:41
Capiroto é o cão chupando manga e fuxiqueiro não sabe guardar segredos ehehehe
sanches
26 de janeiro de 2022 at 10:48
É verdade meu amigo Jorge Passinho. Mantenha distancia deles. Aprecio seu apreço e consideração. Forte abraço, José Carlos Sanches